sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Mesmo
ambientado num único cenário, “O HOMEM
NAS TREVAS” (“Don’t Breathe”), EUA, 2016, é um suspense aterrorizante que
não perde o pique do início até o final. O clima de tensão começa quando três
jovens delinquentes, Alex (Dyllan Minnette), Rocky (Jane Levy) e Money (Daniel
Zovatto) resolvem invadir um casarão num bairro abandonado de Detroit. O trio
está acostumado a cometer esse tipo de crime: eles invadem casas, roubam tudo e
causam enorme destruição. No casarão de Detroit, a ação parece muito fácil,
pois o proprietário (Stephen Lang, que viveu o coronel Miles Awaritch, o vilão
de “Avatar”) é cego. Não contavam, porém, que se trata de um ex-militar do exército
altamente treinado e que tem, como guia e protetor, um enorme e feroz cão
Rottweiler, empecilhos que dificultarão, e muito, a empreitada dos invasores.
Se a entrada na casa foi relativamente fácil, sair será quase impossível.
Principalmente vivo. O diretor uruguaio Fede Alvarez sabe como utilizar a
câmera de modo a colocar o espectador dentro do cenário da ação. Alvarez foi
descoberto por Hollywood depois de ter realizado, em 2009, o curta “Ataque de
Pânico”, que mostra robôs invadindo Montevidéu. Em 2013, já nos EUA, escreveu e
dirigiu “A Morte do Demônio”, muito elogiado pela crítica. “O Homem nas Trevas”, cujo roteiro também foi escrito por Alvarez, é um baita suspense, um ótimo entretenimento para quem gosta de sofrer junto
com os personagens.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
O veterano
diretor chinês Wayne Wang tem no currículo ótimos filmes, entre os quais
recomendo “Mil Anos de Orações”, “Flor da Neve e o Leque Secreto” e,
principalmente, “O Clube da Felicidade e da Sorte”. Mesmo um craque como Wang
pode, eventualmente, pisar na bola. Foi o que aconteceu quando dirigiu “ENQUANTO ELAS DORMEM” (“Onna Ga Nemuru Toki”), 2015,
Japão, cuja estreia (fora de
competição) aconteceu durante o 66º Festival de Berlim, em fevereiro de 2016. O
roteiro, escrito por Mami Sunada, Shinho Lee e Michael Ray, foi adaptado de um
dos mais conhecidos contos do escritor espanhol Javier Marías. No cinema, porém,
virou um verdadeiro conto do vigário. Indecifrável e lento. Enfim, difícil de
digerir. O filme explora temas como o voyeurismo e o desejo sexual, realidade
misturando-se com fantasia, tudo muito hermético para o espectador comum. Kenji
Shimizu (Hidetoschi Nishijima) é um escritor em crise criativa e existencial.
Ao hospedar-se com a esposa Aya (Sayuri Oyamada) num resort à beira-mar, Kenji
conhece o sr. Sahara (Takeshi Kitano), que está hospedado com a jovem Miki
(Shiori Kutsuna). A relação do idoso, de 72 anos, com a jovem de 20 anos, é um mistério.
Desde que Miki tinha 14 anos, por exemplo, Sahara sempre teve por hábito fotografá-la
dormindo – daí o título do filme. Quando Kenji vê as fotografias, fica totalmente
obcecado, passando a querer desvendar e entender o que está acontecendo. Eu
mudaria o título para “Enquanto a plateia dorme”...
“UM HOMEM CHAMADO OVE” (“En Man Som Heter Ove”), 2015,
Suécia, direção de Hannes Holm. Um drama com toques de humor, sensível e, de
certa forma, comovente. O roteiro foi inspirado no livro escrito por Fredrik
Backman. A história toda é centrada no sessentão Ove (Rolf Lassgard), um viúvo
solitário, rabugento e, acima de tudo, mal-humorado. Ele vive num condomínio fechado, do qual é o
síndico, catando bitucas de cigarro e discutindo com donos de cães e gatos. Sua
vida metódica ainda inclui visitas diárias ao túmulo da esposa. Sua depressão
chega ao limite quando é demitido pela fábrica onde trabalhava há mais de quarenta
anos, a ponto de tentar se matar várias vezes – tentativas frustradas por
alguém tocando a campainha ou por algum vizinho que insiste em fazer barulho. Por
mais impossível que possa parecer, será a chegada de uma família de imigrantes
iranianos que provocará uma enorme mudança no comportamento de Oven, provando
que mesmo as diferenças culturais não são obstáculos para o cultivo de uma bela
amizade. Como um motivo a mais para ser assistido, o filme foi indicado para
representar a Suécia na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro.
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