sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
“INVASÃO DE PRIVACIDADE” (“I.T.”), 2016,
EUA, roteiro e direção de John Moore. Suspense dos melhores. O empresário Mike
Ryan (Pierce Brosnan) decide abrir o capital de sua empresa de aviação e
convida potenciais investidores para apresentar um novo projeto. Durante a
exibição de um vídeo, porém, o sistema entra em pane e a apresentação corre o
risco de se transformar num grande fiasco. A turma de informática da empresa é
chamada em caráter de emergência para resolver o problema. E quem acaba
resolvendo é justamente um estagiário do setor, Ed Porter (James Frecheville). Ele
cai nas graças de Mike e acaba sendo contratado, inclusive para instalar
câmeras e outros apetrechos tecnológicos na mansão do empresário. Além disso,
Mike convida Ed para jantar e o apresenta à sua esposa Rose (Anna Friel) e à
sua filha única Kaitlyn (Stefanie Scott). Ed começa a se achar o dono do
pedaço, aparecendo sem avisar e assediando Kaitlyn. Mike acaba ficando furioso
com a situação, demite Ed da empresa e o proíbe de chegar perto de sua família.
Ed decide se vingar. Com seu conhecimento de informática, promove uma
verdadeira invasão de privacidade na vida do empresário, incluindo sabotar os
computadores de sua firma e até filmar e divulgar pela Internet um vídeo com
sua filha tomando banho. Mike até contrata um especialista (Michael Nyqvist,
irreconhecível) para destruir o sistema instalado em sua casa por Ed. A partir
daí, o filme vira um jogo de gato e rato, Mike contra Ed. A crítica
especializada detonou o filme e também o trabalho dos atores principais,
Brosnan e Frecheville. Não achei tão ruim. O filme tem todos os ingredientes de
um bom suspense: muita tensão, violência física e psicológica, reviravoltas e
bastante ação. É bom lembrar que o diretor irlandês John Moore tem no currículo
bons filmes de ação como “Duro de Matar – Um Bom Dia para Morrer” e “Max Payne”.
Acho que vale a pena conferir esta sua nova produção.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Mesmo
ambientado num único cenário, “O HOMEM
NAS TREVAS” (“Don’t Breathe”), EUA, 2016, é um suspense aterrorizante que
não perde o pique do início até o final. O clima de tensão começa quando três
jovens delinquentes, Alex (Dyllan Minnette), Rocky (Jane Levy) e Money (Daniel
Zovatto) resolvem invadir um casarão num bairro abandonado de Detroit. O trio
está acostumado a cometer esse tipo de crime: eles invadem casas, roubam tudo e
causam enorme destruição. No casarão de Detroit, a ação parece muito fácil,
pois o proprietário (Stephen Lang, que viveu o coronel Miles Awaritch, o vilão
de “Avatar”) é cego. Não contavam, porém, que se trata de um ex-militar do exército
altamente treinado e que tem, como guia e protetor, um enorme e feroz cão
Rottweiler, empecilhos que dificultarão, e muito, a empreitada dos invasores.
Se a entrada na casa foi relativamente fácil, sair será quase impossível.
Principalmente vivo. O diretor uruguaio Fede Alvarez sabe como utilizar a
câmera de modo a colocar o espectador dentro do cenário da ação. Alvarez foi
descoberto por Hollywood depois de ter realizado, em 2009, o curta “Ataque de
Pânico”, que mostra robôs invadindo Montevidéu. Em 2013, já nos EUA, escreveu e
dirigiu “A Morte do Demônio”, muito elogiado pela crítica. “O Homem nas Trevas”, cujo roteiro também foi escrito por Alvarez, é um baita suspense, um ótimo entretenimento para quem gosta de sofrer junto
com os personagens.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
O veterano
diretor chinês Wayne Wang tem no currículo ótimos filmes, entre os quais
recomendo “Mil Anos de Orações”, “Flor da Neve e o Leque Secreto” e,
principalmente, “O Clube da Felicidade e da Sorte”. Mesmo um craque como Wang
pode, eventualmente, pisar na bola. Foi o que aconteceu quando dirigiu “ENQUANTO ELAS DORMEM” (“Onna Ga Nemuru Toki”), 2015,
Japão, cuja estreia (fora de
competição) aconteceu durante o 66º Festival de Berlim, em fevereiro de 2016. O
roteiro, escrito por Mami Sunada, Shinho Lee e Michael Ray, foi adaptado de um
dos mais conhecidos contos do escritor espanhol Javier Marías. No cinema, porém,
virou um verdadeiro conto do vigário. Indecifrável e lento. Enfim, difícil de
digerir. O filme explora temas como o voyeurismo e o desejo sexual, realidade
misturando-se com fantasia, tudo muito hermético para o espectador comum. Kenji
Shimizu (Hidetoschi Nishijima) é um escritor em crise criativa e existencial.
Ao hospedar-se com a esposa Aya (Sayuri Oyamada) num resort à beira-mar, Kenji
conhece o sr. Sahara (Takeshi Kitano), que está hospedado com a jovem Miki
(Shiori Kutsuna). A relação do idoso, de 72 anos, com a jovem de 20 anos, é um mistério.
Desde que Miki tinha 14 anos, por exemplo, Sahara sempre teve por hábito fotografá-la
dormindo – daí o título do filme. Quando Kenji vê as fotografias, fica totalmente
obcecado, passando a querer desvendar e entender o que está acontecendo. Eu
mudaria o título para “Enquanto a plateia dorme”...
“UM HOMEM CHAMADO OVE” (“En Man Som Heter Ove”), 2015,
Suécia, direção de Hannes Holm. Um drama com toques de humor, sensível e, de
certa forma, comovente. O roteiro foi inspirado no livro escrito por Fredrik
Backman. A história toda é centrada no sessentão Ove (Rolf Lassgard), um viúvo
solitário, rabugento e, acima de tudo, mal-humorado. Ele vive num condomínio fechado, do qual é o
síndico, catando bitucas de cigarro e discutindo com donos de cães e gatos. Sua
vida metódica ainda inclui visitas diárias ao túmulo da esposa. Sua depressão
chega ao limite quando é demitido pela fábrica onde trabalhava há mais de quarenta
anos, a ponto de tentar se matar várias vezes – tentativas frustradas por
alguém tocando a campainha ou por algum vizinho que insiste em fazer barulho. Por
mais impossível que possa parecer, será a chegada de uma família de imigrantes
iranianos que provocará uma enorme mudança no comportamento de Oven, provando
que mesmo as diferenças culturais não são obstáculos para o cultivo de uma bela
amizade. Como um motivo a mais para ser assistido, o filme foi indicado para
representar a Suécia na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro.
Assinar:
Postagens (Atom)