“ZONA
HOSTIL” (“Rescue Under
Fire” nos países de língua inglesa), 2017, Espanha, primeiro longa-metragem
dirigido por Adolfo Martínez Perez. Baseado em fatos reais que aconteceram com
um pelotão do exército espanhol no Afeganistão, este drama de guerra oferece
muita ação e suspense na medida certa. O pelotão pertence às Fuerzas y Cuerpos
de Seguridad del Estado (FCSE), grupo militar enviado ao Afeganistão para dar
suporte às forças norte-americanos no combate aos talibãs, assim como prestar
ajuda humanitária à população civil em conjunto com equipes das Nações Unidas, principalmente na área médica. Toda a
ação é centrada na rotina da equipe comandada pela capitã-médica Varela
(Ariadna Gil) e nos soldados comandados pelo tenente Conte (Raúl Mérida). O
pelotão entra mesmo em perigo quando um helicóptero que iria transportar
soldados feridos em combate tomba em pleno deserto. Para protegê-lo, os soldados
terão que enfrentar centenas de talibãs. As cenas de ação são muito bem-feitas
e o filme mantém um ritmo bastante intenso do começo ao fim. Para adaptar a
história para o cinema, os roteiristas Andrés M. Koppel e Luiz Arranz contaram
com a assessoria do próprio exército espanhol, inclusive com a colaboração dos
soldados que participaram daquela ação. Um bom programa para quem gosta de
histórias ambientadas em zonas de conflito. Aliás, existe um outro excelente filme com uma história bastante semelhante, só que envolvendo soldados do exército norte-americano na Somália: "Falcão Negro em Perigo" (2001), dirigido por Ridley Scott. Este, na minha opinião, o melhor de todos nesse gênero.
sexta-feira, 1 de junho de 2018
quinta-feira, 31 de maio de 2018
“TRÊS
VIDAS E UM DESTINO” (“Head in the Clouds”), coprodução EUA/Inglaterra/Espanha, 2004, escrito e
dirigido pelo inglês John Duigan. Trata-se de um drama histórico romanceado,
ambientado na Europa durante os tumultuados anos 30 e 40 do século passado. A
história é centrada na amizade dos jovens Guy Malyon (Stuart Towsend),
professor universitário, Gilda Bessé (Charlize Théron), fotógrafa e filha de um
milionário aristocrata francês, e Mia (Penélope Cruz), uma refugiada espanhola
que ganhava a vida como stripper em
Paris. Guy e Gilda se conhecem na Universidade de Cambridge, ele se apaixona e
depois vai atrás dela em Paris. Gilda é uma mulher independente, sai e vai para
cama com vários homens e, ao que se presume, também com mulheres, inclusive Mia.
Na capital francesa, os três acabam morando juntos e formando um previsível ménage à trois. Até que um dia Guy e Mia
resolvem ir para a Espanha com o objetivo de ajudar a resistência ao governo
fascista de Franco. Depois que o conflito termina na Espanha, Guy volta a Paris
para procurar Gilda, mas aí começa a Segunda Guerra Mundial e a situação acaba
ficando cada vez mais difícil. Mesmo ainda muito jovens, as atrizes Charlize
Theron e Penélope Cruz, assim como o ator irlandês Stuard Towsend, já tinham
uma carreira consolidada no cinema e, sem dúvida, valorizaram ainda mais este
bom drama histórico. Destaque para a excelente recriação de época,
principalmente os figurinos, dignos de um editorial de moda dos anos 30/40. Sem
falar, é claro, na beleza e na competência das duas atrizes principais.
quarta-feira, 30 de maio de 2018
“ATÉ
NUNCA MAIS” (“À Jamais”),
2016, drama francês que mistura romance, suspense e uma pequena dose de terror
psicológico. A história é baseada no romance “The Body Artist” (“A Artista do
Corpo”), de 2001, do escritor e dramaturgo norte-americano Don DeLillo. Não li
o livro, cuja adaptação foi feita pelo diretor Benoit Jacquot (“O Diário de Uma
Camareira”, “Adeus, Minha Rainha”, “Três Corações”) e pela atriz Julia Roy. A história: o famoso cineasta Jacques Rey (Mathieu Amalric) morre num
acidente de moto – ou será que foi suicídio? Sua jovem esposa Laura (Julia Roy)
continua morando no casarão onde Rey escrevia seus roteiros e tentava
inspiração para os seus filmes. A saudade do falecido é tanta que ela começa a
ver o seu fantasma, seja na cama do casal, na mesa da cozinha e até na banheira
onde costumavam tomar banho juntos. As aparições do “fantasma” são ridículas.
Ele parece um morto-vivo ou um zumbi abobado. Laura não está nem aí, isto
porque está completamente alucinada, à beira de internação, se deparando toda
hora com o próprio fantasma. Além disso, passa as noites em claro vendo cenas
de estradas à noite na internet. Coisa sem pé nem cabeça, assim como o filme
inteiro. Num aspecto eu tenho de dar a mão à palmatória: nunca a tradução de um título foi tão bem escolhida: “Até Nunca Mais”!
domingo, 27 de maio de 2018
“OS
FANTASMAS DE ISMAËL” (“LES FANTÔMES D’ISMAËL”), 2017, França, roteiro e direção de Arnaud
Desplechin. Acho que o cinema francês é, atualmente, o que oferece os melhores
e mais interessantes filmes. Claro que, de vez em quando, pisa na bola. A
pisada mais recente é este drama de roteiro complicado, o chamado “filme-cabeça”,
que confunde os neurônios dos espectadores. E olha que o elenco é ótimo:
Mathieu Amalric, Marion Cotillard, Charlotte Gaisbourg, Louis Garreal e Alba
Rohrwacher. O cineasta Ismaël (Amalric) vive um romance com a astrofísica Sylvia
(Gainsbourg). Há 21 anos, ele foi abandonado pela primeira esposa, Carlotta
(Cotillard), que sumiu de repente e poucos anos depois foi dada como morta. Só
que a “falecida” volta para tumultuar o ambiente, colocando em risco a
felicidade do novo casal. Sylvia fica enciumada e exige que Carlotta suma do
pedaço, o que acaba resultando um grande conflito. Alternando-se com essa
história, há uma outra: o caso de Ivan Dedalus (Garrel), que passa num teste para entrar
para a diplomacia francesa e resolve casar com a jovem Arielle Faunia
(Tohrwacher). Não há qualquer relação entre uma história e outra, a não ser que
seja um filme dentro de outro, o que não fica muito claro, pelo menos para
minha humilde inteligência. Acho que só confunde a cuca do espectador. Apesar
de pretensioso e de difícil compreensão, o filme foi selecionado para abrir o
Festival de Cannes 2017, além de ser indicado ao prêmio de Melhor Filme
Estrangeiro no Festival de Munique 2017. Ah, como destaque, recomendo a cena de
nu frontal protagonizada por Marion Cotillard, sem dúvida a melhor coisa desse
filme. Do mesmo diretor francês, recomendo “Terapia Intensiva” e “Três
Lembranças da Minha Juventude”, bem melhores do que este.
“ATORMENTADO
PELO PASSADO” (“ROMANS”),
2016, Inglaterra, primeiro longa-metragem dirigido pelos irmãos Ludwig e Paul
Shammasian, mais conhecidos no meio cinematográfico como diretores de curtas. A
história é centrada em Malky (Orlando Bloom), um operário que vive de bicos na
área da construção civil. Ele namora a bela Emma (Janet Montgomery), tem muitos
amigos e vive para cuidar da mãe (Anne Reid, em ótima atuação). Tudo vai bem até Malky ser
contratado para a equipe de demolição da antiga igreja local. Seu passado vem à
tona com a triste recordação de um fato ocorrido naquela mesma igreja há 25
anos: ele foi abusado sexualmente por um padre. A partir daí, Malky passa a
agir com violência, entra em depressão e seu relacionamento com os amigos, com
a namorada e com a própria mãe vira um verdadeiro inferno. Para piorar a
situação, Malky descobre que o líder da nova igreja será o mesmo padre que o
violentou. E por aí vai esse drama um tanto desagradável, pesado e arrastado,
muito difícil de digerir por quem está a fim de um bom entretenimento. A fraca atuação
de Orlando Bloom, mais conhecido por filmes como “O Senhor dos Anéis” e “Piratas
do Caribe”, não justifica sua escolha para o personagem principal. Enfim, não
dá para recomendar.
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