Quem
conhece um pouco de História deve se lembrar do atentado contra Adolf Hitler ocorrido numa
cervejaria de Munique no dia 8 de novembro de 1939, que matou 8 pessoas, menos
o alvo principal. O líder nazista escapou ileso, pois saiu 13 minutos antes da
bomba explodir. O autor do atentado, o carpinteiro Georg Elser, foi preso logo
depois. Hitler exigia que ele denunciasse os seus supostos parceiros, embora Elser tenha
agido sozinho. Dá-lhe tortura, uma especialidade dos nazistas. Este é o enredo do excelente drama histórico
alemão “13 MINUTOS” (“Elser”), 2014, dirigido por Oliver Hirschbiegel e
com roteiro de Fred e Léonie-Clair, pai e filha. O filme tem como foco central
o período em que Elser (Christian Friedel) passou na prisão, seus interrogatórios
e as sádicas torturas que sofreu. Aliás, as cenas de tortura são bastante
chocantes, podem incomodar os espectadores mais sensíveis. O filme também
destaca, em flashbacks, sua ligação
com a Frente Vermelha de Lutadores, organização associada ao Partido Comunista
Alemão, e os motivos que o levaram a praticar o atentado, além de sua paixão
por Elsa (Katharina Schüttler), esposa de um simpatizante nazista. O diretor
Hirschbiegel carrega no currículo o excelente “A Queda – As Últimas Horas de
Hitler”, indicado ao Oscar 2005 de Melhor Filme Estrangeiro. O diretor alemão também
trabalhou em Hollywood, dirigindo filmes como “Invasores”, “Rastros de Justiça”
e “Diana”. “13 Minutos” é mais um filme alemão de muita qualidade. Obrigatório!
quinta-feira, 30 de março de 2017
segunda-feira, 27 de março de 2017
O drama
francês “SKY”, 2015, roteiro e direção de Fabienne Berthaud, é todo
ambientado nos Estados Unidos e conta a história de Romy (Diane Kruger) e
Richard (Gilles Lellouche), que resolvem sair em férias para tentar salvar um
casamento em crise. De Paris, eles vão para os EUA dispostos a percorrer as
paisagens desérticas da Route 66. A escolha não poderia ter sido pior. Em
poucos dias eles se separam depois de uma violenta discussão e ela segue
estrada, chegando a Las Vegas. Sem
dinheiro, ela acaba se vestindo de coelhinha e, ao lado de dois sósias de Elvis
Presley, ganha uma graninha tirando fotos com turistas nas calçadas de Vegas. Na
cidade dos cassinos, ela conhece Diego (Norman Reedus), cujo aspecto repugnante
é incrementado por acessos de tosse. Como se não bastasse, Romy ainda vai a uma
benzedeira índia. Enfim, quem viu alguns filmes de Diane Kruger, como “Adeus,
Minha Rainha” ou “Tudo por Ela”, vai estranhá-la num papel tão constrangedor e num
filme tão fraco, que, aliás, não foi exibido comercialmente por aqui. E duvido que seja, para o bem da reputação de Kruger e para alívio do pessoal que curte cinema de qualidade.
“UM INÍCIO PROMISSOR” (“Um Début
Prometteur”), 2014, França, roteiro e
direção de Emma Luchini. A história, baseada no romance “Au Diable Vauvert”, de
Isabelle Blondie, é centrada em dois irmãos com uma grande diferença de idade.
Martin (Manu Payet) já é quase quarentão, alcoólatra e drogado, não trabalha e
vive passando por clínicas de recuperação. O mais novo, Gabriel (Zacharie
Chasseriaud), de 16 anos, vive no mundo da lua e acaba se apaixonando por uma
mulher com o dobro de sua idade, Mathilde Carmain (Veerle Baetens). Os irmãos
são filhos de um horticultor, o esquisito Francis Vauvel (Fabrice Luchini, pai
da diretora). Parece uma comédia romântica. Como não provoca risos nem
sorrisos, não emplaca como comédia. Como romance, também passa longe. Ou seja,
não há muitos atrativos que possam motivar uma recomendação entusiasmada, a não
ser a presença da atriz belga Veerle Baetens, que arrasou no ótimo “Alabama
Monroe”, filme de 2012, e que aqui está mais sensual do que nunca. O grande ator Fabrice Luchini aparece pouco, provavelmente para
dar uma força para a filha diretora. Em resumo, filme dos mais descartáveis. Ao contrário do que diz o título, nem o início é promissor.
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