quinta-feira, 30 de março de 2017

Quem conhece um pouco de História deve se lembrar do atentado contra Adolf Hitler ocorrido numa cervejaria de Munique no dia 8 de novembro de 1939, que matou 8 pessoas, menos o alvo principal. O líder nazista escapou ileso, pois saiu 13 minutos antes da bomba explodir. O autor do atentado, o carpinteiro Georg Elser, foi preso logo depois. Hitler exigia que ele denunciasse os seus supostos parceiros, embora Elser tenha agido sozinho. Dá-lhe tortura, uma especialidade dos nazistas. Este é o enredo do excelente drama histórico alemão “13 MINUTOS” (“Elser”), 2014, dirigido por Oliver Hirschbiegel e com roteiro de Fred e Léonie-Clair, pai e filha. O filme tem como foco central o período em que Elser (Christian Friedel) passou na prisão, seus interrogatórios e as sádicas torturas que sofreu. Aliás, as cenas de tortura são bastante chocantes, podem incomodar os espectadores mais sensíveis. O filme também destaca, em flashbacks, sua ligação com a Frente Vermelha de Lutadores, organização associada ao Partido Comunista Alemão, e os motivos que o levaram a praticar o atentado, além de sua paixão por Elsa (Katharina Schüttler), esposa de um simpatizante nazista. O diretor Hirschbiegel carrega no currículo o excelente “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, indicado ao Oscar 2005 de Melhor Filme Estrangeiro. O diretor alemão também trabalhou em Hollywood, dirigindo filmes como “Invasores”, “Rastros de Justiça” e “Diana”. “13 Minutos” é mais um filme alemão de muita qualidade. Obrigatório!


segunda-feira, 27 de março de 2017

O drama francês “SKY”, 2015, roteiro e direção de Fabienne Berthaud, é todo ambientado nos Estados Unidos e conta a história de Romy (Diane Kruger) e Richard (Gilles Lellouche), que resolvem sair em férias para tentar salvar um casamento em crise. De Paris, eles vão para os EUA dispostos a percorrer as paisagens desérticas da Route 66. A escolha não poderia ter sido pior. Em poucos dias eles se separam depois de uma violenta discussão e ela segue estrada, chegando a Las Vegas. Sem dinheiro, ela acaba se vestindo de coelhinha e, ao lado de dois sósias de Elvis Presley, ganha uma graninha tirando fotos com turistas nas calçadas de Vegas. Na cidade dos cassinos, ela conhece Diego (Norman Reedus), cujo aspecto repugnante é incrementado por acessos de tosse. Como se não bastasse, Romy ainda vai a uma benzedeira índia. Enfim, quem viu alguns filmes de Diane Kruger, como “Adeus, Minha Rainha” ou “Tudo por Ela”, vai estranhá-la num papel tão constrangedor e num filme tão fraco, que, aliás, não foi exibido comercialmente por aqui. E duvido que seja, para o bem da reputação de Kruger e para alívio do pessoal que curte cinema de qualidade.   
“UM INÍCIO PROMISSOR” (“Um Début Prometteur”), 2014, França, roteiro e direção de Emma Luchini. A história, baseada no romance “Au Diable Vauvert”, de Isabelle Blondie, é centrada em dois irmãos com uma grande diferença de idade. Martin (Manu Payet) já é quase quarentão, alcoólatra e drogado, não trabalha e vive passando por clínicas de recuperação. O mais novo, Gabriel (Zacharie Chasseriaud), de 16 anos, vive no mundo da lua e acaba se apaixonando por uma mulher com o dobro de sua idade, Mathilde Carmain (Veerle Baetens). Os irmãos são filhos de um horticultor, o esquisito Francis Vauvel (Fabrice Luchini, pai da diretora). Parece uma comédia romântica. Como não provoca risos nem sorrisos, não emplaca como comédia. Como romance, também passa longe. Ou seja, não há muitos atrativos que possam motivar uma recomendação entusiasmada, a não ser a presença da atriz belga Veerle Baetens, que arrasou no ótimo “Alabama Monroe”, filme de 2012, e que aqui está mais sensual do que nunca. O grande ator Fabrice Luchini aparece pouco, provavelmente para dar uma força para a filha diretora. Em resumo, filme dos mais descartáveis. Ao contrário do que diz o título, nem o início é promissor.