“JUDAS E O MESSIAS NEGRO” (“JUDAS
AND THE BLACK MESSIAH”), 2021, Estados Unidos, 2h06m, em cartaz no
Prime Vídeo, direção de Shaka King, que também assina o roteiro com Will
Berson. Embora tenha recebido cinco indicações ao Oscar (leia no final do comentário) e conquistado uma estatueta (Melhor Ator Coadjuvante), o filme não teve
a divulgação que merecia, decepcionando nas bilheterias. É um grande filme, um
dos melhores a tratar das manifestações pelos direitos civis dos negros
norte-americanos. Em 1969, logo após a morte de Martin Luther King, surgia um
novo líder: Fred Hampton (o ator inglês Daniel Kaluuya, de “Corra”). Com apenas
21 anos, Fred já era presidente dos Panteras Negras e seus discursos atraiam
milhares de pessoas nas principais cidades dos EUA. Fred era radical. Não só defendia os direitos civis
dos negros, mas também a luta armada, principalmente contra os policiais e os capitalistas. Ele
era comunista convicto, admirador de Mao, Stalin e Che Guevara. A ascensão de
Fred começou a preocupar o FBI. O agente Roy Mitchell (Jesse Plemons) recrutou
Bill O’Neal (Lakeith Stanfield), um ladrão de carros, para se infiltrar nos
Panteras Negras e vigiar Fred Hampton. As informações fornecidas por Bill ajudaram
o FBI a desbaratar a organização Panteras Negras, culminando com o assassinato
de Fred. Trocando em miúdos, “Judas e o Messias Negro” é um grande filme,
poderoso, tocante. Mereceu com justiça as 5 indicações ao Oscar (a Academia
inovou ao criar duas indicações para Melhor Ator Coadjuvante - vencido por
Daniel Kalluuya, mas Lakeith Sanfield também merecia – Melhor Filme, Melhor
Roteiro Original e Melhor Fotografia. Merecia muito mais, pois é um filmaço! (Nos créditos finais, o filme mostra o informante Bill O'Neal dando uma entrevista nos anos 90).