quinta-feira, 20 de julho de 2023

 

“JUDAS E O MESSIAS NEGRO” (“JUDAS AND THE BLACK MESSIAH”), 2021, Estados Unidos, 2h06m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Shaka King, que também assina o roteiro com Will Berson. Embora tenha recebido cinco indicações ao Oscar (leia no final do comentário) e conquistado uma estatueta (Melhor Ator Coadjuvante), o filme não teve a divulgação que merecia, decepcionando nas bilheterias. É um grande filme, um dos melhores a tratar das manifestações pelos direitos civis dos negros norte-americanos. Em 1969, logo após a morte de Martin Luther King, surgia um novo líder: Fred Hampton (o ator inglês Daniel Kaluuya, de “Corra”). Com apenas 21 anos, Fred já era presidente dos Panteras Negras e seus discursos atraiam milhares de pessoas nas principais cidades dos EUA. Fred era radical. Não só defendia os direitos civis dos negros, mas também a luta armada, principalmente contra os policiais e os capitalistas. Ele era comunista convicto, admirador de Mao, Stalin e Che Guevara. A ascensão de Fred começou a preocupar o FBI. O agente Roy Mitchell (Jesse Plemons) recrutou Bill O’Neal (Lakeith Stanfield), um ladrão de carros, para se infiltrar nos Panteras Negras e vigiar Fred Hampton. As informações fornecidas por Bill ajudaram o FBI a desbaratar a organização Panteras Negras, culminando com o assassinato de Fred. Trocando em miúdos, “Judas e o Messias Negro” é um grande filme, poderoso, tocante. Mereceu com justiça as 5 indicações ao Oscar (a Academia inovou ao criar duas indicações para Melhor Ator Coadjuvante - vencido por Daniel Kalluuya, mas Lakeith Sanfield também merecia – Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia. Merecia muito mais, pois é um filmaço! (Nos créditos finais, o filme mostra o informante Bill O'Neal dando uma entrevista nos anos 90). 

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