terça-feira, 31 de dezembro de 2013


“Todos temos um plano” (“Todos tenemos um plan”) é um drama argentino cujo principal trunfo é ter no elenco o ator Viggo Mortensen. Ele é o médico pediatra Agustin, com consultório em Buenos Aires. Farto de atender crianças e em crise com a esposa, ele recebe a visita do seu irmão gêmeo (interpretado também por Mortensen), que revela ter pouco tempo de vida por causa de um câncer no pulmão. Era a oportunidade que Agustin esperava para sair daquela vida entediante. O irmão morre e ele assume sua identidade, indo viver onde o irmão morava, na região do delta do Tigre. Só que Agustin não sabia que o irmão estava envolvido com criminosos. Até que o filme funciona como suspense. Além de Mortensen, o elenco tem Soledad Villamil, Javier Godino, Daniel Fanego e Carolina Román. É o primeiro filme dirigido por Ana Piterbarg. Como morou durante 10 anos na Argentina quando era adolescente, Mortensen domina muito bem o castelhano.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A ideia é interessante. Transformar num reality show o julgamento de um jovem acusado de matar uma mulher. Todo julgamento é filmado ao vivo e o júri é simplesmente formado pelos espectadores, no caso, a população da Flórida. Este é o tema central do filme "A Sentença" ("Citizen Verdict"), produzido em 2003 e que passou despercebido por aqui. O filme é bem feito, transmite com perfeição o clima de um reality show e tem uma das sequências mais chocantes que eu já vi de morte por injeção letal. Tudo transmitido ao vivo e em cores. No elenco, os mais conhecidos são Armand Assante, Jerry Springer e Roy Scheider.

Não sei se por problemas de distribuição ou falta de divulgação, a comédia nacional "Elvis & Madona" teve uma passagem tímida pelos cinemas em 2011. Não merecia, pois é um ótimo filme. Conta a história de um inusitado casal que se apaixona em Copacabana. Ele (ou ela), um travesti que trabalha como cabeleleira num salão de beleza. Ela (ou ele), uma jovem lésbica que trabalha como entregador de pizza e deseja ser fotógrafa(o) profissional. Simone Spoladore faz Elvira, aliás Elvis. Igor Cotrim faz a Madona. Este último está espetacular. Os dois carregam o filme nas costas, mas os coadjuvantes também estão ótimos, com destaque para Sérgio Bezerra, que faz o "João Tripé", ex-amante de Madona. Maitê Proença também arrasa como a mãe de Elvis. A trilha sonora é uma atração à parte. Enfim, uma comédia que merece ser vista agora em DVD.



“O Estranho Caso de Angélica”, de 2010, é mais um filme do diretor português Manoel de Oliveira. Um fotógrafo vai de Lisboa à Região do Douro fotografar os trabalhadores de uma vinha. Numa determinada, ele é acordado na pensão em que está hospedado e contratado para fotografar o cadáver de uma linda moça. No meio de seus cliques, ele vê - imagina, claro - o cadáver sorrir para ele. A partir daí, ele fica obcecado e acaba se apaixonando perdidamente pela morta, passando o resto do filme catatônico, sorumbático e macambúzio. Quando dirigiu o filme, Oliveira estava com 101 anos, mas tinha o roteiro em mãos desde 1951. Os críticos profissionais adoram o diretor português, mas para nós, simples mortais, é difícil achar seus filmes agradáveis. Mas tem lá o seu lado criativo, original. Um detalhe interessante do filme é a presença da atriz brasileira Ana Maria Magalhães como uma das hóspedes da pensão.    

"A Família" ("The Family") conta a história de uma família novaiorquina que está sob proteção do FBI há seis anos. De tanto aprontar em vários lugares, por questão de segurança os integrantes da família são "mudados" para a Normandia (França), onde continuam aprontando as maiores confusões. Taí mais uma ótima comédia, ainda mais com um elenco que tem Robert De Niro, Michelle Pfiffer e Tommy Lee Jones. O diretor é o francês Luc Besson. Como o tema é a Máfia, De Niro está à vontade, dando show mais uma vez. Michelle Pfiffer deve ter tomado o soro da juventude. Está ainda mais bonita e em grande forma. Assistir "A Família" é um programão
Manipulação psicológica e os perigos do uso descuidado da Internet são os principais ingredientes desse espetacular suspense inglês “Você quer que eu o mate?” (“uwantme2killhim?”), de 2013,  dirigido por Andrew Douglas. O adolescente Mark (Jamie Blackley) é um craque no futebol e admirado pelos alunos – e principalmente pelas alunas – do colégio. Seu melhor amigo é John (Toby Regbo), que é chamado de “paquistanês” por causa do padrasto imigrante. Por isso, e por seu jeito tímido, ele é maltratado por outros alunos. Enquanto isso, Mark começa um namoro virtual com Rachel pela Internet. Ela se diz irmã de John e que ele proteja o irmão. Uma agente do serviço secreto inglês entra no circuito e vai acabar complicando a vida de Mark. Toda essa história vai sofrer uma reviravolta incrível. É tensão do começo ao fim, um filme irresistível. Inacreditável também que tudo aconteceu de verdade em 2003 na Inglaterra. Imperdível!

“O Caixão” (“The Coffin”) é um filme de terror de 2008. Trata-se de uma co-produção Coréia do Sul, Tailândia, Cingapura e EUA, com a direção de Ekachai Uekrongthan. Existe na Tailândia um ritual durante o qual as pessoas alugam caixões e se deitam para rezar. Dizem que espanta os males e cura doenças.  É fato real. No filme, Su, uma moça diagnosticada com câncer de pulmão, participa do ritual e fica curada. Chris, um rapaz cuja namorada está em coma, também participa, segurando um bilhete com o nome dela. Dias depois, ela sai do coma e volta à vida normal. Só que de repente as pessoas envolvidas começam a ter alucinações e visões de mortos, o que dá um toque sobrenatural ao filme. Apesar de alguns sustos, o filme tem um enredo meio confuso. É preciso prestar muita atenção para entender. Só pra quem curte o sobrenatural.
“A Sombra do Inimigo” (“Alex Cross”), de 2012, é um filme policial dirigido por Rob Cohen.  A história é baseada no livro “Cross”, do escritor James Patterson, e tem como principal protagonista o detetive  psicólogo Alex Cross (Tyler Perry). Desta vez, Cross enfrenta um cruel serial killer, Michael, num desempenho magistral de Mattew Fox. O elenco conta ainda com Edward Burns como o parceiro de Cross. O detetive de Patterson já foi interpretado por Morgan Freeman em dois filmes: “Beijos que Matam” (1997) e “Na Teia da Aranha” (2001). Quem gosta de um bom filme policial vai curtir “A Sombra do Inimigo”. Afinal, tem uma boa história e bastante ação.

 
“O Passado” (“Le Passé”), de 2013, é mais um grande filme francês, um drama familiar da melhor qualidade. Após quatro anos separado de Marie (Bérénice Bejo), Ahamad retorna do Irã a Paris para concluir o processo de divórcio. Sua mala some no aeroporto e Marie o convida para ficar em sua casa. Ahamad vai encontrar uma família à beira de um ataque de nervos. Marie está em crise com a filha adolescente Lucie (Pauline Burlet) e não consegue se entender com o filho de 5 anos do novo companheiro, Samir (Tahar Rahim). Ahamad entra nesse turbilhão como pacificador/mediador. Durante esses dias, segredos do passado serão revelados. Por seu desempenho, Bérénice (“O Artista”) ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes 2013. O diretor Asghar Farhadi é o mesmo de “A Separação”, filme iraniano que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2012.  Imperdível!
“O fim do amor” (“The end of love”) é um filme independente norte-americano de 2012, dirigido por Mark Webber. Ele também é o principal protagonista, pai viúvo de um menino de dois anos (seu filho na vida real), ator de segundo escalão desempregado. O filme inteiro é o menino tagarelando, fazendo perguntas. E o pai respondendo o tempo todo. Até que no começo você acha que a criança é esperta, uma gracinha. Com o decorrer do filme, porém, você começa a se irritar. Parece que o menino está ali do seu lado na sala. Insuportável! O pai veste a carapuça de vítima e fica num baixo astral o filme inteiro. Numa cena em que está quase levando Lydia (a charmosa Shannyn Sossamon) para a cama, ele diz que está com dor de barriga. Tenha paciência! Apesar das pontas de Michael Cera, Amanda Seyfried e Jocelin Donahue, o filme é muito chato. Nem com muita paciência é possível curtir esse abacaxi. Bem azedo, aliás... 

 
"A Teacher", de 2013, é um drama norte-americano de suspense que conta a história do envolvimento de uma professora do ensino médio com um de seus alunos. Ela, Diana (Lindsay Burdge), com seus trinta e poucos anos, ele, Eric (Will Brittain), com seus 17 ou 18 anos. Durante as aulas, Diana percebe que Eric está flertando com ela, que não nega fogo. A relação começa com umas rapidinhas no carro. Nada sério. Com o tempo, porém, eles vão se envolvendo cada vez mais. Diana tem a preocupação de manter a relação secreta, com medo de perder o emprego, mas continua a se encontrar com o aluno. Mas um deles levará a relação muito a sério, a ponto de virar uma obsessão. Aí fica difícil manter a coisa em segredo. A atriz Lindsay Burdge faz um excelente trabalho como a professora. É o segundo filme dirigido por Hannah Fidell. Sem dúvida, um ótimo suspense. 
“Um Estranho no Lago” (“L’inconnu du Lac”), de 2013, é um drama policial francês dirigido por Alain Guiraudie. Num lago nudista durante o verão, vários homens (?) homossexuais ocupam sua orla com o objetivo de conhecer potenciais parceiros. Às vezes, apenas um cumprimento rápido ou um sorriso é motivo para o casal se embrenhar no bosque e mandar ver. Já vou avisando: tem várias cenas de sexo explícito. Um dos homossexuais, porém, é assassinado e seu corpo encontrado boiando no lago. Apesar disso, a pegação prossegue como se nada tivesse acontecido, até que a polícia começa a investigar. O filme foi vencedor do Prêmio “Queer Palm” do Festival de Cannes2013, ao qual concorrem produções com temática gay. Aviso: só para adultos.   
“Coisas que fazemos por amor” (“Kaikella rakkaudella” ou “Things we do for Love”), de 2013, é uma co-produção Finlândia/Noruega. É um drama pesado que conta a história do fotógrafo Toivo (Sampo Sarkola) e sua paixão por Ansa (Krista Kosonen), uma mulher complicada e rodeada de problemas, como um ex-marido violento, uma filha, um cunhado sem-vergonha etc. O enredo às vezes confunde. Você acha que é isso e é aquilo. Os cenários são muito bonitos, incluindo paisagens da primitiva Lapônia.

 
Vale r ecordar e rever um dos filmes mais bonitos que exploram o tema da velhice: “As Baleias de Agosto” (“The Whales of August”), produção americana de 1987. As irmãs Sarah (Lillian Gish) e Libby (Bette Davis) moram numa casa isolada no litoral do Maine. Sarah se dedica a cuidar de Libby, cega e manca, há muitos anos. Libby é amarga e rabugenta ao extremo, tratando mal quem as visita, principalmente o imigrante russo Maranov (Vincent Price). Na época das filmagens, Lillian Gish tinha 93 anos e seu desempenho é nada menos do que espetacular, assim como o de Bette Davis, mas quem foi indicada para o Oscar de atriz coadjuvante foi Ann Sothern, que interpreta Tisha, grande amiga das irmãs. O filme, baseado numa peça teatral de David Berry, é poético e muito sensível. 
A comédia “Meu passado me condena” fez a segunda melhor estreia em 2013, em termos de público, nos cinemas nacionais, perdendo apenas para “Somos tão Jovens”. É bastante divertida. Conta as peripécias do casal Fábio (Fabio Porchat) e Mía (Mía Mello) durante a viagem de lua de mel num navio de cruzeiro para a Itália. Ela vai dar de cara com um ex-namorado e ele com uma antiga e desejada colega de colégio. Se as coisas já não andavam boas entre o casal, pioraram bastante quando Fábio encontra um amigo mochileiro na escala em Marrocos. O filme é uma adaptação de uma série de TV com o mesmo nome e o primeiro dirigido por Júlia Rezende. Diversão garantida!   

 

“Frances Ha”, produção norte-americana de 2012, chegou aos nossos cinemas, há alguns meses, com o status de filme cult. Rotulado de comédia, o filme ganhou elogios da Crítica e até foi comparado com o estilo de Woody Allen. Criada essa expectativa, você senta na poltrona certo de que vai assistir a um ótimo filme. Nada disso. O filme é verborrágico demais e os diálogos passam a anos–luz dos filmes de Woody Allen. A Frances do filme é uma chata de galocha, trintona frustrada, fracassada e desengonçada que tenta ingressar numa companhia de balé em Nova Iorque, mas não consegue. É abandonada pela amiga que divide o apartamento e seus relacionamentos amorosos são um fracasso. Greta Gerwig interpreta Frances e Mickey Sumner (filha de Sting na vida real) é a amiga Sophie. A história se passa em Nova Iorque e o filme é em preto e branco, únicas semelhanças com “Manhatan”, de Allen.
“Último Desejo” (“As I Lay Dying”), de 2013, é um drama pesado adaptado do romance escrito por William Faulkner em 1930. O roteiro foi escrito pelo ator James Franco, que também atua e dirige o longa. A história gira em torno da família Bundren, dona de uma pequena propriedade rural no interior do Mississipi. Depois de longa enfermidade, Addie, matriarca da família, morre e seu último desejo é ser enterrada em sua cidade natal, Jefferson, bastante distante. O filme mostra essa viagem, com toda a família a bordo de uma carroça. Franco utiliza em quase todo o filme o recurso da tela dividida, mostrando a mesma cena de ângulos diferentes. Também reproduz, nas falas dos atores, várias citações literárias do livro de Faulkner, o que torna o filme bastante cansativo. A história é trágica demais para quem está a procura de entretenimento. 

A divertida comédia “Cine Holliúdy”, produção cearense de 2013 dirigida por Halder Gomes, conta a história de Francisgleydisson (Edmilson Filho), que, no início dos anos 70, inaugura o Cine Holliúdy numa cidadezinha do interior do Ceará. O filme é todo legendado, já que a língua falada é o “cearencês”. Os tipos são muito engraçados. O ator Roberto Bomtempo está ótimo como o prefeito da cidade, o cantor Falcão faz o cego Isaías e tem até a presença do cantor Marcio Greick, cujas músicas bregas fizeram grande sucesso nos anos 60/70 e estão na trilha sonora do filme. “Cine Holliúdy” é muito criativo e original, tem cenas e diálogos hilariantes. Não sei se foi intenção do diretor, mas a sessão inaugural do Cine Holliúdy lembra as hilariantes sessões de cinema dos clássicos “Cinema Paradiso”, de Tornatori, e “Amarcord”, de Fellini. Confira esta ótima novidade do cinema nacional. 
“Nome de Código: Paulette” (“Paulette”) é uma comédia francesa de 2012, dirigida por Jérôme Enrico. É o último filme da atriz Bernadette Lafont, que faleceu em julho de 2013 aos 74 anos. Lafont foi uma das atrizes mais importantes da Nouvelle Vague nos anos 50/60. “Paulette” conta a história de uma viúva rabugenta e politicamente incorreta que mora num bairro barra-pesada na periferia de Paris. Ela detesta negros e imigrantes. Com uma mísera pensão, ela acaba ingressando no tráfico de drogas e começa a ganhar dinheiro. Pra complicar ainda mais a situação, o genro de Paulette é um policial. O filme tem situações hilariantes e é muito divertido. Além de Lafont, conta ainda no elenco com a atriz espanhola Carmen Maura, eterna musa de Almodovar, e Dominique Lavanan.    
“Marie Kroyer” (“Marie’s Valg”), de 2012, é um belíssimo drama de época que conta a história do casamento tumultuado do pintor dinamarquês Peder Severin Kroyer com a pintora Marie Kroyer. Peder foi um dos maiores pintores da Dinamarca e de toda a Europa. Casado com Marie e com uma filha de seis anos, Peder sofria de distúrbios mentais e maltratava a esposa. Esta, cansada de sofrer nas mãos do marido, vai passar uma temporada com uma amiga na Suécia. É quando conhece o compositor Hugo Alfvén, com quem acaba tendo um caso. O filme é dirigido pelo diretor sueco Bille August, o que já é garantia de qualidade. Simplesmente imperdível! 
“Segredos de Sangue” (“Stoker”), de 2012, EUA/Reino Unido, é um suspense psicológico no estilo Hitchcock. O diretor do filme, o sul-coreano Park Chan-Wook, é conhecido por explorar violência e sexo nos seus trabalhos. Neste “Segredos de Sangue”, Wook não faz diferente. No dia do aniversário de 18 anos de India (Mia Wasikowska), seu pai morre num suspeito acidente de carro. Charlie (Matthew Goode) chega para o enterro do irmão. India não sabia da existência do tio, que se hospeda na casa e começa a assediar a cunhada viúva Evelyn (Nicole Kidman). Mas India e Charlie vão descobrir que têm algo em comum. E não é coisa boa.       
Baseado no romance de Margaret Mazzantin, publicado aqui no Brasil como “A Rosa de Sarajevo”, “Venuto ao Mondo” (“Twice Born”), 2012, é uma co-produção Itália/Espanha/Croácia. O filme foi lançado no Festival de Toronto de 2012. Antes do início da guerra da Bósnia, a jovem italiana Gemma (Penélope Cruz) vai para Sarajevo para um trabalho de tese e lá conhece o fotógrafo Diego (Emile Hirsch). O amor entre os dois caminha aos percalços e em meio à guerra. Dezesseis anos depois, já casada com outro e morando na Itália, Gemma volta a Sarajevo para reencontrar os antigos amigos (Diego já havia morrido). Nessa viagem, muitos segredos serão revelados. Trata-se de um drama com clima de novelão e ainda com muitos flashbacks. Foi dirigido pelo diretor e ator Sérgio Castelitto. Jane Birkin aparece numa ponta. Na minha opinião, o resultado é decepcionante.
“A Vida, acima de tudo” (“Life Above All”), de 2010, é uma co-produção África do Sul/Alemanha. Impossível não se sensibilizar com a história de Chanda, uma menina de 12 anos que mora com a família nos arredores de Joanesburgo. Começa o filme e lá está ela escolhendo um caixão para sua irmã recém-nascida. Ela volta para casa e avisa a mãe que encomendou o caixão, mas a mãe dá a notícia: o pai, alcoólatra inveterado, roubou o dinheiro que a família havia poupado. Como desgraça pouca é bobagem, a mãe de Chanda entra em depressão profunda e foge de casa. Chanda, ótima aluna, é obrigada a abandonar o colégio para cuidar dos dois irmãos menores. É um drama trágico, mas muito comovente e bem feito. O filme é baseado no romance “Chanda’s Secrets”, do escritor canadense Allan Stratton. 

 
 “A Fuga” (“La Fuga”), dirigido por Eduardo Mignogna, é um filme argentino de 2001. Conta a história da fuga de vários fugitivos do Presídio de Buenos Aires no verão de 1928. Cada um deles tem sua trajetória contada no filme, desde os motivos que os levaram à cadeia – em flashbacks – até o destino que tiveram após a fuga. Apesar da presença de grandes astros do cinema argentino, como Ricardo Darín, Norma Aleandro, Miguel Ángel Solá, Gerardo Romano e outros, o filme não tem a qualidade habitual da produção recente do país vizinho. De qualquer forma, deve interessar os fãs do cinema argentino.  
“Tese sobre um Homicídio” (“Tesis sobre um Homicidio”) é um suspense psicológico argentino de 2013, com o astro Ricardo Darín. É o segundo filme dirigido por Hernan Goldfrid. Darín é Roberto Bermudez, um professor de pós-graduação em Direito Criminal. Um crime acontece em frente à faculdade e Bermudez resolve investigar por conta própria. Uma série de coincidências, que o professor encara como indícios incriminatórios, aponta como suspeito o estudante Gonzalo (Albert Ammann), o melhor aluno da turma. A certeza de Bermudez quanto à culpa de Gonzalo vira obsessão. O filme é muito bom e, como sempre, Ricardo Darín está ótimo. Ainda no elenco, Arturo Puig e Calu Rivero. Mais um gol de placa do cinema argentino. 

domingo, 29 de dezembro de 2013

“O Mirante” (“Gözetleme kulesi”) é uma produção turca de 2012. Trata-se de um drama um tanto arrastado. Conta a história de Nihad, empregado de um mirante no alto de uma montanha. Ele é responsável por vigiar as florestas ao redor com o objetivo de identificar possíveis focos de incêndio. Ele conhece Seher, uma garota que trabalha num posto rodoviário e que está grávida do próprio tio. O relacionamento de Seher com Nihad vai se estreitar a partir do nascimento do bebê. Dirigido por Pelin Esmer, o filme foi premiado em vários festivais de cinema pelo mundo afora, inclusive em Rotterdam. Recomendo apenas para os adeptos dos chamados filmes de arte e para estudantes de cinema. 
A co-produção de “A Parada”, de 2012, parece uma ONU, pois engloba Hungria, Sérvia, Croácia, Eslovênia e Alemanha. É uma comédia com pano de fundo sério, ou seja, a antiga discriminação dos gays em Belgrado, capital da Sérvia. Desde 2001 que o pessoal GLS de Belgrado quer promover uma Parada do Orgulho Gay, mas sempre sofre ataques e agressões por parte de grupos neonazistas. Finalmente, em 2010, o evento é bem sucedido, pois teve a proteção de um grande contingente policial. O que poderia ser um drama virou uma ótima comédia, principalmente quando um grupo de gays negocia proteção com um pessoal barra-pesada. Algumas situações são hilariantes. Dirigido por Srdjan Dragojevic, o filme ganhou vários prêmios em festivais internacionais, inclusive o Internacional de Berlim em 2012
“O Mistério de La Sal” (“Bajo La Sal” ou em inglês “Under the Salt”) é um filme mexicano de 2008, um misto de suspense e policial. Até que começa bem, com a chegada de um policial experiente da Cidade do México à pequena Santa Rosa de la Sal para ajudar nas investigações de vários crimes contra moças entre 20 e 25 anos. Os primeiros cadáveres aparecem numa salina, o que explica o título. O que parecia promissor como enredo numa produção policial acaba se transformando numa trama um tanto capenga, com os clichês de praxe e suspeitos interpretados por atores muito fracos, como quase todos os que trabalham no filme. O final desanda de vez e a cena final acaba se transformando num cenário de filme trash.         

 
Mais um excelente filme argentino, o que não é novidade. “Juan e Evita, uma história de amor” (“Juan y Eva”), de 2011, mostra como Peron e Evita se conheceram, em 1944, e os acontecimentos políticos nos 18 meses seguintes, até a eleição de Peron como presidente. Com muitos vídeos document ais da época, o filme tem como pano de fundo os bastidores da situação política na Argentina. Julieta Díaz (Evita) e Osmar Núñes (Peron) estão ótimos, além de muito bem caracterizados. O filme, dirigido por Paula de Luque, foi eleito o melhor do Festival de Bogotá e indicado a 8 premiações pela Academia de las Artes y Ciencias Cinematográficas de la Argentina. Quem gosta de História não deve perder.

 
Nos anos 90, na pequena cidade australiana de Snowtown, a 140 km de Adelaide, um serial killer  mata dezenas de pessoas. A história desse assassino, considerado o maior monstro que já surgiu na Austrália, é mostrada no filme “Os Crimes de Snowtown” (“Snowtown”), de 2011. É um filme bastante desagradável de assistir, pois é realista demais nas cenas de sadismo e tortura. A produção australiana, dirigida por Justin Kurzel, mostra como John, o serial killer, vai viver na casa da namorada, uma mulher separada e com três filhos. John logo se torna o ídolo dos jovens, mas sua personalidade maléfica logo vem à tona. Só para se ter uma ideia, ele promove reuniões com o pessoal do bairro para planejar o assassinato de pedófilos e homossexuais. No meio do papo, o pessoal analisa e avalia várias sugestões de tortura e maneiras de matar. Não recomendo para quem tem estômago fraco. 
“In our Nature”, EUA, 2012, é um filme independente com Zach Gilford, Jena Malone, John Slattery e Gabrielle Union. Trata-se de um drama um tanto arrastado. Há diálogos interessantes, mas muito longos. Seth (Gilford) vai com a namorada (Jena) passar o final de semana na casa de campo do pai, Gil. Seth tem a intenção de pedir a moça em casamento. Só que Gil tem a mesma ideia de passar o final de semana na casa com a namorada bem mais jovem. O encontro dos dois casais vai desencadear uma série de desentendimentos, principalmente entre pai e filho, que não se dão bem há muito tempo. Reconciliá-los torna-se a missão das moças. O quarteto de atores é muito bom, com destaque para Jane Malone.
 

 
Mesmo não sendo tão bom quanto seu homônimo norte-americano, este “O Quarteto” (“Quartet”), de 2012, é uma comédia deliciosa. Trata-se do primeiro filme dirigido por Dustin Hoffman. Mas é no elenco de veteranos que o filme tem seu forte: Maggie Smith, Tom Courtenay, Pauline Collins e Billy Connolly. Eles vivem num asilo para músicos e cantores aposentados e se preparam para a grande apresentação do final de ano, “Rigoletto”. É quando chega a ex-diva da ópera interpretada por Maggie, que continua de nariz empinado mesmo depois de ficar pobre, e alguns fatos do passado precisarão ser revistos. O trabalho agora é convencer a arredia Maggie a participar.    
Misture as estrepolias dos Trapalhões e as confusões dos Três Patetas. Esses ingredientes estão na comédia francesa “A Mentira tem perna curta” (“Les Mythos”), de 2011. E, claro, nesses filmes sempre haverá uma mulher bonita, no caso a atriz belga Stéphanie Crayencour. Ela é filha de um magnata belga e para onde vai sempre tem um séquito de seguranças para protegê-la. Ela decide ir para Paris e, por engano, o assessor do magnata contrata três seguranças da pior qualidade, Moussa (Ralph Amoussou), Nico (Alban Ivanoff) e Karim (William Lebghile), que haviam perdido o emprego de seguranças num supermercado por incompetência. Dá pra rir de algumas situações, mas só vai agradar os fãs de comédias escrachadas.            
“Acima do Silêncio” (“Boven is het stil”), co-produção Holanda/Alemanha, 2013, de Nanouk Leopold, diretora holandesa que também dirigiu o cultuado “Movimento Browniano”. Helmer (Jeroen Willems) é um fazendeiro cinquentão que vive solitário numa pequena fazenda holandesa. Ele trabalha duro na fazenda, já que não tem empregados, e ainda por cima cuida do pai, velho e doente entrevado numa cama. Helmer não se queixa, mas seu semblante não esconde que é infeliz com essa vida. Um clima de tensão vai crescendo durante o filme e você acha que tudo vai acabar numa tragédia. Com a chegada de um jovem ajudante, porém, um segredo do passado de Helmer vai se revelar. Prepare-se: é um filme bastante melancólico, arrastado, feito de silêncios. Mas não deixa de ser interessante. 
“Busca Desesperada” (“Inescapable”),  co-produção Canadá/África do Sul de 2012. Adib (Alexander Siddig) saiu da Síria há mais de 20 anos e agora mora em Toronto (Canadá), onde trabalha numa firma de computação. Um dia, ele recebe um telefonema de Damasco (Síria) informando que sua filha mais velha, Muna, fotógrafa profissional, está desaparecida. Ele tem certeza  que ela foi sequestrada. Adib resolve ir para Damasco procurar a filha e durante essa viagem vai se defrontar com os fantasmas do passado, já que era ligado à Polícia Secreta da Síria, além de rever um grande amor. Um suspense legal, com alguma ação, reviravoltas e muitas intrigas. Marisa Tomei e Joshua Jackson também estão no elenco. 

Misto de comédia dramática e humor negro, “A Estranha Família de Igby” (“Igby goes down”), de 2002, dá a oportunidade, a quem interessar, de assistir a um ótimo filme. Além disso, é delicioso conferir também o início da carreira de atores como Kieran Culkin, Claire Danes, Amanda Peet e Ryan Phllippe. É a história do jovem Igby (Culkin) e de seu irmão (Ryan), filhos de um pai esquizofrênico (Bill Pullman) e de uma mãe (Susan Sarandon) que está à beira da morte com câncer.  Os dois jovens vão morar longe dos pais e terão a oportunidade de amadurecer na prática. Igby é menos certinho que o irmão e, por isso, vai passar por situações difíceis e outras bastante prazerosas, como dividir os lençóis com Amanda Peet e Claire Danes. Aliás, ambas estão bem bonitas e sensuais.

São raras as comédias românticas que demonstram um mínimo de inteligência. “Um beijo a mais” (“The last kiss”) é uma dessas exceções. Trata-se de uma produção americana de 2006 com Zach Braff, Jacinda Barret, Casey Affleck, Tom Wilkinson e Blythe Canner. A trama envolve os relacionamentos amorosos de quatro amigos. Cada qual com seus problemas, tudo levado no maior bom humor e em ritmo de comédia. Ninguém está livre de uma crise conjugal parece ser a mensagem principal do filme. Quem parece estar de bem com a vida e com a mulher é o personagem de Zach, prestes a ser pai. Até que aparece uma estudante assanhada para atiçar o rapaz. Como a carne é fraca (não deve ser Friboi), o cara entra na maior enrascada. As situações são ótimas e você vai rir bastante. 
 “Dose Dupla” (“2 Guns”), de 2013, é um filme de ação com Denzel Washington, Mark Wahlberg, Paula Patton, Bill Paxton, Fred Ward e Edward James Olmos.  Bobby (Denzel) é um policial da Narcóticos e Stig (Wahlberg) é agente do setor de inteligência da Marinha. Só que um não sabe da verdadeira identidade do outro.  Os dois trabalham juntos há dez meses e tentam se infiltrar no cartel de drogas de um traficante mexicano (Olmos). Não dá certo e eles então resolvem roubar um banco – não se deve levar a sério o enredo um tanto fantasioso. No meio, até a CIA quer o dinheiro roubado. Tem bastante ação, humor, tiros, pancadaria e mulher bonita (a morenaça Paula Patton está irresistivelmente sensual). Programa para curtir com um saco de pipoca na mão.  
“O Jogo Mortal” (“The Deadly Game”) é um suspense policial inglês com trama bastante intrincada. Criminoso (Tony Stephens) se vê naquela situação “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Ele é perseguido por um policial violento e sem escrúpulos (Rufus Swell) e por um chefe mafioso poderoso (Gabriel Byrne). Conchavos e intrigas não faltam. Os ambientes são todos chiques, não tem pobreza no filme. Os policiais se locomovem numa Range Rover, todo mundo almoça e janta em restaurantes cinco estrelas. E a única personagem feminina do filme é a da maravilhosa atriz espanhola Elsa Pataki. Enfim, o filme é muito bom, prende a atenção até o fim e tem suas reviravoltas, como todo bom policial deve ter. 


“O pecado de Hadewijch” (“Hadewijch”), produção francesa de 2009, não é muito fácil de ver. É um tanto arrastado, triste. Mas é um filme muito forte. Conta a história da adolescente Celine (Julie Sokolowski), estudante de Teologia que pretende ser freira. Só que ela não segue as regras do convento. A madre a envia para casa (na verdade uma mansão, já que o pai é um importante ministro francês). Celine é católica fervorosa, mas diz que sente a falta da presença de Deus. Ela então conhece um jovem desocupado africano que a apresenta ao irmão, professor da religião muçulmana. Celine, mais perdida do que cego em tiroteio, arrasta suas asas para o Islã. E aí, tudo é possível. O filme é baseado na história verídica da cristã holandesa Badewijch de Antuérpia, que viveu no século 13.  

“Simplesmente uma Mulher” (“Just like a woman”), de 2013, lembra muito “Thelma & Louise”, filme de 1991 com Susan Sarandon e Geena Davis. Marilyn (Sienna Miller) sofre uma desilusão amorosa e Mona (a iraniana Golshifteh Farahani) é maltratada pela sogra árabe pelo fato de não poder ter filhos. As duas resolvem fugir dos problemas e pegar a estrada para sair de Chicago. Para faturar uma graninha, se apresentam em números de dança do ventre em bares de quinta categoria. Uma delas – não vou dizer qual – é acusada de assassinato e passa a ser procurada pela polícia. O filme nada mais é do que um road movie, que se salva pela beleza e charme da dupla de protagonistas, principalmente Sienna Miller. Se você gosta de road movies, prefira rever “Thelma & Louise”, que ainda por cima tem Brad Pitt em início de carreira.
 “Faça chuva ou faça sol” (“Come rain, come shine”), produção inglesa de 2010 feita para TV, conta a história de Don, um velho estivador aposentado que vive tranquilamente com a esposa num subúrbio de Londres.  Ele morre de orgulho pelo filho, que trabalha no ramo imobiliário e está nadando em dinheiro. A filha vive um relacionamento tempestuoso e problemático com um imigrante africano. Com o tempo, o filho perde tudo e é obrigado a morar com a esposa e o filho na casa dos pais. Aí a coisa pega. O filho revela-se um picareta e mulherengo e o relacionamento familiar transforma-se num drama e num cenário conflituoso que não têm tamanho. O elenco, à frente David Janson e Alison Steadman,  é um tanto desconhecido para nós. Você vê o filme e se pergunta: “Até que ponto seremos capazes de nos sacrificar por amor aos nossos filhos?”. Veja o filme e responda.
“Trem Noturno para Lisboa” (“Comboio Noturno para Lisboa” ou “Night Train do Lisbon”) conta a história de um professor de Latim, Raimund Gregorius (Jerome Irons) em Berna, Suíça, que fica obcecado por um escritor português chamado Amadeu de Prado, depois de encontrar um livro escrito pelo gajo nos pertences de uma garota que tentou o suicídio e que ele salva. O professor resolve ir para Lisboa e conhecer melhor a vida do escritor, falecido há muitos anos. O enredo tem como pano de fundo a ditadura de Salazar. O elenco é sensacional. Além de Irons, tem Bruno Ganz, Melanie Laurent, Charlotte Rampling, Christopher Lee, Lena Olin, Martina Gedeck e Jack Huston. A direção é do sueco Bille August. Um filme muito interessante para quem tem um gosto mais refinado.  
“A Marca” (“Twisted”), de 2004, tem como protagonistas principais a linda Ashley Judd, Samuel L. Jackson e Andy Garcia. Depois de prender um criminoso procurado há tempos, a policial Jéssica (Ashley) é promovida a inspetora do Depto. de Homicídios. Só que ela tem um defeito: é meio ninfomaníaca, chegada num sexo casual. De uma hora para outra, seus parceiros de cama começam a aparecer mortos. Ela começa a investigar os crimes e, no final do filme, vai encarar uma nua e cruel realidade, numa reviravolta que ninguém espera e que valoriza ainda mais esse bom drama policial que vale a pena ser revisto, ainda mais pela presença de Ashley Judd em grande forma. 

“Temporada de Caça” (“Killing Season”), 2013, reúne John Travolta e Robert De Niro. Travolta faz um soldado sérvio que, 18 anos depois do término da Guerra da Bósnia, vai para os EUA atrás do oficial do Exército dos EUA, Benjamim Ford (De Niro) para se vingar. Encontram-se - ninguém explica como o sérvio encontra o oficial -perto da cabana onde Benjamim mora, no meio da floresta. Segue um longo e interminável embate entre os dois, que se revesam em torturar um ao outro, em cenas que caberiam bem num filme trash. Travolta está ridículo tentando falar inglês com sotaque sérvio. E pior: fizeram uma maquiagem nele que ficou parecendo um boneco de ventríloquo. Apesar da presença dos dois grandes astros, o filme é muito fraco.

“Meu Irmão, o Diabo” (“My Brother the Devil”), de 2012, é o filme de estreia da jovem diretora Sally El Hosaini. E que estréia! Faturou inúmeros prêmios em festivais de cinema pelo mundo inteiro em 2012 e 2013, inclusive em Berlim e Sundance. Conta a história de uma família árabe tradicional que mora no bairro egípcio de Londres. Seus dois jovens filhos, Mo e Rashid, envolvem-se e têm amizades com o pessoal das gangues formadas, em sua maioria, por descendentes de imigrantes. A admiração de Mo em relação ao irmão mais velho, Rashid, vai acabar em decepção depois de um flagrante surpreendente. Realmente, um filme muito bom, impactante, realista. Merece ser visto.
A morte de um transexual e o acidente com um caminhão ocorridos no mesmo local são um mistério e um novo desafio para o xerife Darl (Billy Bob Thornton), da pequena cidade de La Salle, interior da Louisiana. Este é o ponto de partida para o filme policial “Protegido pela Lei” (“The Badge”), de 2002, que conta ainda no elenco com uma turma de “ve teranos” e bons atores como Patrícia Arquette, William Devane e Sela Ward, esta última uma das atrizes mais bonitas e charmosas do cinema. Thornton faz um xerife cínico e canastrão, um papel que lhe cai como uma luva. Mesmo sem os ingredientes tradicionais do gênero policial, ou seja, tiroteios, pancadarias e perseguições de carro, o filme vale a pena.

Quem sofre de claustrofobia jamais poderá assistir a este “Desvio” (“Detour”), filme americano de 2013. Afinal, em  pelo menos 90% do filme o sujeito é filmado confinado dentro de um carro soterrado por uma avalanche do morro que atingiu a estrada. O mais estranho – pra mim a maior falha do filme - é que a estrada fica totalmente bloqueada e não aparecem os bombeiros ou o pessoal da defesa civil para verificar se algum carro ou alguém ficou soterrado. O cara faz de tudo pra sobreviver. Se vai conseguir, só vendo o filme. Quem quiser arriscar a ver, fique à vontade.

“Código de Honra” (“Puncture”), de 2011, é um bom filme de suspense que trata de um assunto bastante sério: os acidentes que ocorrem nos hospitais com médicos e enfermeiras que se picam com agulhas de seringas e acabam se contaminando. Chris Evans (o “Capitão América”) faz um advogado de um pequeno escritório de advocacia que encara uma ação para defender um modesto fabricante de uma seringa totalmente segura que não consegue vendê-la aos hospitais dos EUA por causa da pressão de um gigante farmacêutico. O filme é baseado em fatos reais, o que torna a história ainda mais saborosa. Chris Evans mostra que pode ser um bom ator fora dos filmes de ação.

“Luz do Dia” (“Daglicht”), de 2013, é um suspense muito bom. O filme é holandês e conta a história de uma advogada, mãe solteira, que tem um filho autista e que, sem querer, descobre um segredo cabeludo envolvendo sua mãe. Mas será só a ponta do iceberg. Mais revelações acontecem. Sem o luxo de uma babá para cuidar do filho especial, a advogada o carrega pra tudo que é lado. Até nos momentos de tensão e de perigo, lá estão os dois juntos. A trama segura você na cadeira do começo ao fim. O diretor é Diederik van Rooijen e os principais atores são Fedja van Huet e Derek de Lint. Filmaço!