O
HOMEM SEM GRAVIDADE (L’UOMO SENZA GRAVITÀ), 2019, Itália, 1h47m, primeiro
longa-metragem escrito e dirigido por Marco Bonfanti, mais conhecido como
diretor de curtas e documentários. É uma mistura de drama e fantasia. A
história começa nos anos 80 dentro de uma sala de cirurgia onde está sendo
realizado um parto. O nenê sai da barriga da mãe e flutua no ar, preso apenas
pelo cordão umbilical, para espanto da médica, da mãe Natalia (Michela Cescon)
e da avó Alina (Elena Cotta). A mãe escolhe o nome Oscar, pois achou que o
nascimento do filho lembrou aqueles filmes de Hollywood com astronautas vagando
pelo espaço. Mãe e avó criam o garoto preso dentro de casa, evitando que a
população do pequeno vilarejo onde moram descubra o segredo. Enquanto cresce,
Oscar é obrigado a usar pesos dentro dos bolsos e uma mochila com pesos para não flutuar. Numa ida da
mãe a uma loja de frutas, Oscar (Pietro Pescara) conhece uma garota chamada
Agata (Jennifer Brokshi), que seria a primeira pessoa a vê-lo “voar”. O tempo
foi passando e Oscar continuou dentro de casa, escondido, vendo desenhos
animados e se entusiasmando pelo Batman. O filme dá um salto no tempo e Oscar
já é adulto (Elio Germano). Um adulto sem qualquer noção da realidade externa,
o que começa a incomodá-lo. Um dia ele se rebela e foge de casa com o objetivo
de participar de um programa televisivo tipo “Você é o Astro”, quando os candidatos
apresentam suas habilidades. Claro, Oscar ganhou fácil e logo depois é
procurado por um empresário picareta (Vincent Scarito) que o obriga a assinar um
contrato de exclusividade e a se apresentar em shows pelo país afora. Embora
famoso, Oscar não estava feliz. Na verdade, queria ser um sujeito normal. Esse
dilema o atormentará até o desfecho, quando se apaixona por uma prostituta
(Silvia D’Amico), que logo descobrirá ser a sua antiga amiguinha Agata. Embora
tenha esse lado fantasioso e surreal, “O Homem sem Gravidade” pode ser encarado
como um drama psicológico. Até a metade da projeção, o filme encanta e emociona, mas depois cai num ritmo quase enfadonho, limitando a história a situações forçadas até o desfecho. O principal destaque é realmente a perfeição do efeito de flutuação,
que foi muito bem feito e ficou bastante realista. O filme abriu a 14ª edição da Festa do Cinema de
Roma, em 17 de outubro de 2020 e logo depois chegou à plataforma Netflix.
Resumo da ópera: o filme é interessante, vale a pena conferir.