sábado, 14 de fevereiro de 2015

“ASSALTO AMERICANO” (American Heist”), 2014, é um filme de ação canadense, estrelado por Hayden Christensen, Adrien Brody e Jordana Brewster.  Trata-se de um remake de “Facínoras Mascarados” (O Grande Roubo de St. Louis), de 1959. Frankie (Brody) sai da cadeia depois de 10 anos cumprindo pena por ter atirado num policial. Ele procura James (Hayden Christensen), seu irmão mais novo que também havia sido preso mas que agora procura se endireitar trabalhando como mecânico numa oficina de veículos. Frankie promete que vai mudar de vida, mas foi só encontrar dois antigos parceiros para voltar à criminalidade. O grupo planeja um assalto a um grande banco e James é “cooptado” a participar, o que também acabará envolvendo sua namorada Emily (Jordana Brewster), que trabalha na polícia como atendente de chamadas de emergência. O filme só empolga a partir do momento em que o plano de assalto é colocado em prática. Aí sim, a ação toma conta, com o acréscimo de muito suspense. O diretor de origem armênia Sarik Andreasyan acerta a mão nas cenas de tiroteio e perseguição. Apesar de repleto de clichês, trata-se de um bom programa para quem curte filmes de ação. Apenas um reparo à dupla de atores que protagoniza os irmãos. Fisicamente, Adrian Brody não tem qualquer semelhança com o ator canadense Hayden Christensen. Adrian é muito feio, narigudo e tem cabelos pretos, ao contrário do jovem galã Hayden, loiro e bonito. Talvez tenham sido gerados por pais diferentes, mas o filme não esclarece essa parte.                                                                       

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

É bom avisar: “HOMEM PÁSSARO” (“Birdman”), 2014, não é um filme muito fácil de digerir. O subtítulo já prenuncia essa afirmação: “A Inesperada Virtude da Ignorância”.  Tudo bem que é inovador, criativo e instigante, mas o público acostumado a assistir filmes com o formato tradicional pode sentir dificuldade em acompanhar o enredo. A história é centrada no personagem Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator decadente que um dia foi famoso ao interpretar o super-herói “Birdman” no cinema. Para voltar à ativa e provar que é um bom ator, Riggan resolve montar, dirigir e protagonizar uma peça de teatro na Broadway. Em meio a conflitos familiares com a filha e a ex-esposa, com a atual namorada que anuncia uma gravidez, uma crítica teatral mal-humorada e impiedosa, além de um novo ator substituto encrenqueiro e abusado, Riggan passa por um período de crise existencial, o que inclui duvidar da própria competência. O diretor mexicano Alejandro González Iñarritu (de “Amores Brutos” e “Babel”), que escreveu o roteiro, misturou humor negro, drama e acrescentou cenas surreais para contar a história. Ele também utiliza o recurso de longos planos-sequência – tomadas sem cortes. Além de Keaton, estão no elenco Emma Stone, Edward Norton, Naomi Watts , Zach Galifianakis e Andrea Riseborough. O filme teve 9 indicações ao Oscar 2015, entre as quais Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Diretor.                                                                  
Mesmo quem não tenha muito contato com a música clássica deve ter ouvido falar ou pelo menos ter lido ou visto em algum lugar o nome Paganini. Mais do que maestro e compositor, o italiano Niccolò Paganini (1782-1840) foi um virtuose do violino. Suas apresentações arrastavam multidões para os principais teatros da Europa e seu séquito de fãs incluía Choppin, Schumman e Schubert. “O VIOLINISTA DO DIABO” (“Der Teufels Geiger”), co-produção Alemanha/Itália de 2013, direção de Bernard Rose, não é uma biografia do artista, como dão a entender inúmeros blogs de cinema. O filme centra a história num episódio da vida de Paganini, mais especificamente sua tumultuada temporada de apresentações em Londres. No filme, Paganini é interpretado pelo violinista alemão David Garret, ele também um virtuose no instrumento. Na capital inglesa, o maestro italiano se apaixona por Charlotte Watson (Andrea Deck), uma cantora lírica em início de carreira. O filme mostra que Paganini, além de devasso e promíscuo, era egocêntrico e viciado em drogas. Mas o seu desempenho com o violino era sensacional, a ponto de muita gente acreditar que ele tinha um pacto com o Diabo. Ele era capaz, por exemplo, de tocar 12 notas por segundo, além de, muitas vezes, utilizar apenas uma corda do violino para executar um concerto completo.  Diziam até que ele devia sofrer de alguma disfunção genética, tal a velocidade dos dedos da mão esquerda. Nos palcos, com seu visual de roqueiro metaleiro, Paganini portava-se como um verdadeiro popstar, o que provocava até gritinhos das moçoilas da época. O filme vale a pena ser visto não só pela história em si e pelo seu polêmico personagem, mas também pela ótima trilha sonora. Estão ainda no elenco Jared Harris, Helmut Berger, Christian McKay, Olivia D’Abo e Joely Richardson.       

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

“MEU PAI, MEU HERÓI” (“De Toutes nos Forces”), 2013, direção de Nils Tavernier, conta uma história incrível e comovente baseada em fatos reais. Embora seja francês, o filme é inspirado no triatleta norte-americano Dick Hoyt, que disputou inúmeras provas “carregando”, literalmente, seu filho Rick, paraplégico. No filme francês, o jovem Julien (Fabien Héraud) vive numa cadeira de rodas, consequência de um problema ocorrido no parto. Seu pai, o engenheiro Paul Amblard (Jacques Gamblin), acaba de ser demitido e volta para casa com cara de poucos amigos, o que vai ocasionar conflitos de relacionamento com o filho e com a esposa Claire (Alexandra Lamy). Como no caso do norte-americano, Amblard também era triatleta, mas desde que o filho nasceu não disputou mais nenhuma prova. Ao ler a notícia num jornal sobre o pai norte-americano que disputava provas com o filho paraplégico (o mesmo no qual é baseada a história), Julien insiste com Amblard para se inscreverem numa prova do Ironman que será disputada na cidade de Nice. Depois de uma discussão na família, finalmente Amblard concede ao desejo do filho – a mãe, protetora, é totalmente contra - e concorda em iniciar os treinos. Chega o dia da prova e lá vão pai e filho para Nice. É claro que o espectador pode esperar um final emocionante. O filme chegou ao Brasil, e foi exibido na TV aberta, também com o título de “Com Todas as Nossas Forças”. A gente pode até conhecer inúmeros exemplos de pai herói, mas provavelmente nenhum fez tanto sacrifício pelo filho como Dick Hoyt/Paul Amblard. Ao lado do pote de pipoca, deixe à mão uma caixa de lenços de papel.   

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

“UMA SEMANA A TRÊS” (“The Longest Week”), 2014, direção de Peter Glanz, é uma comédia romântica bem ao estilo Woody Allen. Cenários de Nova Iorque, jazz orquestrado dos anos 30/40 como fundo musical dos créditos iniciais e na trilha sonora, narrador em off, diálogos afiados e irônicos, sessões de terapia etc. A história envolve três personagens principais:  Conrad Valmont (Jason Bateman), Dilan Tate (Billy Cudrup) e Beatrice (Olivia Wilde). Conrad mora desde criança no luxuoso hotel pertencente aos pais, foi criado por empregados, nunca trabalhou e agora, perto dos 40 anos, é obrigado a tomar um rumo na vida, começando por ser desalojado do hotel e sem a habitual mesada. Ele vai morar com um grande amigo, Dilan Tate (Cudrup), que o recebe como a um irmão. A amizade dos dois vai balançar quando aparece a bela Beatrice (Olivia Wilde), pela qual Dilan diz a Conrad que está completamente apaixonado. Conhecendo o amigo, Dilan pede que ele prometa jamais se aproximar de Beatrice. Conrad promete, mas não cumpre a promessa. E Beatrice, por sua vez, não resistirá ao charme de Conrad, que não conta a ela que está falido. Embora o ritmo caia um pouco na meia-hora final, o filme reserva bons momentos para quem gosta de um filme inteligente e bem-humorado. Os três atores principais estão ótimos, com uma ressalva a Olivia Wilde, que não está tão bonita como costuma aparecer na tela. Acho que por causa dos cabelos alisados e escorridos. Mesmo que seja apenas no estilo, talvez seja um pouco exagerado associar "UMA SEMANA A TRÊS" a Woody Allen, mesmo que não fique assim tão distante dos últimos filmes do grande diretor.                                                          

 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

“KAUWBOY”, 2012, direção de Boudewijn Koole, é um drama holandês com um enredo bastante simples, baseado na amizade entre um garoto de 10 anos e uma gralha. É claro que algumas circunstâncias paralelas fazem parte da história, como a relação difícil de Jojo (Rick Lens) com o pai Ronald (Loek Peters) e a descoberta do primeiro amor, uma garota chamada Yenth (Susan Rader), sua colega na equipe de polo aquático. Mas o filme é centrado mesmo na amizade entre Jojo e a gralha, chamada de Jack, que o garoto encontrou no chão depois de cair do ninho.  Jojo leva a ave para casa e pretende criá-la como seu bichinho de estimação. E não conta para o pai, pois este é contra qualquer bicho dentro de casa. Ao mesmo tempo em que se afeiçoa à ave, Jojo vive a inocência de uma possível volta da mãe para casa – não se sabe se ela morreu ou abandonou o marido e o filho. Jojo ouve todos os dias uma fita gravada pela mãe, que era cantora e compositora. Os conflitos entre pai e filho ocorrem justamente quando Jojo insiste em dizer que a mãe vai voltar. O pai tenta, sem sucesso, fazer com que o filho caia na real: a mãe nunca mais voltará. Como filme de estreia do diretor Koole, “KAUWBOY” surpreendeu e encantou os júris de vários festivais pelo mundo afora, recebendo o “Prêmio Unicef” no Festival de Buenos Aires, de Melhor Filme da “Mostra Generation” no Festival de Berlim e Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Brasília. Desta vez, a gralha não foi de mau agouro.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

“VUOSAARI”, 2012, dirigido por Aku Louhimies, é um drama finlandês muito baixo astral, depressivo e melancólico, reforçado por um cenário gélido de inverno. O filme conta várias histórias paralelas de personagens infelizes, com problemas de relacionamento e outros tantos, que buscam saídas para encontrar a felicidade. Como o casal em crise, cujo marido arruma uma amante para suprir a frieza da esposa; um adolescente que sofre bullying no colégio e, em casa, vê a mãe enrolada com algum namorado estranho; a jovem que quer se tornar uma celebridade no mundo artístico e topa fazer qualquer sacrifício para isso; um imigrante negro, namorado de uma drogada, ameaçado por agiotas; uma jovem mãe com câncer, desesperada pela expectativa de deixar sua filhinha órfã; um fisiculturista que tem tendência a engordar e que descarrega sua frustração no filho adolescente; um menino cujo único amigo é um cachorro que a mãe quer se desfazer. Enfim, histórias de tristeza. O diretor Louhimies retrata um segmento da sociedade finlandesa em decadência, onde a felicidade está longe de existir e fazer parte do cotidiano. Todos os personagens vivem em Vuosaari (daí o título), bairro de Helsinque, a capital do país. Embora não possa ser recomendado como um filme para entreter – chega a ser desagradável -, não há como não destacar a sua qualidade e também o desempenho dos atores, quase todos desconhecidos por aqui. O sol brilha só no final do filme, como uma luz no fim do túnel, um sinal de esperança.    
Atenção, amantes dos filmes de ação com muita pancadaria, tiros e perseguições: “DE VOLTA AO JOGO” (“John Wick”), 2014, direção de David Leitch, não nega fogo nem economiza na matança. O sangue jorra em abundância. Um crítico contou cerca de 150 mortos. Eu não contei, mas acho que ficou por aí. O filme conta a história de John Wick (Keanu Reeves), um ex-assassino ligado à máfia russa instalada em Nova Iorque que volta à ativa (daí o título) depois que bandidos roubam seu carro e matam seu cachorro, ambos de estimação. Só que o autor desses crimes é justamente o filho do poderoso Viggo Tarasov (o ator sueco Michael Nyqviste, de "Millennium"), chefão da máfia russa para a qual trabalhava Wick. É claro que o nosso herói não quer saber e parte para a vingança. Destaque para a cena da matança numa discoteca, durante a qual Wick dá um show de competência assassina. Aliás, Keanu Reeves volta com tudo aos filmes de ação, participando sem dublê em nada menos do que 90% das cenas de ação. Seu personagem é um misto de Steven Seagal, Schwarzenegger, Van Damme, Jason Statham e um pouco também de Bruce Willis, porque também apanha pra burro. Estão ainda no elenco Willem Defoe, Adrianne Palicki, Bridger Moynahan, Ian Mcshane e John Leguizano. Sem levar em consideração os clichês abundantes já vistos em tantos outros filmes de vingança, o filme apresenta ótimas cenas de ação, tem bastante humor e o ritmo é alucinante do começo ao fim. É tiro e queda: entretenimento garantido!