sexta-feira, 17 de junho de 2016

“13 HORAS: OS SOLDADOS SECRETOS DE BENGHAZI” (“13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi”), 2015, EUA, 2h24m. A história é baseada em fatos reais, ocorridos no dia 11 de setembro de 2012 em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia. Terroristas islâmicos atacam a embaixada dos EUA e, na mesma noite, tentam invadir um complexo secreto da CIA. Em ambos, correm risco de vida vários funcionários norte-americanos, incluindo o embaixador e outras autoridades. Para defendê-los, apenas seis soldados de uma empresa de segurança particular, sem qualquer apoio militar, o que gerou muitas críticas à então Secretária de Defesa Hilary Clinton. O filme mantém um forte clima de tensão e suspense do começo ao fim, com muita ação, tiros, explosões, perseguições, em cenas muito bem realizadas pelo diretor Michael Bay (da franquia “Transformers” e “Sem Dor, Sem Ganho”). No elenco, o mais conhecido é o ator John Krasinski (“Caminho para o Coração” e “Licença para Casar”), que interpreta Jack da Silva, um dos soldados da equipe. O roteiro, escrito por Chuck Hogan, é baseado no livro “13 Hours”, de Michael Zuckoff. Enfim, um prato cheio para quem gosta de filmes de ação baseados em fatos reais.  Dá arrepios só de imaginar que tudo o que o filme mostra aconteceu de verdade. Filmaço! Ah, na mesma linha de filmes de ação e suspense, recomendo "Falcão Negro em Perigo", de 2001, dirigido por Ridley Scott. 

     

quinta-feira, 16 de junho de 2016

“CINCO GRAÇAS” (“Mustang”), 2015, marca a estreia em longas da diretora Deniz Gamze Ergüven. Embora a diretora, equipe técnica e todo o elenco sejam turcos, trata-se de uma produção francesa. Aliás, disputou o Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro como candidato oficial da França. É um belo drama que tem como pano de fundo a condição feminina sob as rígidas regras e preceitos da religião islâmica. O cenário é um vilarejo na Turquia, a 1.000 km de Istambul. Toda a história é centrada em cinco irmãs adolescentes que, no último dia de aula antes das férias, vão à praia com seus colegas. Tomam banho de mar e brincam com os meninos. Tudo na maior inocência. Só que no vilarejo corre a história de que elas estavam se esfregando nos meninos. O pai delas, um islâmico ultraconservador, resolve então trancafíá-las em casa, colocando grades e cadeados em todas as portas. A prisão não é suficiente. Ele quer casá-las como manda a tradição: casamentos arranjados. Assim consegue com uma, com duas e com três. As duas mais novas se revoltam e resolvem planejar uma fuga para Istambul. O filme é ótimo, o elenco feminino é excelente e a história tem todos os ingredientes para agradar a qualquer público.  

 

terça-feira, 14 de junho de 2016

“À BEIRA-MAR” (“BY THE SEA”), 2015, roteiro e direção de Angelina Jolie. Ao contrário dos dois filmes anteriores que dirigiu (“Na Terra de Amor e Ódio” e “Invencível”), Jolie adotou neste um tom mais intimista, introspectivo, lembrando o estilo dos filmes europeus, principalmente italianos e franceses, das décadas de 60 e 70. A história, ambientada justamente nos anos 70, começa com a chegada do casal Roland (Brad Pitt) e Vanessa (Angelina Jolie), vindos de Nova Iorque, a um resort isolado no litoral da França (as filmagens aconteceram na praia de Gozo, a segunda maior ilha de Malta). Ele, um escritor em crise, procura inspiração para um novo livro. Ela, numa fase crítica de depressão pré-suicídio. O casamento dos dois, depois de 14 anos, também está em crise. Ele passa o dia bebendo no bar de Michel (Niels Arestrup), com o qual joga conversa fora e desabafa seus problemas. Ela fica o tempo todo no quarto do hotel, lendo e fumando. Essa rotina muda quando Vanessa passa a se relacionar com Lea (Mélanie Laurent) e François (Melvil Poupand), casal que chega ao hotel para passar a lua de mel. Angelina e Brad Pitt, que não contracenavam juntos deste “Sr. e Sra. Smith”, estão sempre em cena, juntos ou separados, e o desempenho de ambos é excelente. O filme é muito bom, mas melhor ainda é o cenário paradisíaco em que as filmagens aconteceram, valorizado pela excelente fotografia do austríaco Christian Berger (“A Fita Branca”).        

segunda-feira, 13 de junho de 2016

“CONSPIRAÇÃO E PODER” (“Truth”), 2015, conta a história de uma das maiores gafes jornalísticas dos EUA (no jargão jornalístico brasileiro, a famosa "barriga"). Aconteceu às vésperas das eleições presidenciais de 2004. Uma equipe do programa “60 Minutes”, da CBS News, descobriu um documento que denunciava George W. Bush, então presidente e candidato à reeleição, como uma espécie de desertor da Guerra do Vietnã, no início dos anos 70. Ele teria sido favorecido por amigos influentes de sua família para não ser enviado para lutar naquela guerra. A equipe de jornalistas era chefiada pela produtora Mary Papes (Cate Blanchett). Sua missão era verificar a autenticidade do documento, um trabalho árduo de jornalismo investigativo. Ela e sua equipe chegaram finalmente à conclusão de que tinham um material confiável e bombástico na mão e convenceram a direção da CBS News a divulgar a denúncia. O âncora Dan Rather (Robert Redford), na época um grande astro do jornalismo televisivo norte-americano, ficou encarregado de apresentar os fatos em rede nacional. Logo depois, porém, houve um desmentido feito justamente pela pessoa que entregou o documento à equipe da TV. Aí o caldo engrossou para o lado da CBS News, que teve de se explicar à opinião pública. Sobrou, é claro, para Mary e sua equipe e até para o astro Dan Rather. Toda história é baseada no livro “Truth and Duty: the Press, the President and the Privilege of Power”, escrito pela própria Mary Papes. A adaptação ficou a cargo do roteirista James Vanderbilt, que também foi responsável pela direção. A história é muito interessante e vale a pena ser conferida, mas o maior destaque do filme é mesmo a atriz australiana Cate Blanchett, com mais um desempenho fantástico. Depois que ganhou o Oscar de Melhor Atriz por “Blue Jasmine”, em 2014, ela se transformou numa das mais poderosas atrizes de Hollywood. Prova disso é que, a seu pedido, para não ficar longe da família, o filme inteiro foi rodado na Austrália. Também estão no elenco Dennis Quaid, Topher Grace, Elizabeth Moss, Bruce Greewood, Stacy Keach e Dermot Mulroney.     

domingo, 12 de junho de 2016

“MINHA QUERIDA DAMA” (“MY OLD LADY”), 2014, EUA/França, roteiro e direção de Israel Horovitz. Não sei por que, mas o filme chegou por aqui com mais uma tradução: “Uma Senhora Herança”. A divulgação do filme, aliás, o trata como comédia, mas na verdade é um drama. Tem alguns momentos de humor, mas só no começo. Baseada na peça de teatro “My Old Lady”, escrita pelo próprio Horovitz e encenada com sucesso na Broadway, a história é centrada em Mathias Gold (Kevin Kline), um nova-iorquino fracassado afundado em dívidas. Para tentar sair do buraco, ele resolve vender uma casa em Paris que seu pai havia deixado de herança. Ele viaja para a capital francesa, gastando o que lhe restava de grana, mas, ao chegar, tem a surpresa de encontrar morando na casa a idosa Mathilde (Maggie Smith) e sua filha Chloé (Kristin Scott Thomas). Por causa de uma antiga lei francesa intitulada “Viager”, Mathias não pode vender a casa enquanto Mathilde estiver viva. Ao mesmo tempo em que busca soluções judiciais para conseguir vender a propriedade e resolver seus problemas financeiros, Mathias faz amizade com a mãe e a filha, culminando com revelações surpreendentes sobre o passado do antigo proprietário da casa, ou seja, seu pai. A adaptação para a tela ficou teatral demais, o que acabou comprometendo o resultado final. Pode ter funcionado no palco, mas na telinha ficou devendo. Mesmo tendo no elenco a tríade Kevin Kline, Kristin Scott Thomas e Maggie Smith, artistas consagrados e da mais alta qualidade, não há motivos para uma recomendação entusiasmada.