O drama australiano “PARTISAN”, 2015, escrito
e dirigido por Ariel Kleiman (é seu longa de estreia), conta a história de uma
comunidade secreta, à parte da sociedade, situada na periferia de alguma
cidade, provavelmente na Austrália, onde as filmagens realmente aconteceram. Quem chefia
o lugar é o misterioso Gregori (o ator francês Vincent Cassel), cuja intenção é
– pelo menos o que dá a entender – transformar as crianças em futuros
assassinos de aluguel para eliminar seus desafetos. Alexander (Jeremy Chabriel), seu filho adotivo e o
garoto mais velho da turma, já possui algumas mortes no currículo. Por mais contraditório que pareça, é Alexander quem vai confrontar o seu mentor, numa reviravolta pra lá de inesperada. Quase nada
do que acontece é explicado ao espectador. Algumas mães convivem
com seus filhos na comunidade e assistem a tudo numa atitude pra lá de passiva, em meio a aulas de culinária, sessões de karaokê etc.
É um filme bastante estranho, pesado, desagradável, sem muito nexo, totalmente aberto a interpretações. Não dá pra entender também como um ator tão conceituado como Vincent Cassel está fazendo nesse filme. Aliás, difícil entender como alguém faz um filme como esse, que não passa de uma bobagem monumental.
sábado, 8 de julho de 2017
quarta-feira, 5 de julho de 2017
“PREDADORES
DO AMOR” (“Hounds of Love), Austrália, 2016, filme
que marca a estreia do jovem Ben Young como roteirista e diretor. Uma boa
estreia, aliás. Trata-se de um suspense baseado num caso real ocorrido na
segunda metade da década de 80 na Austrália. O casal John (Stephen Curry) e
Evelyn (Emma Booth) costumava sequestrar garotas, trancafiá-las num quarto e
abusar delas sexualmente. Uma das vítimas, Vicky Maloney (Ashleigh Cummins)
sofreu o diabo nas mãos dos dois psicopatas pervertidos, mas foi
suficientemente inteligente para planejar uma estratégia com o objetivo de
jogar um contra o outro. Desde a cena inicial, quando os dois desequilibrados
assistem a uma partida de vôlei entre meninas e o olhar de ambos parece
selecionar uma nova vítima, até o desfecho, o clima de tensão é de arrepiar,
mesmo que o cenário de quase todo o filme seja unicamente o interior da casa da dupla de
sádicos. A trilha sonora também é utilizada com maestria para aumentar o
suspense. O elenco está muito bem, com destaque para o ator Stephen Curry, mais
conhecido na Austrália como comediante. Seu comportamento é mesmo de assustar. Como
o filme é baseado em fatos reais, achei que faltou no final a informação do que
aconteceu com os personagens reais depois de tudo. Prepare-se para roer as
unhas...
segunda-feira, 3 de julho de 2017
“ROSAS A
CRÉDITO” (“Roses à Crédit”), 2010,
França, roteiro e direção de Amos Gitaï (“Free Zone”, “Kadosh” e “Kedma”). É uma adaptação do romance da escritora francesa Elsa Triolet, lançado em
1959, cujo pano de fundo é o esforço dos franceses em reerguer o país após anos de conflito. A história é centrada em Marjoline (Léa Seydoux) e Daniel (Grégoire
Leprince-Ringuet), jovens que resolvem se casar logo após o final da Segunda
Grande Guerra. Daniel trabalha com o pai Georges (Pierri Arditi) na produção de
rosas, negócio que é uma tradição da família. Marjoline trabalha num salão de
beleza, mas tem sonhos consumistas que estão fora do orçamento do casal. Aí a
coisa complica, as dívidas aumentam e o casamento entra em crise. Trata-se de
mais um bom trabalho do diretor israelense, cuja temática habitual é voltada
para as questões que envolvem Israel e o Oriente Médio. Destaco a exuberante recriação
de época, incluindo figurinos, cenários, trilha sonora e o comportamento social
dos franceses. Com esse filme, a bela Léa Seydoux, na época com 25 anos, se consolidou como uma atriz bastante promissora. Nos anos seguintes, sua carreira daria um grande salto, quando estrelou, sempre em papéis de destaque, filmes como "007 contra Spectre", "Missão Impossível: Protocolo Fantasma", "Meia-Noite em Paris" e o polêmico "Azul é a Cor mais Quente". Hoje, Seydoux já é uma das melhores e mais requisitadas atrizes francesas da atualidade, devendo ocupar, em pouco tempo, o lugar da diva Isabelle Huppert.
domingo, 2 de julho de 2017
Quando filmou o excelente “Almas Silenciosas”, em
2010, o cineasta russo Aleksey Fedorchenko entrou em contato com a cultura do
povo Mari, que habita uma região nas Montanhas Urais ao Norte da Rússia (Bashkortostão e Tatarstão). Os
habitantes chegam hoje a 600 mil e são conhecidos por conservarem suas seculares
tradições pagãs. Certamente para divulgar essa rica e interessante cultura,
Fedorchenko realizou, em 2012, o filme “ESPOSAS CELESTIAIS DO PRADO MARI” (“Nebesnye
Zheny Iugovykh Mari”), inspirado no livro de contos escrito por Denis Osokin,
por sinal autor do roteiro. São 23 histórias curtas, cada uma identificada pelo
nome de uma personagem. Ou seja, cada segmento leva o nome de uma mulher. O
filme explora as tradições do povo Mari, mostrando seus estranhos rituais voltados
para conseguir um objetivo. Por exemplo: arrumar um marido, engravidar,
eliminar marcas de nascença, afastar maus espíritos etc. Muita sexualidade e
misticismo, o que fez com que fosse chamado de “Decameron do Leste”, referência
ao polêmico filme de 1971 do diretor italiano Pier Paolo Pasolini. O filme, realizado
com financiamento do Ministério da Cultura da Federal Russa, é muito
interessante, principalmente por nos apresentar uma cultura que poucos de nós lemos
a respeito ou ouvimos falar.
Assinar:
Postagens (Atom)