“POLINA” (“POLINA, DANSER AS VIE”), 2016,
França, é um drama centrado numa bailarina clássica russa de muito talento –
papel da dançarina Anastasia Shevtsova em sua estreia no cinema. Aos 18 anos, Polina
consegue ingressar no famoso Balé Bolshoi e, prestes a fazer a sua apresentação
oficial, fica encantada com um espetáculo de dança contemporânea. Para
desespero dos pais, ela acaba desistindo do Bolshoi e vai com o namorado francês
Adrien (Niels Schneider) para a França, onde inicia seu treinamento na escola
da famosa coreógrafa e professora de dança contemporânea Liria Elsaj (Juliette
Binoche). A partir dessa mudança, a vida de Polina vira uma verdadeira montanha
russa, de altos e baixos - mais baixos do que altos. Sem dinheiro, ela acaba aceitando um trabalho como
garçonete de uma discoteca em Bruxelas (Bélgica). E por aí vai o drama dessa
jovem que tinha um futuro garantido no Balé Bolshoi, mas que resolveu arriscar
seu futuro em outra modalidade de dança. O filme foi escrito e dirigido por Valérie
Müller, com a colaboração do coreógrafo Angelin Preljocaj. No começo, pensei
que fosse uma história baseada em fatos reais. Que nada! O roteiro de “Polina”
foi inspirado na graphic novel (quadrinhos)
do francês Bastien Vivès. O filme estreou no Festival de Veneza 2016 e foi
muito elogiado pelo público e pela crítica especializada. Realmente, o filme é
muito bom, apesar das inúmeras cenas de ensaios de coreografias de dança contemporânea.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
“BEL
CANTO”, 2018, EUA, roteiro e direção de Paul Weitz. Inspirado em
fatos reais ocorridos no Peru em 1996, trata-se de uma adaptação cinematográfica
da histórica tomada da embaixada japonesa em Lima por guerrilheiros do
Movimento Revolucionário Túpac Maru, que durante quatro meses mantiveram centenas
de reféns, entre as quais embaixadores de vários países – inclusive o do Brasil
-, autoridades governamentais, empresários e figuras da alta sociedade peruana.
Para escrever o roteiro de “Bel Canto”, o diretor norte-americano tomou como
base o livro do mesmo nome escrito por Ann Patchett. Paul Weitz acrescentou
romance, cantoria e humor, exagerando na dose fantasiosa. O elenco é de
primeira: Julianne Moore, o astro japonês Ken Watanabe, o ator mexicano Demian
Bichir, o francês Christopher Lambert e o alemão Sebastian Kock. O filme, de
segunda – ou terceira. Julianne Moore interpreta uma cantora lírica
norte-americana famosa que é contratada para cantar na festa – na verdade, ela
dubla a soprano Renée Flemming. Ela e o empresário Katsumi Hosokawa (Watanebe)
acabam se apaixonando, um romance tão forçado quanto o do tradutor japonês com uma
guerrilheira. Além do mais, os guerrilheiros são retratados como se fossem
ótimas pessoas, vítimas do sistema. Tenha paciência! É de surpreender que
atores tão bons tenham participado dessa produção tão medíocre, alguns deles com uma atuação das mais constrangedoras, como o francês Christopher Lambert. E olha que o
diretor Paul Weitz já fez alguns filmes muito bons como “O Céu Pode Esperar”, “Um
Grande Garoto”, “Entrando numa Fria maior ainda com a Família”, entre outros. Enfim,
“Bel Canto” nada mais é do que um filme esquecível e descartável.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
“O
FILHO DE JEAN” (“Le Fils de Jean”), 2016, coprodução
França/Canadá, 1h38, roteiro e direção de Philippe Lioret. Drama sensível e
comovente centrado num jovem francês residente em Paris que um dia recebe a
notícia de que seu pai biológico acabara de falecer em Montreal (Canadá). Ele
nunca soube quem era seu pai biológico e nem que morava em outro país. Sua mãe sempre
escondeu a verdade. Matthieu (Pierre Deladonchamps) resolve ir para o enterro.
Chegando em Montreal, ele é recebido por Pierre Lesage (Gabriel Arcand), um
médico que foi colega de seu pai biológico, Jean, também médico. Matthieu descobre
que tem dois irmãos e quer conhecê-los antes do enterro. Pierre promete apresentá-los
com a condição de Matthieu não dizer que é um filho bastardo. Até o enterro,
Matthieu conviverá com os irmãos e com a família de Pierre, até a surpreendente
revelação no desfecho. O filme é excelente, recebeu inúmeros elogios da crítica
especializada e rendeu dois prêmios César (o Oscar francês), o de Melhor Ator
para Pierre Deladonchamps e de Ator Coadjuvante para Gabriel Arcand. Imperdível!
domingo, 9 de dezembro de 2018
“MILADA”, 2017,
República Checa/EUA (Netflix), 2h10, é um drama biográfico centrado na
advogada, ativista dos direitos humanos e política Milada Horáková (1901-1950),
que ficou famosa por sua coragem na luta contra a ocupação nazista na Tchecoslováquia
durante a Segunda Guerra Mundial e depois contra o Partido Comunista (sob o
comando da Rússia) que assumiu o poder no país em 1948. O filme é dirigido por David
Mrnka (seu primeiro longa-metragem), com roteiro de Roberta Gant e Robert
Conant. Milada é interpretada de forma magistral pela atriz israelense Ayelet
Zurer. Por participar da resistência aos nazistas, Milada foi presa e torturada
pela Gestapo, sendo depois encaminhada para um campo de concentração. Ao fim da
Segunda Guerra, ela foi libertada como heroína do povo tcheco. Logo em seguida,
foi eleita deputada e, em 1948, com a tomada do poder pelos comunistas, ela
renunciou e acabou sendo presa novamente. Um julgamento totalmente parcial
julgou-a culpada pelo crime de traição à pátria, sendo condenada à morte por
enforcamento. O filme é ótimo, com destaque para a primorosa recriação de
época, figurinos, fotografia e, principalmente, pela atuação maravilhosa da
atriz Ayelet Zurer (“Ben-Hur”, “Os Últimos Cavaleiros”). Também merece destaque a reprodução de imagens cinematográficas da época enfocada. A cereja do bolo,
porém, é, sem dúvida, a história incrível de coragem de uma mulher que lutou pelo seu
país e jamais cedeu em suas opiniões. Imperdível!
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