“O PODER DA MÚSICA” (“Una Vida: A Fable of Music
and The Mind”), 2014, EUA, drama independente
dirigido por Richie Adams, baseado no livro homônimo escrito pelo neurocientista
Nicolas Bazan, que ajudou a escrever o roteiro. O dr. Álvaro Cruz (o ator português
Joaquim de Almeida), conceituado neurologista, acaba de perder a mãe que sofria
do Mal de Alzheimer. Abalado pela repentina morte, dr. Cruz resolve dar um
tempo no seu trabalho e passa a perambular pelas ruas de Nova Orleãns, no French Quarter, onde conhece
a cantora Una Vida (Aunjanue Ellis), que se apresenta com o violonista Stompleg
(um velho e alquebrado Bill Cobbs). Com sua experiência, dr. Cruz percebe que Una
Vida apresenta um quadro parecido com o de sua mãe, ou seja, ela está sofrendo
do mal de Alzheimer. Com a amizade e a convivência com a dupla de artistas, dr.
Cruz chega à conclusão de que Una Vida tem os efeitos da doença atenuados
quando canta ou ouve música e resolve tratá-la da melhor forma possível, mesmo
sabendo que a cura é impossível. A dedicação do dr. Cruz em tratar de Una Vida é
o foco principal do filme, que tem tudo para emocionar os espectadores mais
sensíveis. O ator Joaquim de Almeida aceitou o papel porque teve um caso de Alzheimer na família.
sábado, 21 de julho de 2018
quinta-feira, 19 de julho de 2018
“DJANGO”, 2016, França, primeiro
filme dirigido por Etienne Comar. A história é baseada no livro “Folles of
Django”, escrito em 2012 por Alexis Salatko, responsável pelo roteiro adaptado
para o cinema. O “Django” do título refere-se ao lendário guitarrista de jazz
Django Reinhardt (1910-1953), que durante as décadas de 30 e 40 dominou o
cenário musical da Europa com o “Quintette du Hot Club de France” – quando da
sua fundação, em 1934, o grupo tinha como integrante o violinista Stéphane
Grappelli. O filme limita-se a enfocar os primeiros anos da década de 40, durante a
Segunda Guerra Mundial, quando Django – já muito famoso na época - e sua
família, por suas raízes ciganas, foram perseguidos pelos nazistas na França. Django,
interpretado com maestria pelo ator Reda Kateb, era conhecido como “O Pai do
Jazz na Europa” e tinha como uma de suas características principais o fato de
tocar com apenas dois dedos da mão esquerda, por causa de um ferimento causado
por queimaduras durante um incêndio quando tinha 18 anos. Os alemães adoravam o
músico, mas mesmo assim acabaram por persegui-lo. Embora contra sua vontade,
Django foi obrigado a se apresentar na Alemanha para a alta cúpula nazista,
pensando que, com isso, deixariam sua família e seus amigos ciganos em paz.
Ledo engano. “Django” foi escolhido para ser exibido na abertura do 67º
Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2017, sendo
recebido pela crítica com alguma indiferença. Eu, ao contrário, adorei. Achei
ótimo. Só para lembrar: o diretor Etienne Comar é mais conhecido como
roteirista de excelentes filmes como “Homens e Deuses”, “Meu Rei” e “Os Sabores
do Palácio”.
quarta-feira, 18 de julho de 2018
“GRINGO – VIVO OU MORTO” (“Gringo”), 2018, coprodução EUA/Austrália, roteiro de Anthony
Tambakis e Matthew Stone, direção de Nash Edgerton. Um misto de ação e comédia,
com um elenco dos mais estrelados: David Oyelowo, Charlize Theron, Joel
Edgerton (irmão do diretor), Thandie Newton, Sharlto Copley e Amanda Seyfried. Vamos
à história: Harold Soyinka (Oyelowo) ocupa um alto cargo na empresa comandada
pelos sócios Richard Rusk (Edgerton) e Elaine Markinson (Theron), na verdade
dois vigaristas. Harold vive sérios problemas financeiros e, sem querer, descobre
que será demitido e, pior, que sua mulher anda pulando a cerca. Numa viagem de
negócios ao México, Harold imagina ter encontrado a solução para os seus
problemas: inventar o próprio sequestro e arrancar dinheiro de Richard e Elaine.
Aí começa uma grande confusão, que envolverá até uma quadrilha de um cartel de
drogas mexicano. Se Charlize Theron é a bela, a fera é o ator
britânico/nigeriano Oyelowo, que mostra sua grande versatilidade também num
papel cômico. Charlize, linda como sempre, também dá seu show, fazendo o papel
de loira fatal pilantra. Resumo da ópera: o filme consegue alcançar o seu
principal objetivo, que é o de divertir, motivo suficiente para recomendá-lo.
terça-feira, 17 de julho de 2018
“O SOLDADO DESCONHECIDO” (“Tuntematon Sotilas”), 2017, dirigido por Aku Louhimies. É o filme mais
caro já realizado na Finlândia, ao custo de 7 milhões de euros, atores
renomados do país e centenas de figurantes, além de locações com baixas
temperaturas e de difícil acesso, sem falar nas ótimas sequências de ação. Trata-se de um épico de guerra, cuja história é baseada no livro
escrito por Väinö Linna, lançado em 1954, cujo título é o mesmo do original do
filme, sendo adaptado para o cinema com roteiro do próprio diretor. A história
começa em 1941, em meio à Segunda Guerra Mundial, quando o exército finlandês
resolve invadir o território fronteiriço da União Soviética com o objetivo de
reconquistar as regiões tomadas pelos russos, entre elas a Carélia Oriental, durante
a chamada “Guerra de Inverno” (novembro de 1939 a março de 1940). Como a
história nos ensinou, Stalin invadiu a Finlândia com o intuito de conquistá-la,
mas houve uma forte e corajosa resistência dos finlandeses, culminando com o
recuo dos soviéticos e a assinatura de um tratado de paz, que durou pouco.
Então, em 1941, os finlandeses partiram para o contra-ataque, tentando
recuperar os territórios perdidos. Essa missão quase suicida é o foco desse
excelente filme, que, embora tenha a longa duração de três horas, em nenhum
momento é cansativo. Pelo contrário, é recheado de muita ação e suspense,
valorizando um fato histórico mundial da maior importância. Filmaço imperdível!
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