sábado, 21 de julho de 2018


“O PODER DA MÚSICA” (“Una Vida: A Fable of Music and The Mind”), 2014, EUA, drama independente dirigido por Richie Adams, baseado no livro homônimo escrito pelo neurocientista Nicolas Bazan, que ajudou a escrever o roteiro. O dr. Álvaro Cruz (o ator português Joaquim de Almeida), conceituado neurologista, acaba de perder a mãe que sofria do Mal de Alzheimer. Abalado pela repentina morte, dr. Cruz resolve dar um tempo no seu trabalho e passa a perambular pelas ruas de Nova Orleãns, no French Quarter, onde conhece a cantora Una Vida (Aunjanue Ellis), que se apresenta com o violonista Stompleg (um velho e alquebrado Bill Cobbs). Com sua experiência, dr. Cruz percebe que Una Vida apresenta um quadro parecido com o de sua mãe, ou seja, ela está sofrendo do mal de Alzheimer. Com a amizade e a convivência com a dupla de artistas, dr. Cruz chega à conclusão de que Una Vida tem os efeitos da doença atenuados quando canta ou ouve música e resolve tratá-la da melhor forma possível, mesmo sabendo que a cura é impossível. A dedicação do dr. Cruz em tratar de Una Vida é o foco principal do filme, que tem tudo para emocionar os espectadores mais sensíveis. O ator Joaquim de Almeida aceitou o papel porque teve um caso de Alzheimer na família.                                                    


quinta-feira, 19 de julho de 2018


“DJANGO”, 2016, França, primeiro filme dirigido por Etienne Comar. A história é baseada no livro “Folles of Django”, escrito em 2012 por Alexis Salatko, responsável pelo roteiro adaptado para o cinema. O “Django” do título refere-se ao lendário guitarrista de jazz Django Reinhardt (1910-1953), que durante as décadas de 30 e 40 dominou o cenário musical da Europa com o “Quintette du Hot Club de France” – quando da sua fundação, em 1934, o grupo tinha como integrante o violinista Stéphane Grappelli. O filme limita-se a enfocar os primeiros anos da década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial, quando Django – já muito famoso na época - e sua família, por suas raízes ciganas, foram perseguidos pelos nazistas na França. Django, interpretado com maestria pelo ator Reda Kateb, era conhecido como “O Pai do Jazz na Europa” e tinha como uma de suas características principais o fato de tocar com apenas dois dedos da mão esquerda, por causa de um ferimento causado por queimaduras durante um incêndio quando tinha 18 anos. Os alemães adoravam o músico, mas mesmo assim acabaram por persegui-lo. Embora contra sua vontade, Django foi obrigado a se apresentar na Alemanha para a alta cúpula nazista, pensando que, com isso, deixariam sua família e seus amigos ciganos em paz. Ledo engano. “Django” foi escolhido para ser exibido na abertura do 67º Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2017, sendo recebido pela crítica com alguma indiferença. Eu, ao contrário, adorei. Achei ótimo. Só para lembrar: o diretor Etienne Comar é mais conhecido como roteirista de excelentes filmes como “Homens e Deuses”, “Meu Rei” e “Os Sabores do Palácio”.     
                                                

quarta-feira, 18 de julho de 2018


“GRINGO – VIVO OU MORTO” (“Gringo”), 2018, coprodução EUA/Austrália, roteiro de Anthony Tambakis e Matthew Stone, direção de Nash Edgerton. Um misto de ação e comédia, com um elenco dos mais estrelados: David Oyelowo, Charlize Theron, Joel Edgerton (irmão do diretor), Thandie Newton, Sharlto Copley e Amanda Seyfried. Vamos à história: Harold Soyinka (Oyelowo) ocupa um alto cargo na empresa comandada pelos sócios Richard Rusk (Edgerton) e Elaine Markinson (Theron), na verdade dois vigaristas. Harold vive sérios problemas financeiros e, sem querer, descobre que será demitido e, pior, que sua mulher anda pulando a cerca. Numa viagem de negócios ao México, Harold imagina ter encontrado a solução para os seus problemas: inventar o próprio sequestro e arrancar dinheiro de Richard e Elaine. Aí começa uma grande confusão, que envolverá até uma quadrilha de um cartel de drogas mexicano. Se Charlize Theron é a bela, a fera é o ator britânico/nigeriano Oyelowo, que mostra sua grande versatilidade também num papel cômico. Charlize, linda como sempre, também dá seu show, fazendo o papel de loira fatal pilantra. Resumo da ópera: o filme consegue alcançar o seu principal objetivo, que é o de divertir, motivo suficiente para recomendá-lo.  

terça-feira, 17 de julho de 2018


“O SOLDADO DESCONHECIDO” (“Tuntematon Sotilas”), 2017, dirigido por Aku Louhimies. É o filme mais caro já realizado na Finlândia, ao custo de 7 milhões de euros, atores renomados do país e centenas de figurantes, além de locações com baixas temperaturas e de difícil acesso, sem falar nas ótimas sequências de ação. Trata-se de um épico de guerra, cuja história é baseada no livro escrito por Väinö Linna, lançado em 1954, cujo título é o mesmo do original do filme, sendo adaptado para o cinema com roteiro do próprio diretor. A história começa em 1941, em meio à Segunda Guerra Mundial, quando o exército finlandês resolve invadir o território fronteiriço da União Soviética com o objetivo de reconquistar as regiões tomadas pelos russos, entre elas a Carélia Oriental, durante a chamada “Guerra de Inverno” (novembro de 1939 a março de 1940). Como a história nos ensinou, Stalin invadiu a Finlândia com o intuito de conquistá-la, mas houve uma forte e corajosa resistência dos finlandeses, culminando com o recuo dos soviéticos e a assinatura de um tratado de paz, que durou pouco. Então, em 1941, os finlandeses partiram para o contra-ataque, tentando recuperar os territórios perdidos. Essa missão quase suicida é o foco desse excelente filme, que, embora tenha a longa duração de três horas, em nenhum momento é cansativo. Pelo contrário, é recheado de muita ação e suspense, valorizando um fato histórico mundial da maior importância. Filmaço imperdível!