sábado, 28 de abril de 2018


Todo mundo que se liga em cinema lembra que “Rocky, um Lutador” levou ao estrelato o ator Sylvester Stallone. Mas poucos sabem que o personagem foi inspirado num tal de Chuck Wepner, lutador peso-pesado que nos anos 70 ficou famoso ao resistir a 15 assaltos com o então campeão Muhammad Ali (ex-Cassius Clay). Stallone achou o gancho para criar o personagem Rocky Balboa. Toda essa incrível história está contada no drama “PUNHOS DE SANGUE – A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ROCKY BALBOA” (“CHUCK”), 2016, direção do canadense Phillipe Falardeau, com roteiro de Liev Schreiber, Jeff Feverzeig, Jerry Stahl e Michael Cristofer. O elenco é ótimo: Liev Schreiber, Naomi Watts, Ron Perlman e Elisabeth Moss. O filme revela que Chuck Wepner viveu frustrado por não ter ganho nada com os filmes de Stallone, a ponto de estragar o relacionamento com sua esposa e quase acabar na sarjeta das drogas, sendo salvo por uma admiradora atendente de bar. O filme é ótimo, as cenas de luta são espetaculares e o desempenho de Schreiber é simplesmente incrível. Um ótimo programa para uma sessão da tarde.      


“A COMUNIDADE” (“Kollektivet”), 2016, Dinamarca, roteiro e direção de Thomas Vinterberg. Comédia dramática ambientada nos anos 70. Erik (Ulrich Thomsen) e Anna (Trine Dyrholm) vivem com a filha adolescente Freja (Martha Sofie Wallstrom Hansem) numa bela casa num bairro elegante de Copenhague. Ele, professor universitário, ela apresentadora de telejornal numa importante emissora de TV. Como a vida ficou difícil, as contas aumentaram, eles resolvem convidar alguns amigos para morar junto e, assim, dividir as despesas. Dessa forma, nasce uma comunidade nos moldes da filosofia hippie, com regras estabelecidas, muita paz e amor. Almoços, jantares, festas, muita cantoria e alegria geral. Todos vivem como se fossem uma família feliz. Até que Erik, motivado pelo ar libertário, resolve levar a amante Emma (Helene Relngaar Neumann, esposa do diretor na vida real), sua estudante na universidade, para morar com a turma. Aí a maionese desanda de vez, colocando em risco a convivência pacífica que prevalecia deste o início. De qualquer forma, trata-se de um filme bastante agradável de assistir, com uma trilha sonora saborosa, destacando o clássico “Goodbye Yellow Brick Road”, de Elton John. Trata-se de mais um filme polêmico do diretor dinamarquês Vinterberg, considerado um dos percursores do movimento Dogma 95 com o filme “Festa de Família”. Vinterberg também é responsável por filmes excelentes como “A Caça” e “Submarino”. Um ótimo programa para quem curte filmes de qualidade. Sem falar que a atuação de Trine Dyrholm, talvez a principal atriz dinamarquesa da atualidade , é simplesmente maravilhosa. Para terminar o comentário, basta dizer que o filme foi o mais aplaudido pelo público e crítica do Festival de Cannes.    

sexta-feira, 27 de abril de 2018


“PARIS PODE ESPERAR” (“PARIS CAN WAIT”), 2016, roteiro e direção de Leonor Coppola (isso mesmo, a esposa do consagrado diretor Francis Ford Coppola). Michael Lockwood (Alec Baldwin) está com a esposa Anne (Diane Lane) no Festival de Cannes. Ele é um famoso produtor de Hollywood e ela uma fotógrafa amadora. Ao fim do festival, o casal havia programado ir até Paris para alguns dias de férias. Mas eis que surge um imprevisto e Michael é obrigado a viajar para Budapeste (Hungria) com o objetivo de supervisionar uma importante produção internacional. Ele pede ao seu sócio francês Jacques Clément (Arnaud Viard) que acompanhe Anne até Paris. Um risco e tanto deixar a esposa aos cuidados desse charmoso francês. Será que Anne resistirá aos encantos de Clément? Tchan, tchan, tchan... Já começa quando Anne pede que encurtem a viagem: Clément responde que “Paris pode esperar”. Daí em diante, ele levará Anne por um verdadeiro roteiro romântico pelo interior da França, incluindo paisagens deslumbrantes, restaurantes típicos, gastronomia, vinhos e cultura histórica das cidades visitadas. Este foi o primeiro longa-metragem de ficção dirigido por Leonor, mais conhecida como documentarista. Leonor é mãe de outros dois cineastas, Sofia e Roman Coppola. Um filme muito simpático, agradável de assistir, ainda mais com o charme e a beleza madura da atriz Diane Lane. Aliás, o roteiro lembra muito um filme estrelado também por Diane em 2003, “Sob o Sol da Toscana”.

quinta-feira, 26 de abril de 2018


“O JURAMENTO” (“Eiourinn” no original; “The Oath” nos países de língua inglesa), Islândia, é um suspense policial produzido em 2016 mas somente lançado nos cinemas e em DVD em 2018. A temática: o que um pai de família pode – ou deve - fazer quando descobre que sua filha é viciada em drogas e, pior, que está (na) morando com um traficante? Na história, este é o grande dilema do médico Finnur, um conceituado cirurgião cardíaco do principal hospital de Reykjavik, a capital da pequena Islândia. O que fazer? Finnur resolve tomar uma atitude extrema, sem medir as consequências. Afinal, não será qualquer marginal que estragará a vida da sua filha. Dr. Finnur é interpretado por Baltasar Kormákur, que escreveu a história e dirigiu o filme. Kormákur tem em seu currículo como diretor o excelente “Sobrevivente” (2012). Também dirigiu algumas produções nos EUA, como “Dose Dupla” e “Contrabando”. Em “O Juramento”, Kormákur consegue manter um bom nível de suspense, garantindo a atenção do espectador do começo ao fim. Completam o elenco a bela Hera Hilmar como Anna, filha do médico, e Gísli Örn Garoarsson, como o delinquente Óttar. Um programa à altura para quem curte um bom suspense.