sábado, 18 de abril de 2015

“UMA PROMESSA” (“Une Promesse”), 2013, é um drama francês dirigido por Patrice Leconte. É falado em inglês e tem nos principais papéis os ingleses Alan Rickman e Rebbeca Hall, além do ator escocês Richard Madden. Para reforçar ainda mais o contexto globalizado, a trama é baseada em romance do grande escritor austríaco Stefan Zweig. Ambientada na Alemanha de 1912, a história começa com a chegada do jovem Friedrich Zeitz (Madden) para trabalhar na usina siderúrgica de propriedade do empresário Karl Hoffmeinster (Rickman). Com seu conhecimento do processo de produção e sua visão arrojada, Friedrich logo cai nas graças de Karl, que promove o jovem a seu consultor e secretário particular. Essa aproximação levará Friedrich a conhecer Lotte (Rebecca Hall), pela qual se apaixona perdidamente. E o sentimento é recíproco. Só que o empresário transfere Friedrich para o México para cuidar de um novo negócio. Dessa forma, o jovem e a mulher casada se separam e prometem renovar o amor dali a dois anos, quando Friedrich deveria voltar à Alemanha. Esta é a promessa estabelecida no título. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, porém, ele não consegue voltar e acaba se estabelecendo no México. Será que o destino irá uní-los novamente? Tchan, tchan, tchan, tchan...  Para um drama romântico, até que o filme funciona, mas o desfecho repentino decepciona. Uma coisa não se pode negar: Rebecca Hall, além de linda, é uma ótima atriz.                          

“O ANO MAIS VIOLENTO” (“A Most Violent Year”), 2014, é um drama ambientado em Nova Iorque em 1981, um dos anos de maior índice de criminalidade da história daquela cidade norte-americana. Daí o título do filme. Nesse contexto de extrema violência, o empresário Abel Morales (Oscar Isaac), imigrante colombiano, tenta alavancar os negócios de sua empresa ligada à atividade de distribuição de combustíveis. Para isso, está negociando a compra de um local para construir um centro de armazenamento e precisa, urgentemente, de uma montanha de dinheiro. Enquanto sai atrás de empréstimos, Abel sofre uma enorme pressão por parte dos concorrentes, grupo que inclui desde empresários desonestos até a máfia italiana, que roubam suas cargas e espancam seus motoristas. Como se não bastasse, Abel ainda enfrenta um procurador corrupto, Lawrence (David Oylowo, de “Selma”), que o ameaça com a aplicação das mais variadas e injustas multas. Com a ajuda da esposa Anna (Jessica Chastain), Abel tenta aguentar toda essa pressão, o que não será muito fácil num ano tão violento. O enredo é meio complicado e a gente só começa a entender o que está acontecendo lá pela metade do filme. Como já tinha feito em “Margin Call – O Dia Antes do Fim”, o diretor J.C. Chandor não dá nada mastigado para o espectador. O filme comprova o talento do ator guatemalteco Oscar Isaac, cuja semelhança com o ator Al Pacino dos tempos de “O Poderoso Chefão” é impressionante. Outro trunfo desse excelente drama é a fotografia em tons sombrios de Branford Young. Quase uma obra de arte. A caracterização de época também é excelente, com destaque para os figurinos. Jessica Chastain, por exemplo, veste as roupas da coleção Vintage Armani de 1981. Resumindo, um filme de muita qualidade. 


                                                                                                                                                        

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Em 1995, a norte-americana Cheryl Strayed, então com 26 anos de idade, resolveu encarar uma aventura daquelas: percorrer a pé e sozinha a trilha conhecida como “Pacific Crest Trail”, ou seja, 1.100 milhas (4.200 km), da fronteira do México até o Canadá pela Cost a do Oceano Pacífico. Para contar a aventura, Cheryl escreveu o livro “A Jornada de uma Mulher em Busca do Recomeço”, que depois, em 2014, virou o filme “LIVRE” (“Wild”), com a atriz Reese Witherspoon como a jovem aventureira. Ao contrário de tantos malucos que encaram desafios perigosos para superar seus limites e virar celebridade, Cheryl tinha como objetivo expurgar alguns fatos do seu passado recente, como seu divórcio, a morte da mãe, Bobbi (Laura Dern), e, principalmente, se livrar do sexo promíscuo que praticava e do vício das drogas pesadas. Enfim, refletir sobre sua vida de fracassos e, quem sabe, dar a volta por cima. O filme, dirigido pelo canadense Jean-Marc Vallée, acompanha a trajetória da viagem de Cheryl, além de relembrar, em flashbacks, sua infância, o relacionamento com a mãe, o pai bêbado e violento e as orgias regadas a sexo e drogas. Witherspoon foi indicada ao Oscar como Melhor Atriz e Laura Dern como Melhor Atriz Coadjuvante, mas não ganharam. O filme é bastante reflexivo, o que justifica seu ritmo um tanto lento, mas é bem feito e merece ser visto, principalmente pelo fato de contar uma incrível história real, o que valoriza qualquer produção.