“TEMPOS DE ESCURIDÃO” (“DE
FORBANDEDE ÅR”),
2020, Dinamarca, disponível na plataforma Amazon Prime Video (dublado), 2h32m, direção
de Anders Refn, que também assina o roteiro com a colaboração de Flemming Quist
Møller. Não gosto de filmes dublados, sem o som original. Mesmo assim, resolvi
assistir por se tratar de mais um episódio ocorrido durante a Segunda Guerra
Mundial - fatos históricos sempre foram do meu interesse. A dublagem, porém, é
muito boa. Estamos em abril de 1940, quando os alemães iniciam a ocupação da
Dinamarca. Assim como aconteceu na Noruega, dias antes, os dinamarqueses não
opuseram resistência às tropas nazistas. Pelo contrário, até acharam que
poderiam lucrar com a invasão. Este também era o pensamento dos empresários locais,
prevendo a oportunidade de exportar seus produtos para o mercado alemão. O
filme é centrado na família Skov, da capital Copenhague. Karl Skov (Jedsper
Christensen), o patriarca, é um rico industrial que comanda uma fábrica de
equipamentos. Além de enfrentar problemas econômicos relacionados à sua
indústria, Skov, ao lado da esposa Eva (Bodial Jørgensen), era obrigado a
administrar a rebeldia dos quatro filhos, nenhum deles disposto a ajudá-lo na
empresa. Um era comunista, o outro nazista, um tocava pistão numa banda de jazz
(rítmo considerado demoníaco na época) e finalmente Helene (Sara Viktoria Bjerregaard),
que, a contragosto de todos, casou com um capitão da marinha alemã. Enquanto
isso, mesmo com os protestos da esposa, Karl Skov negociava com os alemães,
única forma que encontrou de salvar sua tradicional empresa. Mesmo que o pano
de fundo seja a guerra, o filme não mostra batalhas, explosões, tanques etc.
Isso tudo ficou em segundo plano, pois o objetivo da história é acompanhar a
rotina tumultuada da família Skov. Além do ótimo elenco, o filme acerta na
recriação de época, nos caprichados figurinos e nos cenários da antiga
Copenhague. Vale uma conferida.