sábado, 4 de agosto de 2018


“ASSASSINO EM SÉRIE” (“Xin Li Zui Zhi Cheng Shi Guang”), 2017, China, roteiro e direção de Xu Jizhou (seu primeiro longa-metragem). Confesso que fiquei em dúvida: assisto ou não assisto? Afinal, não tinha referências, nem do diretor nem dos atores, ainda mais um policial chinês. Decidi conferir e, para minha surpresa, acabei assistindo a um ótimo filme policial, com muita ação, suspense e cenas bastante criativas – a sequência inicial, uma perseguição na roda gigante de um parque de diversões, é espetacular. A história é centrada na busca de um serial killer que se intitula “A Luz da Cidade”, um psicopata metido a justiceiro que mata pessoas que cometeram crimes e que conseguiram escapar da polícia e da justiça. Para tentar identificá-lo e prendê-lo, entram em ação o psicólogo criminal Fang Mu (Chao Deng) e a especialista forense Mi Nan (Liu Shishi).  Com seu grande poder de dedução, Fang Mu consegue chegar a um suspeito dos mais evidentes, mas precisa provar que ele é o assassino. Muitas reviravoltas acontecerão até o desfecho, incluindo uma briga das mais sangrentas entre o vilão e o mocinho. A história é baseada no livro homônimo escrito por Mi Lei, um professor de psicologia criminal na China Police University. Um ótimo programa para quem curte filmes policiais.                                                                  



quinta-feira, 2 de agosto de 2018


Mais um filme argentino para dar inveja a nosotros: “A CORDILHEIRA” (“La Cordillera”), 2017, roteiro e direção de Santiago Mitre. Trata-se de um drama político, tendo como pano de fundo uma conferência dos presidentes latino-americanos no Chile, cujo principal objetivo é discutir e aprovar um tratado de compra e venda de petróleo entre as nações participantes. O astro Ricardo Darín é novamente o protagonista principal, no papel do presidente argentino Hernán Blanco. O filme é quase todo destinado a mostrar os bastidores da cúpula, as intrigas e negociatas por trás do pano. Participam da reunião e têm papel de destaque, além do presidente argentino, o presidente do Brasil, Oliveira Prette, (o ator brasileiro Leonardo Franco), a presidente do Chile, Paula Sherson (Paulina Garcia), e líderes de outros países, sem falar na presença, na calada da noite, do representante do governo dos EUA, Dereck McKinnley (Christian Slater em participação especial), este último apresentado como um sujeito arrogante e sem escrúpulos com muitos dólares para comprar votos. O presidente do Brasil também não é mostrado de forma muito simpática, mas autoritário e um tanto ignorante (lembraram de alguém?). Em meio ao estresse político da reunião, onde cada presidente é obrigado a firmar uma posição, o indeciso presidente argentino ainda tem de administrar as atitudes de sua filha Marina Blanco (Dolores Fonzi), uma jovem com graves problemas psicológicos. Achei o filme muito bom e destaco principalmente os cenários deslumbrantes da Cordilheira dos Andes, um show de visual. Para dar mais crédito à minha opinião sobre o filme, lembro que o jovem diretor Santiago Mitre, de 37 anos, é o mesmo do excelente “Paulina”. Mas sua qualidade maior é como roteirista, como provam filmes como “Leonora”, “Elefante Branco”, “Paulina” e, principalmente, “Abutres”. “A Cordilheira” foi exibido por aqui durante a 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2017, e participou da mostra “Um Certain Regard” no Festival de Cannes 2017.                                                                 


segunda-feira, 30 de julho de 2018


“A MÚSICA DO SILÊNCIO” (“La Musica del Silenzio”), 2017, Itália, direção do inglês Michael Radford, que também escreveu o roteiro com a ajuda de Anna Pavignano. O filme é baseado na autobiografia do tenor italiano Andrea Bocelli. No filme, seu nome foi substituído por Amos Bardi – não entendi o porquê. Desde o seu nascimento, em 1958, a descoberta da doença que o deixará cego anos mais tarde, sua experiência como cantor de restaurante, sua primeira namorada, suas aulas de música e canto até o sucesso mundial após vencer o Festival de San Remo, em 1994, o filme acompanha a vida de Bocelli com uma trilha sonora de altíssima qualidade, principalmente as árias de ópera. O diretor Michael Radford, como já demonstrara no ótimo “O Carteiro e o Poeta”, dirige o filme com muita sensibilidade, como a história merece. Afinal, Bocelli sempre batalhou para conseguir o seu lugar, ganhar seu próprio dinheiro e pagar suas aulas de canto e a Faculdade de Direito que o formou advogado, profissão que nunca exerceu. A música sempre foi o seu objetivo maior e, como talento lhe sobrava, conquistou um espaço de destaque no mundo da música. Fazem parte do elenco Toby Sebastian (o jovem Bocelli), Jordi Mollà (o pai), Luisa Ranieri (a mãe) e Ennio Fantastichini (o tio e grande incentivador). O verdadeiro Bocelli aparece em algumas cenas, além de narrar alguns episódios de sua vida. Pena que o vídeo que assisti é falado em inglês e não na língua original, o italiano. De qualquer modo, é um filme bastante comovente. Não entendo como não chegou por aqui para ser exibido no circuito comercial. Uma pena, pois é imperdível!                                                                  

domingo, 29 de julho de 2018


“TUDO COMEÇA NO BROOKLYN” (“First We Take Brooklyn”), 2018, EUA, filme de estreia como roteirista e diretor do ator israelense Danny A. Abeckaser, que também atua como o personagem principal. Ele é Mikki, um presidiário que cumpre pena perpétua numa prisão de segurança máxima em Israel. Numa brecha da lei, seus advogados conseguem sua libertação após 18 anos preso. Ao sair da penitenciária, Mikki resolve mudar para Nova Iorque, onde vai morar com seu tio (Eli Danker). Ele procura emprego e acha um no restaurante de Avi (Guri Weinberg), amigo de seu tio. Só que tem um porém: Avi é obrigado a pagar uma pesada taxa mensal a uma gangue russa chefiada por Anatoly (Harvey Keitel). A coisa começa a ficar fora de controle quando o tio de Mikki é espancado pela gangue. Mikki resolve se vingar e organiza uma gangue para combater os russos. Começa a traficar cocaína, roubada dos russos, é aí a guerra é declarada. Não é nenhuma maravilha como filme, mas garante um bom entretenimento para uma tarde com pipoca. Ah, e tem no elenco, num papel de destaque, uma das mais bonitas atrizes norte-americanas da atualidade: AnnaLynne McCord, um colírio. 


                                                                    



“BASEADO EM FATOS REAIS” (“D’APRÈS UNE HISTOIRE VRAIE”), 2017, França, direção de Roman Polanski, que também é autor do roteiro ao lado do diretor francês Olivier Assayas. Trata-se de um thriller psicológico baseado no livro escrito por Delphine De Vigan e lançado em 2016. A história envolve duas mulheres, a famosa escritora Delphine Dayrieux (Emmanuelle Seigner, esposa de Polanski na vida real) e a também autora de livros Elle (Eva Green), ghost writer especialista em biografias de celebridades. Além de fã incondicional, Elle nutre uma obsessão mórbida por Delphine, a ponto de comandar sua vida pessoal. Delphine, em crise existencial, fragilizada emocionalmente e com falta de inspiração para um novo livro, aceita a companhia de Elle a ponto de deixá-la morar em seu apartamento. O embate psicológico entre as duas mulheres conduz a história até o desfecho. Polanski mantém o suspense graças à excelente interpretação das duas grandes atrizes, principalmente Eva Green, que exala maldade a cada gesto e a cada olhar. O filme lembra um pouco o estilo de suspense praticado por Hitchcock, com a utilização da trilha sonora para aumentar o clima de tensão de determinadas cenas. “Baseado em Fatos Reais” foi exibido pela primeira vez no encerramento do Festival de Cannes 2017. Suspense da melhor qualidade e com a assinatura de um dos melhores diretores ainda em atividade.