“MEU REI” (“MON ROI”), 2015, França, escrito e dirigido por
Maïwenn Le Besco. A história é centrada no relacionamento tumultuado da
advogada Marie Antoinette Jézébel (Emmanuelle Bercot), a quem os mais próximos
chamam de “Tony”, e Georgio Milevisk (Vincent Cassel), dono de restaurante e conquistador crônico. O
filme começa com o acidente ocorrido quando Tony esquiava, o que lhe resultou
num grave ferimento no joelho. Enquanto se recuperava numa clínica de reabilitação,
ela relembra os dez anos em que ficou casada com Georgio, um homem sedutor e, ao mesmo tempo, como demonstraria depois,
possessivo, instável, egoísta e, de certa forma, violento. Mesmo casado e pai,
Georgio continuou aprontando e Tony sempre perdoando. Até que um dia... Um
crítico profissional definiu o filme como “Uma bela e dolorosa história de amor”,
no que concordo plenamente. A diretora, e também atriz, Maïwenn, que já havia escrito
e dirigido bons filmes como “Polissia” e “Baile das Atrizes”, acerta a mão mais
uma vez, nos presenteando com um ótimo drama. O grande destaque do filme,
porém, é a atriz Emmanuelle Bercot. Confesso que faz muito tempo que não via
uma atuação tão espetacular. Só ela vale o filme inteiro, embora Vincent Cassel - o ex-marido de Mônica Belucci - também dá show de interpretação. Falar nisso, por esse
filme, Emmanuelle foi eleita a Melhor Atriz no Festival de Cannes 2015. Merecia
muito mais. "Meu Rei" também recebeu 8 indicações ao César (o Oscar francês). Sem dúvida, cinema de alta qualidade. Um ótimo programa.
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
O tema da eutanásia é o pano de fundo do drama francês “A ÚLTIMA LIÇÃO” (“LE DERNIÈRE LEÇON”), 2016, escrito e dirigido por
Pascale Pouzadoux. Não suportando mais conviver com dores pelo corpo,
incontinência urinária noturna, lapsos de memória e com todas as dificuldades
que caracterizam a velhice, Madeleine (Marthe Villalonga) resolve se suicidar.
Sua intenção é anunciada no almoço em que ela comemorava seus 92 anos com a
família. Disse que estava cansada de viver e que não gostaria de dar trabalho
para os filhos Diane (a simpática e ótima atriz Sandrine Bonnaire) e Pierre (Antoine
Duléry). Dali a dois meses, ela tomaria uns remédios e acabaria com tudo. De
início, os filhos não se conformam com a decisão da mãe e tentam demovê-la da
ideia. Diane, em especial, resolve dedicar uma atenção especial à mãe nos meses
que lhe restam de vida, enquanto seu irmão Pierre está mais preocupado com os
seus negócios. O filme quase inteiro é dedicado à relação entre Diane e a mãe,
o que rende alguns momentos comoventes e bastante sensíveis. Para escrever o
roteiro, em conjunto com Laurent de Bartillat, a diretora Pascale Pouzadoux se
inspirou no livro autobiográfico da filósofa Noëlle Châtelet, que relata os
três últimos meses de vida de sua mãe, Mireille Jospin. Resumo da ópera: um bom
programa para ver na telinha.
Assinar:
Postagens (Atom)