sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

“MEU REI” (“MON ROI”), 2015, França, escrito e dirigido por Maïwenn Le Besco. A história é centrada no relacionamento tumultuado da advogada Marie Antoinette Jézébel (Emmanuelle Bercot), a quem os mais próximos chamam de “Tony”, e Georgio Milevisk (Vincent Cassel), dono de restaurante e conquistador crônico. O filme começa com o acidente ocorrido quando Tony esquiava, o que lhe resultou num grave ferimento no joelho. Enquanto se recuperava numa clínica de reabilitação, ela relembra os dez anos em que ficou casada com Georgio, um homem sedutor e,  ao mesmo tempo, como demonstraria depois, possessivo, instável, egoísta e, de certa forma, violento. Mesmo casado e pai, Georgio continuou aprontando e Tony sempre perdoando. Até que um dia... Um crítico profissional definiu o filme como “Uma bela e dolorosa história de amor”, no que concordo plenamente. A diretora, e também atriz, Maïwenn, que já havia escrito e dirigido bons filmes como “Polissia” e “Baile das Atrizes”, acerta a mão mais uma vez, nos presenteando com um ótimo drama. O grande destaque do filme, porém, é a atriz Emmanuelle Bercot. Confesso que faz muito tempo que não via uma atuação tão espetacular. Só ela vale o filme inteiro, embora Vincent Cassel - o ex-marido de Mônica Belucci - também dá show de interpretação. Falar nisso, por esse filme, Emmanuelle foi eleita a Melhor Atriz no Festival de Cannes 2015. Merecia muito mais. "Meu Rei" também recebeu 8 indicações ao César (o Oscar francês). Sem dúvida, cinema de alta qualidade. Um ótimo programa.   

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O tema da eutanásia é o pano de fundo do drama francês “A ÚLTIMA LIÇÃO” (“LE DERNIÈRE LEÇON”), 2016, escrito e dirigido por Pascale Pouzadoux. Não suportando mais conviver com dores pelo corpo, incontinência urinária noturna, lapsos de memória e com todas as dificuldades que caracterizam a velhice, Madeleine (Marthe Villalonga) resolve se suicidar. Sua intenção é anunciada no almoço em que ela comemorava seus 92 anos com a família. Disse que estava cansada de viver e que não gostaria de dar trabalho para os filhos Diane (a simpática e ótima atriz Sandrine Bonnaire) e Pierre (Antoine Duléry). Dali a dois meses, ela tomaria uns remédios e acabaria com tudo. De início, os filhos não se conformam com a decisão da mãe e tentam demovê-la da ideia. Diane, em especial, resolve dedicar uma atenção especial à mãe nos meses que lhe restam de vida, enquanto seu irmão Pierre está mais preocupado com os seus negócios. O filme quase inteiro é dedicado à relação entre Diane e a mãe, o que rende alguns momentos comoventes e bastante sensíveis. Para escrever o roteiro, em conjunto com Laurent de Bartillat, a diretora Pascale Pouzadoux se inspirou no livro autobiográfico da filósofa Noëlle Châtelet, que relata os três últimos meses de vida de sua mãe, Mireille Jospin. Resumo da ópera: um bom programa para ver na telinha.