O
drama “CONSUMIDA” (“CONSUMED”), 2015, EUA, direção de Daryl Wein, aborda um assunto dos mais polêmicos
da atualidade, ou seja, os alimentos transgênicos (geneticamente modificados),
também conhecidos por OGMs. A história é centrada em Sophie (a feiosa Zoe Lister-Jones),
uma jovem mãe de um garoto que começa a ter erupções alérgicas pelo corpo. Após
consultar vários médicos e não chegar a uma conclusão satisfatória, Sophie começa
a pesquisar tudo a respeito de alimentos transgênicos. Ela irá descobrir que o
problema de seu filho pode estar ligado ao consumo de alimentos geneticamente
modificados produzidos por uma empresa chamada Clonestra. Durante suas
pesquisas, Sophie vai visitar a fazenda do agricultor Hal (Danny Glover,
bastante envelhecido), cujas plantações estão sendo comprometidas pelas
sementes geneticamente modificadas que chegam da fazenda vizinha pelo vento. O filme
inteiro é dedicado à discussão sobre os prováveis efeitos danosos das OGMs. Nos
créditos finais, aliás, há informações bastante interessantes e alarmantes sobre
o assunto. Não há até hoje, por exemplo, estudos médicos e científicos sérios sobre os
transgênicos e as suas eventuais consequências para o ser humano. No final do filme você certamente pensará duas vezes antes de
consumir algum. O roteiro foi escrito pelo diretor Daryl Wein em parceria com a
atriz Zoe Lister-Jones, sua esposa na vida real.
sábado, 1 de outubro de 2016
Exibido
pela primeira vez na abertura da 19ª edição do Festival de Cinema de Málaga, em
abril último, “TORO” foi
comparado ao estilo dos filmes do diretor norte-americano Quentin Tarantino. O filme espanhol, estrelado
pelos astros Mario Casas e Luis Tosar, tem bastante violência e frenéticas
cenas de ação, além de algumas mulheres bonitas. Toro (Casas) trabalhava para o
poderoso Romano (José Sacristán), chefão mafioso que domina a região de
Andaluzia. Um dia, porém, Toro abandona a gangue de Romano e segue em frente
com os irmãos também marginais. Durante um assalto fracassado, um deles morre e Toro é
preso. López (Tosar) consegue escapar. Enquanto Toro cumpre sua pena, López acaba
roubando o mafioso. Quando sai em condicional, Toro é obrigado a interceder
pelo irmão e aí também será alvo da turma pesada de Romano. O filme é bastante
movimentado, graças ao roteiro de Rafael Cobos (do ótimo “Isla Mínima”) e à
direção firme de Kike Maillo. Funciona como uma sessão da tarde para adultos,
pois a violência corre solta.
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Adicione
humor negro, cenas bizarras e doses caprichadas de surreal. Misture bem e você
terá um filme como “QUEDA LIVRE” (“SZABADESÉS”), Hungria,
2014. Ao assistir, não tente entender o que está acontecendo. Apenas assista. Vou
tentar explicar o roteiro. Uma idosa (Piroska Molnar) tenta o suicídio pulando
do alto de um prédio de sete andares. Não consegue seu intento e volta ao
prédio para tentar de novo. O elevador está quebrado e ela é obrigada a subir pelas escadas. À medida que passa
pelos andares, uma história diferente acontece, sempre ligada a um determinado
apartamento daquele piso. A aula de um guru; uma festa chique com a anfitriã nua;
um boi jantando com uma família; um casal com fobia de germes fazendo sexo envolto
em plástico; um ginecologista fazendo um parto ao contrário, ou seja, colocando
o bebê de volta na mulher... E o filme segue até o fim mostrando essa série de
situações absurdas, fruto certamente de uma mente doentia, no caso a do diretor
húngaro Pálfi György, que também é autor do roteiro. Como já havia feito em
filmes como “Taxidermia”, de 2006, György quis chocar a plateia. O filme integrou
a mostra “Digital Project” do Festival de Cinema de Jeonju (Coreia do Sul).
Vale a pena assistir para conhecer um projeto tão esquisito.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
“AS MONTANHAS SE SEPARAM” (“Shan He Gu Ren”), China, 2015,
direção de Zhang-Ke Jia (“Um Toque de Pecado” e “Em Busca da Vida”). A história
começa em 1999, na província de Shanxi. A jovem Tao (Zhao Tao), 18 anos, é disputada
por dois amigos de infância, Zhang Jinsheng (Yi Zhang) e Liangzi (Jing Dong
Liang). Zhang é proprietário de um posto de gasolina, rico, empreendedor.
Liangzi é pobre, trabalha numa mina de carvão. Tao acaba casando com Zhang,
enquanto Liangzi, para fugir da mulher amada, muda de cidade para tentar uma
vida nova. Aí o filme pula para 2014. Tao está separada do marido e perde a
guarda do filho, enquanto Liangzi, muito doente, volta para Shanxi com a mulher
e o filho. O filme dá mais um salto e chega a 2025. Estamos na Austrália e, a
partir daí, a história fica centrada no filho de Tao e Zhang, já um rapaz, e
sua relação de amizade com a professora Mia (Sylvia Chang). O clima do filme é
novelesco, melodramático, e alguns fatos incoerentes prejudicam o seu
desenrolar, como o sumiço repentino e inexplicável de alguns personagens até
então importantes, como Liangzi e a própria Tao. Resumindo, o filme é fraco, um
tanto enfadonho, embora tenha uma bela fotografia e cenários deslumbrantes. O
filme foi exibido na competição oficial do Festival de Cannes 2015, sendo
recebido sem muito entusiasmo.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
“LABIRINTO DE MENTIRAS” (“Im Labyrinth des
Schweigens”), 2015, Alemanha, 127 minutos, filme de estreia do
diretor italiano Giulio Ricciarelli, que também escreveu o roteiro, baseado em
fatos reais, em parceria com Elisabeth Bartel. Berlim, 1958. Treze anos depois
do fim da Segunda Grande Guerra, ao passar na porta de uma escola, um
jornalista vê um professor que havia sido seu torturador em Auschwitz, famoso
campo de concentração instalado na Polônia pelos nazistas. O jornalista faz a
denúncia ao jovem procurador Johann Radmann (Alexander Fehling), que inicia a
investigação sobre os supostos crimes de guerra praticados pelos alemães (na
época, se sabia pouco sobre o Holocausto). Determinado a punir os alemães que
trabalharam em Auschwitz e foram responsáveis pelas mais diversas atrocidades, entre
eles Adolf Eichmann e Josef Mengele, o procurador enfrentará inúmeros obstáculos.
Um deles, colocado pelas próprias autoridades governamentais da Alemanha, que
não gostariam que o assunto voltasse à tona. Ao longo de seu trabalho, Radmann
descobrirá que o nazismo esteve bastante entranhado na sociedade alemã durante
a guerra. O esforço de Radmann culminou, em 1963, com o famoso “Julgamento de Frankfurt”,
ao final do qual foram condenados 18 alemães que cometeram atrocidades em Auschwitz.
Candidato oficial da Alemanha ao Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar
2016, o filme foi exibido na 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo,
em outubro de 2015. Imperdível!
domingo, 25 de setembro de 2016
“AURORAS NASCEM TRANQUILAS” (“A ZORI ZDES TIKHIE”), 2015, Rússia,
direção de Renat Davletyarov. Trata-se da refilmagem do filme do mesmo nome
produzido em 1972 e que foi nomeado para disputar o Oscar de Melhor Filme
Estrangeiro em 1973. Baseada em fatos reais, relatados no livro escrito por Boris Vasilyev, a história é ambientada na província de Karelia
(fronteira da Rússia com a Finlândia) durante a primavera de 1942. Aqui está
instalada uma pequena unidade de artilharia antiaérea formada por jovens
mulheres inexperientes sob o comando do sargento Fedot Vaskov (Pyotr Fyodorov).
O filme enaltece o feito heroico dessas corajosas mulheres, que lutaram bravamente
contra um batalhão de elite do exército alemão que planejava explodir as
ferrovias de Kirov e do Mar Branco. Embora em menor número, a unidade feminina
conseguiu conter os alemães até a chegada de reforços. O filme é historicamente
interessante, pois faz menção a vários episódios da Segunda Grande Guerra ocorridos em
território russo. O filme procura amenizar o pano de fundo trágico com alguns
momentos de humor, principalmente durante o treinamento das jovens recrutas.
Por falar nelas, são todas representadas por atrizes russas muito bonitas. Será
que as personagens originais também eram? Duvido. De qualquer forma, o filme é bastante
atrativo, com muita ação e suspense. Enfim, mais um bom drama de guerra que vale a pena ser visto.
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