sábado, 1 de outubro de 2016

O drama “CONSUMIDA” (“CONSUMED”), 2015, EUA, direção de Daryl Wein, aborda um assunto dos mais polêmicos da atualidade, ou seja, os alimentos transgênicos (geneticamente modificados), também conhecidos por OGMs. A história é centrada em Sophie (a feiosa Zoe Lister-Jones), uma jovem mãe de um garoto que começa a ter erupções alérgicas pelo corpo. Após consultar vários médicos e não chegar a uma conclusão satisfatória, Sophie começa a pesquisar tudo a respeito de alimentos transgênicos. Ela irá descobrir que o problema de seu filho pode estar ligado ao consumo de alimentos geneticamente modificados produzidos por uma empresa chamada Clonestra. Durante suas pesquisas, Sophie vai visitar a fazenda do agricultor Hal (Danny Glover, bastante envelhecido), cujas plantações estão sendo comprometidas pelas sementes geneticamente modificadas que chegam da fazenda vizinha pelo vento. O filme inteiro é dedicado à discussão sobre os prováveis efeitos danosos das OGMs. Nos créditos finais, aliás, há informações bastante interessantes e alarmantes sobre o assunto. Não há até hoje, por exemplo, estudos médicos e científicos sérios sobre os transgênicos e as suas eventuais consequências para o ser humano. No final do filme você certamente pensará duas vezes antes de consumir algum. O roteiro foi escrito pelo diretor Daryl Wein em parceria com a atriz Zoe Lister-Jones, sua esposa na vida real.                               
Exibido pela primeira vez na abertura da 19ª edição do Festival de Cinema de Málaga, em abril último, “TORO” foi comparado ao estilo dos filmes do diretor norte-americano Quentin Tarantino. O filme espanhol, estrelado pelos astros Mario Casas e Luis Tosar, tem bastante violência e frenéticas cenas de ação, além de algumas mulheres bonitas. Toro (Casas) trabalhava para o poderoso Romano (José Sacristán), chefão mafioso que domina a região de Andaluzia. Um dia, porém, Toro abandona a gangue de Romano e segue em frente com os irmãos também marginais. Durante um assalto fracassado, um deles morre e Toro é preso. López (Tosar) consegue escapar. Enquanto Toro cumpre sua pena, López acaba roubando o mafioso. Quando sai em condicional, Toro é obrigado a interceder pelo irmão e aí também será alvo da turma pesada de Romano. O filme é bastante movimentado, graças ao roteiro de Rafael Cobos (do ótimo “Isla Mínima”) e à direção firme de Kike Maillo. Funciona como uma sessão da tarde para adultos, pois a violência corre solta.                            

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Adicione humor negro, cenas bizarras e doses caprichadas de surreal. Misture bem e você terá um filme como “QUEDA LIVRE” (“SZABADESÉS”), Hungria, 2014. Ao assistir, não tente entender o que está acontecendo. Apenas assista. Vou tentar explicar o roteiro. Uma idosa (Piroska Molnar) tenta o suicídio pulando do alto de um prédio de sete andares. Não consegue seu intento e volta ao prédio para tentar de novo. O elevador está quebrado e ela é obrigada a subir pelas escadas. À medida que passa pelos andares, uma história diferente acontece, sempre ligada a um determinado apartamento daquele piso. A aula de um guru; uma festa chique com a anfitriã nua; um boi jantando com uma família; um casal com fobia de germes fazendo sexo envolto em plástico; um ginecologista fazendo um parto ao contrário, ou seja, colocando o bebê de volta na mulher... E o filme segue até o fim mostrando essa série de situações absurdas, fruto certamente de uma mente doentia, no caso a do diretor húngaro Pálfi György, que também é autor do roteiro. Como já havia feito em filmes como “Taxidermia”, de 2006, György quis chocar a plateia. O filme integrou a mostra “Digital Project” do Festival de Cinema de Jeonju (Coreia do Sul). Vale a pena assistir para conhecer um projeto tão esquisito.                        

terça-feira, 27 de setembro de 2016

 

“AS MONTANHAS SE SEPARAM” (“Shan He Gu Ren”), China, 2015, direção de Zhang-Ke Jia (“Um Toque de Pecado” e “Em Busca da Vida”). A história começa em 1999, na província de Shanxi. A jovem Tao (Zhao Tao), 18 anos, é disputada por dois amigos de infância, Zhang Jinsheng (Yi Zhang) e Liangzi (Jing Dong Liang). Zhang é proprietário de um posto de gasolina, rico, empreendedor. Liangzi é pobre, trabalha numa mina de carvão. Tao acaba casando com Zhang, enquanto Liangzi, para fugir da mulher amada, muda de cidade para tentar uma vida nova. Aí o filme pula para 2014. Tao está separada do marido e perde a guarda do filho, enquanto Liangzi, muito doente, volta para Shanxi com a mulher e o filho. O filme dá mais um salto e chega a 2025. Estamos na Austrália e, a partir daí, a história fica centrada no filho de Tao e Zhang, já um rapaz, e sua relação de amizade com a professora Mia (Sylvia Chang). O clima do filme é novelesco, melodramático, e alguns fatos incoerentes prejudicam o seu desenrolar, como o sumiço repentino e inexplicável de alguns personagens até então importantes, como Liangzi e a própria Tao. Resumindo, o filme é fraco, um tanto enfadonho, embora tenha uma bela fotografia e cenários deslumbrantes. O filme foi exibido na competição oficial do Festival de Cannes 2015, sendo recebido sem muito entusiasmo.                       

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

“LABIRINTO DE MENTIRAS” (“Im Labyrinth des Schweigens”), 2015, Alemanha, 127 minutos, filme de estreia do diretor italiano Giulio Ricciarelli, que também escreveu o roteiro, baseado em fatos reais, em parceria com Elisabeth Bartel. Berlim, 1958. Treze anos depois do fim da Segunda Grande Guerra, ao passar na porta de uma escola, um jornalista vê um professor que havia sido seu torturador em Auschwitz, famoso campo de concentração instalado na Polônia pelos nazistas. O jornalista faz a denúncia ao jovem procurador Johann Radmann (Alexander Fehling), que inicia a investigação sobre os supostos crimes de guerra praticados pelos alemães (na época, se sabia pouco sobre o Holocausto). Determinado a punir os alemães que trabalharam em Auschwitz e foram responsáveis pelas mais diversas atrocidades, entre eles Adolf Eichmann e Josef Mengele, o procurador enfrentará inúmeros obstáculos. Um deles, colocado pelas próprias autoridades governamentais da Alemanha, que não gostariam que o assunto voltasse à tona. Ao longo de seu trabalho, Radmann descobrirá que o nazismo esteve bastante entranhado na sociedade alemã durante a guerra. O esforço de Radmann culminou, em 1963, com o famoso “Julgamento de Frankfurt”, ao final do qual foram condenados 18 alemães que cometeram atrocidades em Auschwitz. Candidato oficial da Alemanha ao Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2016, o filme foi exibido na 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2015. Imperdível!                     

domingo, 25 de setembro de 2016

 

“AURORAS NASCEM TRANQUILAS” (“A ZORI ZDES TIKHIE”), 2015, Rússia, direção de Renat Davletyarov. Trata-se da refilmagem do filme do mesmo nome produzido em 1972 e que foi nomeado para disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1973. Baseada em fatos reais, relatados no livro escrito por Boris Vasilyev, a história é ambientada na província de Karelia (fronteira da Rússia com a Finlândia) durante a primavera de 1942. Aqui está instalada uma pequena unidade de artilharia antiaérea formada por jovens mulheres inexperientes sob o comando do sargento Fedot Vaskov (Pyotr Fyodorov). O filme enaltece o feito heroico dessas corajosas mulheres, que lutaram bravamente contra um batalhão de elite do exército alemão que planejava explodir as ferrovias de Kirov e do Mar Branco. Embora em menor número, a unidade feminina conseguiu conter os alemães até a chegada de reforços. O filme é historicamente interessante, pois faz menção a vários episódios da Segunda Grande Guerra ocorridos em território russo. O filme procura amenizar o pano de fundo trágico com alguns momentos de humor, principalmente durante o treinamento das jovens recrutas. Por falar nelas, são todas representadas por atrizes russas muito bonitas. Será que as personagens originais também eram? Duvido. De qualquer forma, o filme é bastante atrativo, com muita ação e suspense. Enfim, mais um bom drama de guerra que vale a pena ser visto.