“A FILHA DA MÁFIA” (“Victoria
Gotti: My Father’s Daughter”), 2019, EUA, Lifetimes Movies –
estreou no Brasil na TV fechada no dia 9 de junho de 2019 -, 1h26m, roteiro e direção de
Catherine Cyran. A história é baseada em fatos reais relatados no livro de
memórias de Victoria Gotti (“The Family of Mine: What It Was Like Growing Up
Gotti”), filha do poderoso John Gotti, chefão da Família Gambino, que nos anos
60, 70 e 80 dominou a cena do crime em Nova Iorque. O filme apresenta a rotina particular
de Gotti (Maurice Bernard), sua esposa Butch (Ronda Dent) e os quatro filhos,
entre os quais Victoria (Chelsea Frei) era a que tinha maior proximidade com o pai. O longa
foi produzido pela própria Victoria, que aparece várias vezes narrando os
principais acontecimentos. Com imagens da época, "A Filha da Máfia" reproduz com eficácia o clima reinante em Nova Iorque, dominada pelo crime organizado, leia-se a máfia italiana. John Gotti já havia sido personagem principal de
outro filme, “Gotti”, de 2018, com John Travolta interpretando o mafioso. Meus
elogios à “A Filha da Máfia” são suspeitos, pois sempre adorei filmes envolvendo
a Máfia. Mesmo sendo do mal, acho seus personagens fascinantes. O melhor filme que
já assisti no gênero foi “Os Bons Companheiros”, de 1990, dirigido por Martin
Scorsese.
sábado, 29 de junho de 2019
quinta-feira, 27 de junho de 2019
“DAGUERREÓTIPO – O SEGREDO DO QUARTO
ESCURO” (“Le Secret de La Chambre Noire”), 2017, França, 131
minutos, direção do japonês Kiyoshi Kurosawa (nenhum parentesco com o mestre
Akira Kurosawa), que também assina o roteiro com a colaboração de Catherine
Paillé e Eléonore Mahmoudian. Trata-se de um suspense com pitadas de terror
psicológico. Nada explícito, porém, apenas vozes do além e aparições de
fantasmas. O suspense é muito bem elaborado (Kiyoshi é considerado um
especialista no gênero – “Pulse” e “Cure” foram dirigidos por ele). Ele utiliza
muito o recurso da câmera em slow motion percorrendo um ambiente e
antevendo algum susto. Vamos à história do filme: o jovem Jean (Tahar Rahim) é
contratado como assistente de Stéphane Hégray (Olivier Gourmet), um famoso
fotógrafo de moda que vive enclausurado em sua mansão após a morte trágica de
sua esposa Denise. Para realizar suas fotos, Stéphane utiliza o Daguerreótipo,
equipamento antigo dos primórdios da fotografia. E, como seu modelo preferido,
ele recruta a filha Marie (Constance Rousseau), que se submete a extenuantes
sessões de foto que costumam durar horas (o Daguerreótipo exige 10 minutos, no
mínimo, de exposição à luz solar para obter uma imagem satisfatória). Quando
Stéphane começa a dar sinais de loucura, Marie e Jean resolver bolar um plano
para convencê-lo a vender a velha e carcomida mansão e faturar uma grana com a
comissão. O filme é tecnicamente bem feito, mantendo o suspense do começo ao
fim e, como principal trunfo, conta com dois excelentes atores franceses, Olivier
Gourmet e Tahar Rahim. Conta ainda com uma ponta de luxo, o ator Mathieu
Amalric. Tudo bem que Kiyoshi Kurosawa não é nenhum Akira, mas comprova mais
uma vez que é um bom cineasta.
terça-feira, 25 de junho de 2019
“OS GIGANTES NÃO EXISTEM” (“LOS GIGANTES
NO EXISTEN” – a tradução literal para o português é minha,
já que o filme não chegou por aqui e nem deve chegar), 2017, coprodução
Guatemala/Espanha, 1h22m, direção de Chema Rodríguez, que também assina o
roteiro juntamente com Francisco Vargas e Leon Siminiani. A história, baseada
em fatos reais, é ambientada em 1982, no auge da Guerra Civil da Guatemala (1960-1996).
O personagem verdadeiro, no qual o roteiro foi inspirado, é Jesus Tecú Osorio, único
sobrevivente do massacre do Vilarejo de Rio Negro, onde foram mortos 176 civis,
entre mulheres, idosos e crianças. A matança foi obra do Exército Nacional da
Guatemala e dos integrantes do PAC (Patrulhamento da Audofesa Civil). No filme,
Jesus foi transformado em Andrés (José Javier Martinez), de 9 anos, que após o
massacre foi sequestrado e obrigado a trabalhar como escravo do violento Pedro
(Rafael Rojas), um sujeito que mora num casebre miserável e que mantém uma
banca de legumes na feira do seu vilarejo. Maria (Patricia Orantes), esposa doente
de Pedro, se afeiçoa ao garoto e o trata como filho. Essa situação dura cerca
de dois anos, quando de repente aparece a irmã mais velha de Andrés com objetivo
de resgatá-lo. O filme é bastante pesado, num cenário de miséria, tristeza e
medo. Nesse contexto, o diretor espanhol Chema Rodríguez (é o seu segundo longa-metragem)
é implacável em aumentar ainda mais a carga dramática e o impacto da história, incluindo
algumas cenas bastante chocantes. Ou seja, não é um filme agradável de se ver.
De qualquer forma, foi escolhido para ser exibido nas seleções oficiais dos
festivais de cinema de Chicago, Roma, Guadalajara, Punta Del Este e Sevilha, recebendo
rasgados elogios da crítica.
domingo, 23 de junho de 2019
“DUAS RAINHAS” (“MARY QUEEN OF SCOTS”), 2018,
co-produção EUA/Inglaterra, 2h05m, primeiro longa-metragem de Josie Rourke,
mais conhecida na Inglaterra como diretora de teatro. O roteiro, escrito por Beau
Willimon (o mesmo de “House of Cards”), foi inspirado no livro “My Heart Is My
Own: The Life of Mary Queen of Scots”, escrito pelo biógrafo e historiador John
Guy. Existem vários bons motivos para indicar este belo filme de época. Primeiro, a
história em si, ambientada no século 16 e baseada em fatos reais, ou seja, os
acontecimentos que fazem parte da história de Inglaterra e Escócia, incluindo
o relacionamento conflituoso entre a Escócia da Rainha Mary Stuart e a
Inglaterra da Rainha Elizabeth I. Segundo, a primorosa recriação da época, com
cenários suntuosos e maravilhosos figurinos (o filme foi um dos finalistas na
disputa do Oscar 2019 de Melhor Figurino), além do excelente trabalho de maquiagem. A
fotografia, que leva a assinatura do premiado John Matheson, é outro grande
destaque. Mas o que mais me impressionou foi o trabalho dessas duas grandes atrizes,
Saoirse Ronan como Mary Stuart e Margot Robbie como Elizabeth I. Nem mesmo a
pesada maquiagem e o nariz postiço conseguiram deixar feia a australiana Margot
Robbie, talvez a atriz mais bonita do cinema atual. A norte-americana Saoirse
Ronan firma-se como uma das melhores atrizes do momento, tendo atuado em filmes
como “O Grande Hotel Budapeste”, “Brooklyn” e “Lady Bird: A Hora de Voar”,
entre tantos outros. Nunca fui muito fã de filmes de época, mas já assisti a alguns muito bons, o mais recente deles “A Favorita” e agora “Duas Rainhas”.
Não percam!
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