“DAGUERREÓTIPO – O SEGREDO DO QUARTO
ESCURO” (“Le Secret de La Chambre Noire”), 2017, França, 131
minutos, direção do japonês Kiyoshi Kurosawa (nenhum parentesco com o mestre
Akira Kurosawa), que também assina o roteiro com a colaboração de Catherine
Paillé e Eléonore Mahmoudian. Trata-se de um suspense com pitadas de terror
psicológico. Nada explícito, porém, apenas vozes do além e aparições de
fantasmas. O suspense é muito bem elaborado (Kiyoshi é considerado um
especialista no gênero – “Pulse” e “Cure” foram dirigidos por ele). Ele utiliza
muito o recurso da câmera em slow motion percorrendo um ambiente e
antevendo algum susto. Vamos à história do filme: o jovem Jean (Tahar Rahim) é
contratado como assistente de Stéphane Hégray (Olivier Gourmet), um famoso
fotógrafo de moda que vive enclausurado em sua mansão após a morte trágica de
sua esposa Denise. Para realizar suas fotos, Stéphane utiliza o Daguerreótipo,
equipamento antigo dos primórdios da fotografia. E, como seu modelo preferido,
ele recruta a filha Marie (Constance Rousseau), que se submete a extenuantes
sessões de foto que costumam durar horas (o Daguerreótipo exige 10 minutos, no
mínimo, de exposição à luz solar para obter uma imagem satisfatória). Quando
Stéphane começa a dar sinais de loucura, Marie e Jean resolver bolar um plano
para convencê-lo a vender a velha e carcomida mansão e faturar uma grana com a
comissão. O filme é tecnicamente bem feito, mantendo o suspense do começo ao
fim e, como principal trunfo, conta com dois excelentes atores franceses, Olivier
Gourmet e Tahar Rahim. Conta ainda com uma ponta de luxo, o ator Mathieu
Amalric. Tudo bem que Kiyoshi Kurosawa não é nenhum Akira, mas comprova mais
uma vez que é um bom cineasta.
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