quinta-feira, 27 de junho de 2019



“DAGUERREÓTIPO – O SEGREDO DO QUARTO ESCURO” (“Le Secret de La Chambre Noire”), 2017, França, 131 minutos, direção do japonês Kiyoshi Kurosawa (nenhum parentesco com o mestre Akira Kurosawa), que também assina o roteiro com a colaboração de Catherine Paillé e Eléonore Mahmoudian. Trata-se de um suspense com pitadas de terror psicológico. Nada explícito, porém, apenas vozes do além e aparições de fantasmas. O suspense é muito bem elaborado (Kiyoshi é considerado um especialista no gênero – “Pulse” e “Cure” foram dirigidos por ele). Ele utiliza muito o recurso da câmera em slow motion percorrendo um ambiente e antevendo algum susto. Vamos à história do filme: o jovem Jean (Tahar Rahim) é contratado como assistente de Stéphane Hégray (Olivier Gourmet), um famoso fotógrafo de moda que vive enclausurado em sua mansão após a morte trágica de sua esposa Denise. Para realizar suas fotos, Stéphane utiliza o Daguerreótipo, equipamento antigo dos primórdios da fotografia. E, como seu modelo preferido, ele recruta a filha Marie (Constance Rousseau), que se submete a extenuantes sessões de foto que costumam durar horas (o Daguerreótipo exige 10 minutos, no mínimo, de exposição à luz solar para obter uma imagem satisfatória). Quando Stéphane começa a dar sinais de loucura, Marie e Jean resolver bolar um plano para convencê-lo a vender a velha e carcomida mansão e faturar uma grana com a comissão. O filme é tecnicamente bem feito, mantendo o suspense do começo ao fim e, como principal trunfo, conta com dois excelentes atores franceses, Olivier Gourmet e Tahar Rahim. Conta ainda com uma ponta de luxo, o ator Mathieu Amalric. Tudo bem que Kiyoshi Kurosawa não é nenhum Akira, mas comprova mais uma vez que é um bom cineasta.  

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