terça-feira, 25 de junho de 2019



“OS GIGANTES NÃO EXISTEM” (“LOS GIGANTES NO EXISTEN” – a tradução literal para o português é minha, já que o filme não chegou por aqui e nem deve chegar), 2017, coprodução Guatemala/Espanha, 1h22m, direção de Chema Rodríguez, que também assina o roteiro juntamente com Francisco Vargas e Leon Siminiani. A história, baseada em fatos reais, é ambientada em 1982, no auge da Guerra Civil da Guatemala (1960-1996). O personagem verdadeiro, no qual o roteiro foi inspirado, é Jesus Tecú Osorio, único sobrevivente do massacre do Vilarejo de Rio Negro, onde foram mortos 176 civis, entre mulheres, idosos e crianças. A matança foi obra do Exército Nacional da Guatemala e dos integrantes do PAC (Patrulhamento da Audofesa Civil). No filme, Jesus foi transformado em Andrés (José Javier Martinez), de 9 anos, que após o massacre foi sequestrado e obrigado a trabalhar como escravo do violento Pedro (Rafael Rojas), um sujeito que mora num casebre miserável e que mantém uma banca de legumes na feira do seu vilarejo. Maria (Patricia Orantes), esposa doente de Pedro, se afeiçoa ao garoto e o trata como filho. Essa situação dura cerca de dois anos, quando de repente aparece a irmã mais velha de Andrés com objetivo de resgatá-lo. O filme é bastante pesado, num cenário de miséria, tristeza e medo. Nesse contexto, o diretor espanhol Chema Rodríguez (é o seu segundo longa-metragem) é implacável em aumentar ainda mais a carga dramática e o impacto da história, incluindo algumas cenas bastante chocantes. Ou seja, não é um filme agradável de se ver. De qualquer forma, foi escolhido para ser exibido nas seleções oficiais dos festivais de cinema de Chicago, Roma, Guadalajara, Punta Del Este e Sevilha, recebendo rasgados elogios da crítica.  

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