“OS GIGANTES NÃO EXISTEM” (“LOS GIGANTES
NO EXISTEN” – a tradução literal para o português é minha,
já que o filme não chegou por aqui e nem deve chegar), 2017, coprodução
Guatemala/Espanha, 1h22m, direção de Chema Rodríguez, que também assina o
roteiro juntamente com Francisco Vargas e Leon Siminiani. A história, baseada
em fatos reais, é ambientada em 1982, no auge da Guerra Civil da Guatemala (1960-1996).
O personagem verdadeiro, no qual o roteiro foi inspirado, é Jesus Tecú Osorio, único
sobrevivente do massacre do Vilarejo de Rio Negro, onde foram mortos 176 civis,
entre mulheres, idosos e crianças. A matança foi obra do Exército Nacional da
Guatemala e dos integrantes do PAC (Patrulhamento da Audofesa Civil). No filme,
Jesus foi transformado em Andrés (José Javier Martinez), de 9 anos, que após o
massacre foi sequestrado e obrigado a trabalhar como escravo do violento Pedro
(Rafael Rojas), um sujeito que mora num casebre miserável e que mantém uma
banca de legumes na feira do seu vilarejo. Maria (Patricia Orantes), esposa doente
de Pedro, se afeiçoa ao garoto e o trata como filho. Essa situação dura cerca
de dois anos, quando de repente aparece a irmã mais velha de Andrés com objetivo
de resgatá-lo. O filme é bastante pesado, num cenário de miséria, tristeza e
medo. Nesse contexto, o diretor espanhol Chema Rodríguez (é o seu segundo longa-metragem)
é implacável em aumentar ainda mais a carga dramática e o impacto da história, incluindo
algumas cenas bastante chocantes. Ou seja, não é um filme agradável de se ver.
De qualquer forma, foi escolhido para ser exibido nas seleções oficiais dos
festivais de cinema de Chicago, Roma, Guadalajara, Punta Del Este e Sevilha, recebendo
rasgados elogios da crítica.
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