quarta-feira, 6 de março de 2024

 

HYPNOTIC – AMEAÇA INVISÍVEL (HYPNOTIC), 2023, Estados Unidos, 1h34m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Robert Rodriguez, que também assina o roteiro com a colaboração de Max Borenstein. Quando surgiu em Hollywood, dirigindo o ótimo “El Mariachi”, em 1992, o cineasta Robert Rodriguez parecia que se destacaria no meio cinematográfico. Em seguida, fez alguns filmes bons no mesmo estilo - ação com muita violência -, como foi o caso de “Um Drink no Inferno”, mas depois sumiu. Dirigiu ainda o noir “Sin City: A Dame for Kill For”, abandonando o seu estilo original. Depois de muitos anos sem muito destaque, Rodriguez volta agora com uma produção pra lá de polêmica. “Hypnotic” é um filme policial que se alimenta de muita fantasia, realidade virtual e uma história bastante inverossímil. O personagem principal é o detetive Danny Rourke (Ben Affleck), cuja filha pequena é sequestrada em um parque infantil. Pouco tempo depois, ele é encarregado de investigar vários assaltos a bancos. Surge o principal suspeito, o misterioso Dellrayne (William Fichtner). Auxiliado por uma médium, papel da brasileira Alice Braga (sobrinha da Sonia), Rourke acaba descobrindo que Dellrayne possui o poder de entrar na mente das pessoas, fazendo com que elas o obedeçam para praticar os crimes. Se já é difícil acreditar no que você está vendo, pior ainda é a revelação perto do desfecho, capaz de causar confusão mental no espectador. Se o filme já é estranho por si só, fica pior ainda com o desempenho pouco convincente do astro Ben Affleck, que parece atuar no piloto automático. Ainda bem que Alice Braga dá conta do recado. “Hypnotic”, portanto, é aquele tipo de filme que você vai adorar ou odiar. Assista e escolha sua opção.    

O JOGO DA ESPIONAGEM (AGENT GAME), 2022, Estados Unidos, 1h30m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Grant S. Johnson, seguindo roteiro assinado por Mike Langer e Tyler W. Konney. Quando lancei meu blog, em 2011, deixei claro que indicaria os melhores filmes, mas também os piores, aconselhando a evitá-los. Neste último caso está “O Jogo da Espionagem”, certamente um dos mais desqualificados lançamentos da Prime. Trata-se de um suspense de espionagem, no qual quase todos os personagens são agentes da CIA, manipulados de Washington por um diretor da agência, um tal de Olsen (Mel Gibson). Depois que um suspeito de terrorismo é executado durante um interrogatório, um grupo de agentes é encarregado de eliminar o outro. O roteiro é um verdadeiro samba do crioulo doido, uma confusão danada, do começo ao fim. Aliás, o desfecho confunde ainda mais a cabeça do espectador, como foi o meu caso. Pior que dá ideia que haverá uma continuação, o que duvido muito, tamanha mediocridade. Além de Gibson, estão no elenco Dermot Mulroney, Katie Cassidy, Adan Canto, Annie Ilonzeh, Gabby Kono, Barkhad Abdi, Jason Isaacs, Katherine McNamara, Sara Areiyano e Luca de Massis, além de outros cúmplices desse absurdo cinematográfico, uma verdadeira ofensa à nossa inteligência.       


domingo, 3 de março de 2024

 

MEA CULPA (o mesmo título original), 2024, Estados Unidos, 120 minutos, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Tyler Perry (“O Limite da Traição”, “O Homem do Jazz”). Trata-se de um suspense com algumas pitadas de erotismo. Mea Harper (Kelly Rowland), uma conceituada advogada criminalística de Chicago, é contratada para defender o artista plástico Zyair Malloy (Trevante Rhodes), acusado de ter assassinado sua namorada. Todos os indícios levam a crer que ele realmente é culpado, mas mesmo assim Mea continua trabalhando em sua defesa. Enfrentando uma crise conjugal com o marido Kal (Sean Sagar), Mea também entra em conflito com a família dele, já que o irmão de Kal é o promotor que acusará o artista. É apenas mais uma crise familiar na vida de Mea, já que sua sogra a detesta e sempre empurra o filho para outra mulher. A história até que é interessante e melhora ainda mais perto do desfecho, quando uma grande reviravolta acontece, revelando uma conspiração realmente inesperada e surpreendente. O filme foi feito para destacar o talento da atriz Kelly Rowland, que nos anos 90 alcançou grande sucesso como cantora do grupo “Destiny’s Child”. O restante do elenco é muito fraco. O pior mesmo é o ator Trevante Rhodes, que atua parecendo estar anestesiado, talvez pela quantidade de maconha consumida por seu personagem. Trocando em miúdos, vale a pena assistir pela reviravolta bem bolada no desfecho. Fora isso, nada demais para sugerir uma indicação entusiasmada.