“MEU POLICIAL” (“MY POLICEMAN”), 2022,
coprodução Inglaterra/Estados Unidos, 1h54m, em cartaz na Amazon Prime Video,
direção de Michael Grandage, com roteiro assinado por Ron Nyswaner. A história
é baseada no livro homônimo escrito por Berthan Roberts e lançado em 2012. A
autora teve a ideia de escrever o livro depois de estudar a biografia do
escritor A.M. Forster (1870-1970), que em 1930 do século passado foi envolvido
em um escândalo judicial, acusado de manter um caso homossexual com um policial,
o que na época era considerado um delito grave. No filme, a história foi
ambientada em dois momentos: o primeiro na segunda metade dos anos 50, quando começa
uma grande amizade entre os jovens Tom Burgess (Harry Styles), o policial do
título, Patrick Hazlewood (David Dawson), curador de museu, e a professora
Marion Taylor (Emma Corrin). O segundo momento nos leva a quarenta anos depois,
com os mesmos protagonistas já bem mais velhos. Tom, vivido por Llinus Roache,
Patrick por Rubert Everett e Marion por Gina Mckee. De início, a história
parece caminhar para um triângulo amoroso, ou seja, os dois jovens apaixonados
pela mesma mulher. Ledo engano. Os amigos Tom e Patrick eram amantes. Só que
Tom, por ser policial, tinha de manter as aparências, e casa com Marion. O
filme começa com os três mais velhos. Marion, ainda casada com Tom, acolhe o
debilitado Patrick, vítima de um derrame, contrariando o marido. Em inúmeros flashbacks, Marion recorda os fatos ocorridos no passado,
resultando na revelação de um segredo que abalará o seu casamento de tantos
anos. Há muitas cenas fortes de sexo entre os dois homens, o que pode incomodar
alguns espectadores. Há que se destacar, além do excelente elenco, a primorosa recriação
de época e os cenários deslumbrantes do litoral de Brighton (East Sussex). O ritmo é
lento, mas não prejudica o resultado final. Trocando em miúdos, um drama que
merece ser conferido.