sábado, 19 de novembro de 2022

 

“MEU POLICIAL” (“MY POLICEMAN”), 2022, coprodução Inglaterra/Estados Unidos, 1h54m, em cartaz na Amazon Prime Video, direção de Michael Grandage, com roteiro assinado por Ron Nyswaner. A história é baseada no livro homônimo escrito por Berthan Roberts e lançado em 2012. A autora teve a ideia de escrever o livro depois de estudar a biografia do escritor A.M. Forster (1870-1970), que em 1930 do século passado foi envolvido em um escândalo judicial, acusado de manter um caso homossexual com um policial, o que na época era considerado um delito grave. No filme, a história foi ambientada em dois momentos: o primeiro na segunda metade dos anos 50, quando começa uma grande amizade entre os jovens Tom Burgess (Harry Styles), o policial do título, Patrick Hazlewood (David Dawson), curador de museu, e a professora Marion Taylor (Emma Corrin). O segundo momento nos leva a quarenta anos depois, com os mesmos protagonistas já bem mais velhos. Tom, vivido por Llinus Roache, Patrick por Rubert Everett e Marion por Gina Mckee. De início, a história parece caminhar para um triângulo amoroso, ou seja, os dois jovens apaixonados pela mesma mulher. Ledo engano. Os amigos Tom e Patrick eram amantes. Só que Tom, por ser policial, tinha de manter as aparências, e casa com Marion. O filme começa com os três mais velhos. Marion, ainda casada com Tom, acolhe o debilitado Patrick, vítima de um derrame, contrariando o marido. Em inúmeros flashbacks, Marion recorda os fatos ocorridos no passado, resultando na revelação de um segredo que abalará o seu casamento de tantos anos. Há muitas cenas fortes de sexo entre os dois homens, o que pode incomodar alguns espectadores. Há que se destacar, além do excelente elenco, a primorosa recriação de época e os cenários deslumbrantes do litoral de Brighton (East Sussex). O ritmo é lento, mas não prejudica o resultado final. Trocando em miúdos, um drama que merece ser conferido.                  

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

 

“HACKERS NO CONTROLE” (“THE TAKEOVER”), 2022, Holanda, 1h27m, produção original e distribuição Netflix, direção de Annemarie Van de Mond, seguindo roteiro assinado por Tijs Van Marle e Hans Erik Kraan. Misto de suspense e policial, com muita ação. A história é centrada na especialista em TI Mel Bandison (Holly Mae Brood), que durante o dia presta serviços a instituições e empresas, mas durante a noite transforma-se numa hacker ativista, invadindo os softwares de empresas que poluem o meio ambiente e outras envolvidas em algum delito. Mel é um tipo de justiceira, uma “Robin Hood” cibernética. Tudo caminha na normalidade até que Mel é contratada pela Rotramax, uma empresa de alta tecnologia, para fazer a verificação final no software de um projeto de um ônibus conduzido por piloto automático. Mel acaba descobrindo que o tal ônibus possui câmeras capazes de fazer a varredura facial dos passageiros. Pior: o tal software foi desenvolvido por uma empresa chinesa com a intenção de montar um banco de dados faciais para o governo chinês. Meio complicado entender tudo isso, mas o que vale mesmo é que a partir daí Mel vira alvo de uma poderosa organização criminosa. Além disso, também será perseguida pela polícia, que recebeu um vídeo onde ela aparece matando uma pessoa. Até provar que o vídeo é falso, Mel terá de passar por vários desafios, arriscando ser morta em cada esquina. Ao lado da moça também correrão perigo seus dois novos amigos: o hacker veterano Buddy Benschop (Frank Lammers) e seu pretendente a namorado Thomas Deen (Geza Weisz). O filme tem um ritmo alucinante e muita ação, com destaque para a corrida descontrolada do tal ônibus com piloto automático. Uma boa dica de entretenimento para assistir numa sessão da tarde comendo pipoca.                  

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

 

“A IMPERATRIZ” (“DIE KAISERIN”), minissérie alemã em seis capítulos na sua 1ª temporada, produção original Netflix (início dia 29 de setembro de 2022), direção de Frorian Cossen e Katrin Bebbe, com roteiro de Katharina Eyssen, Bernd Lange, Janna Maria Nandzik e Lena Sthal. A Imperatriz do título é Elizabeth Von Wittelsbach (1837/1898), que ficou famosa como a Imperatriz Sissi nos três filmes com a atriz austríaca Romy Schneider – “Sissi” (1955), “Sissi, A Imperatriz” (1956) e “Sissi e Seu Desejo” (1957). Na minissérie, Sissi é interpretada pela atriz alemã Devrin Lingnau, tão bonita quanto Romy. Baseada em fatos históricos, a minissérie destaca o romance turbulento de Sissi com seu marido Franz Joseph, imperador da Áustria e Rei da Hungria, Croácia e Boêmia, de 1848 a 1916. Como pano de fundo, a minissérie percorre os bastidores da Corte Austríaca, luta pelo poder, vingança e traições, envolvendo principalmente a arquiduquesa Sophie (Melika Foroutan), mãe de Franz, e o duque Maximiliam (Johannes Nussbaum), irmão do imperador que, além do trono, também queria o amor de Sissi. As tensões políticas na Europa também ganham destaque com o prenúncio de uma guerra entre Áustria e Rússia, com o imperador Franz querendo aliar-se à França, Inglaterra e Império Otomano. Além desse aspecto histórico e do romance entre Sissi e o imperador, a minissérie conta como trunfos uma primorosa recriação de época, com cenários suntuosos, figurinos impecáveis e um elenco de primeira qualidade. A Netflix ainda não anunciou o início da segunda temporada, mas não deve demorar muito, pois a primeira tem alcançado uma grande audiência. Imperdível!                      


 

“O PESO DO TALENTO” OU “O INSUPORTÁVEL PESO DE UM GRANDE TALENTO” (“THE UNBEARABLE WEIGHT OF MASSIVE TALENT”), 2022, Estados Unidos, 1h48m, em cartaz na Amazon Prime Video, direção de Tom Gormican, que também assina o roteiro com Kevin Etten. O ator Nicolas Cage interpreta ele mesmo nessa comédia repleta de sátira, mas ao mesmo tempo metida a “filme cabeça”, misturando ficção e realidade. Em decadência na carreira, não muito diferente da vida real, pelo menos em termos de qualidade dos seus últimos filmes, Nicolas recebe uma negativa para um papel no novo filme do diretor Quentin Tarantino. Com muitas dívidas a pagar, ele aceita um cachê de US$ 1 milhão para passar um final de semana na mansão do espanhol Javi Gutierrez (Pedro Pascal), na Ilha de Maiorca, na Espanha, e marcar presença na festa de aniversário do milionário. O relacionamento entre os dois marcará o restante da história, assim como os problemas familiares de Cage, principalmente seu relacionamento com a filha adolescente Addy. Gutierrrez é fã de Cage e sua intenção também é escrever um roteiro para um futuro filme com o astro norte-americano. Em meio a tudo isso, Cage é cooptado por uma agente da CIA para vigiar os passos de Gutierrez, suspeito de pertencer a uma organização criminosa e talvez envolvido em um recente caso de sequestro. É a partir daqui que a trama se transforma num filme de ação, gênero que consagrou Cage. Também estão no elenco Tiffany Haddish, Alessandra Mastronardi, Sharon Horgan, Lily Mo Sheen e Lucas Gutierrez, além de uma participação especial da atriz Demy Moore. Embora tenha conquistado um Oscar de Melhor Ator por ”Despedida em Las Vegas”, em 1996, Nicolas Cage nunca foi considerado um ator de primeira linha, mas neste “O Peso do Talento” seu desempenho é excelente. Achei que este filme foi feito para homenagear sua carreira – Cage é um dos produtores. Recomendo, com ressalvas, somente para os fãs de carteirinha do ator.