O
drama “HISTÓRIA DE GUERRA” (“War Story”), 2013, dirigido por Mark Jackson, termina como começou:
extremamente chato. Pior: depressivo e melancólico. A fotógrafa norte-americana Lee (Catherine Keener) está passando
uns dias na Sicília (Itália), antes de voltar para Nova Iorque, recuperando-se
de um trauma violento: ela estava a serviço na Líbia quando viu seu companheiro
e amigo Mark ser assassinado com um tiro na cabeça. Lee perambula pra cá e pra
lá, totalmente catatônica. Em meio à sua depressão, ela conhece Hafsia (Hafsia
Herzi), uma imigrante tunisiana que lembra uma jovem que ela fotografou ao lado
do irmão morto na Líbia. As duas ficam amigas e passam a se ajudar. É um filme
de poucos diálogos, a maioria dos quais sem nexo e fora do contexto da história
– se é que há alguma história nesse filme. Anunciado com destaque nos materiais
de divulgação, o ator Ben Kingsley faz apenas uma rápida aparição como Albert, antigo
amante e mentor de Lee. A trilha sonora, então, é de doer. Na verdade, é apenas
um som intermitente que mais parece um teste de audição ou de labirintite. Nem
a boa atriz Catherine Keener se salva, fora o fato de estar cada vez mais
parecida com a falecida cantora argentina Mercedes Sosa. Enfim, um filme daqueles
pra passar bem longe.
sábado, 22 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Escrito
e dirigido por Jon Favreau, que também atua como o protagonista principal, “CHEF
A DOMICÍLIO” (“Chef”), 2013, é entretenimento
da melhor qualidade, uma comédia divertida, leve e alto astral. Favreau é o chef Carl Casper, responsável pelo
cardápio e pela cozinha de um dos restaurantes mais badalados de Los Angeles. Mas
foi só entrar em atrito com o conceituado crítico culinário Ramsey Michel (Oliver
Platt), em cena filmada e divulgada na internet, que sua promissora carreira
parece ter chegado ao fim. Ele simplesmente é demitido pelo dono do
restaurante, o empresário Riva (Dustin Hoffman). Casper aproveita as férias
forçadas para viajar com o filho Percy (Emjay Anthony), um garoto esperto de 10
anos de idade, e com a ex-mulher Inez (Sofia Vergara) para Miami. É na cidade
mais latina dos EUA que Casper tem uma ideia luminosa, ou seja, montar um trailer
itinerante de comida cubana. Para isso, ele contará com ajuda de Martin (John
Leguizamo), seu fiel sub-chef no restaurante
de Los Angeles. Juntos, eles vão viajar por várias cidades e fazer do trailer “Cubanos”
um grande sucesso. Tudo funciona muito bem nesse filme, a história em si, o
elenco, a trilha sonora, mas seu grande trunfo é destacar a gastronomia como tema
principal, com muitas cenas mostrando a feitura dos mais variados
pratos, descrição das receitas etc., o que resultou num banquete visual dos
mais deliciosos, no qual se inclui, é claro, as “cerejas do bolo” Sofia Vergara
e Scarlett Johansson. Imperdível!
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
O
drama romântico “UMA NOVA CHANCE PARA AMAR” (“The Face of Love”), 2013, EUA, escrito e dirigido por Arie Posin, tem
todos os ingredientes para agradar as plateias mais sensíveis. Começa o filme e
vemos Nikki (Annette Bening) e Garret (Ed Harris) felizes da vida numa praia
mexicana comemorando os 30 anos de casamento. Pelos momentos mostrados em flashback, eles se amavam muito e tinham uma relação bastante estável. Só
que um trágico acidente tira a vida de Garret. O filme dá um pulo de cinco anos
e lá está a viúva Nikki trabalhando com muito empenho e sucesso na atividade de
designer de interiores. Quando está em casa, porém, vive com tristeza as
lembranças do marido que tanto amava. De vez em quando ela recebe a visita do vizinho
Roger (Robin Williams, num de seus últimos papeis), um amigo de muitos anos. A
vida de Nikki dá uma reviravolta quando ela conhece Tom, um professor de artes
que é um sósia perfeito do falecido. Eles começam um relacionamento e se
apaixonam. Nikki, temendo uma reação negativa de Tom, mantém o segredo sobre a semelhança
dele com Garrett. Até quando ela conseguirá esconder a verdade? E se Tom
descobrir, será que continuará com ela? Você terá as respostas depois de
assistir ao filme. A presença de Annette Bening e Ed Harris é mais um trunfo desse belo drama que merece ser visto por quem curte cinema de qualidade.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
O
drama turco “ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA” (“Bir Zamanlar Anadolu’da”), 2011, leva a assinatura do premiado diretor
Nuri Bilge Ceylan. Quem viu alguns de seus filmes, como “Climas”, de 2006, ou “3
Macacos”, de 2008, já sabe que ele tem uma maneira diferente de filmar e de
contar uma história, o que encanta os críticos. Em Cannes, por exemplo, já foi
premiado várias vezes. Este último também, recebendo o Prêmio de Júri do
tradicional festival de cinema francês. A história começa com três carros saindo
da cidade de Kelskin, na região da Anatólia. Neles estão policiais, um promotor,
um médico-legista, um soldado do exército e dois coveiros, além de dois
prisioneiros acusados de um assassinato. O motivo da caravana é encontrar o
local onde a vítima foi enterrada, mas os prisioneiros alegam que estavam bêbados
e não se lembram. É noite fechada e esse verdadeiro road movie entra madrugada
adentro, acompanhado de uma série de diálogos dentro e fora dos carros, muita
divagação e praticamente nada acontece durante um bom tempo. O filme é
arrastado, contemplativo, com muitas cenas longas, muitas delas silenciosas. O
desfecho dá uma pista, mas não explica com clareza tudo o que aconteceu. Cabe ao espectador tirar suas próprias deduções. Definitivamente, não é um
filme fácil de digerir e entender. Uma coisa é líquida e certa: não dá para ficar indiferente diante da telinha. Assista e comprove.
Esqueça
aquela Shailene Woodley que estreou no cinema como uma adolescente rebelde no
filme “Os Descendentes” (2010), onde fez o papel de filha de George Clooney. Esqueça
também a jovem romântica de “A Culpa é das Estrelas”, no qual representa uma
doente terminal apaixonada. Em “PÁSSARO BRANCO NA NEVASCA”
(“White Bird in a Blizzard”), 2014, direção
de Gregg Araki, ela vive Katrina, uma jovem sensual, fogosa e doida por sexo. Como
o nome da personagem dá a entender, um verdadeiro furacão. E não economiza nas
cenas de nudez, sem qualquer constrangimento. O filme, baseado no livro da
escritora norte-americana Laura Kasischke, é ambientado nos anos 80. Aos 17
anos (na vida real, Shailene tem 23), Katrina vive o drama do desaparecimento
da mãe Eve (a atriz francesa Eva Green). A polícia investiga o caso e a
suspeita recai sobre uma possível fuga de Eve com um amante, já que o casamento
com o pai de Katrina, Brock Connors (Christopher Meloni), vivia uma crise
crônica. O filme é uma mistura de drama com suspense policial, com direito a
uma reviravolta surpreendente e chocante no final. Participam ainda do elenco Ângela
Bassett, Shiloh Fernandez e Thomas Jane. Trata-se de entretenimento garantido,
não só pela história em si, mas também pela presença de duas ótimas atrizes
como Shailene e Eva Green.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
O
estranhamento quanto ao drama canadense “MIRACULUM” (ainda sem tradução por aqui, mas significa “milagre” em latim), 2014, já começa nos
créditos. Está lá: filme dirigido por Podz. Quem??? Pois é, trata-se do
pseudônimo do diretor Daniel Grou (“O Caso Dumont”). Na literatura, é normal um
escritor escrever um livro sob pseudônimo, mas num filme? Não lembro de caso
semelhante. Vi a foto do cara: tem pinta de excêntrico. Mas vamos ao filme
(falado em francês). Trata-se de várias histórias correndo em paralelo: uma
enfermeira adepta da seita Testemunhas de Jeová, cujo marido tem leucemia e
precisa de uma transfusão de sangue; um homem e uma mulher da terceira idade
que são amantes (as cenas de sexo entre os dois são bastante fortes); um homem que transporta drogas no próprio corpo e precisa se acertar com a filha;
e, por último, um casal em crise no casamento, ela se entregando ao álcool e
ele à jogatina. Todas essas histórias entremeiam um acidente de avião em que
haverá apenas um sobrevivente. O filme adota um tom bastante depressivo e praticamente não cria nenhum momento tocante ou sensível. Ou seja, o filme
está bem longe de oferecer um entretenimento leve. Também não dá para
dizer que é ruim. Apenas interessante. O elenco: Xavier Dolan (também cineasta,
talvez o nome mais conhecido), Julien Poulin, Anne Dorval, Marilyn Castonguay,
Xavier Dolan e Robin Aubert.
domingo, 16 de novembro de 2014
“CODE BLUE”, de
2011, direção de Urszula Antoniak, é um drama psicológico holandês pra lá de
pesado. O filme, com poucos diálogos e povoado de muitos silêncios, acompanha o
dia-a-dia da enfermeira Marian (Bien de Moor), que trabalha na ala dos
pacientes terminais de um hospital. Ela é eficiente, atenciosa e carinhosa com a
maioria dos doentes, em geral idosos, embora extrapole em casos mais extremos,
agindo como um “anjo da morte”. Em sua vida particular, Marian - uma mulher de meia idade - é solitária,
reclusa e triste. Suas únicas diversões é olhar um vizinho por um buraco na
cortina – o que se tornará uma prática obsessiva – e assistir a programas de TV
(numa ocasião, o filme mostra Marian assistindo a novela “A Escrava Isaura”, aquela
mesma, com Lucélia Santos). Quando vai a uma festa, convidada por uma colega de
trabalho, Marian é apresentada justamente para o vizinho que ela vigia da
janela, Konrad (Lars Eidinger), e pelo qual está obcecada. Pelo tom depressivo
do filme, você até adivinha que a relação dos dois não deve acabar bem. O
desfecho é violento, trágico, e deve incomodar o espectador mais sensível. Não
poderia ser diferente para um filme que é todo desagradável. Louve-se apenas o
trabalho corajoso da atriz belga Bien de Moor. Só para ilustrar: a tradução literal do título é "Código Azul", o que, na linguagem dos hospitais, significa uma emergência de parada cardiorrespiratória.
O
maior mérito do drama finlandês “SILÊNCIO” (“Hiljaisuus”), 2011, direção de Sakari
Kirjavainen, consiste em contar uma história pouco conhecida. Durante a Segunda
Grande Guerra, a Finlândia foi um dos únicos países envolvidos no conflito que
criou batalhões especiais em seu exército para resgatar os corpos de soldados
mortos em combate, preservá-los e arrumá-los para serem velados pelas
respectivas famílias. O filme conta a história justamente de um desses
batalhões, constituído por três soldados e três mulheres voluntárias, sob as
ordens de um capelão do exército. O enredo do filme é todo ambientado durante o
rigoroso inverno de 1944. Os soldados e as voluntárias ficavam alojados num
acampamento próximo à frente de batalha. De vez em quando, um desses soldados
era incumbido de resgatar um corpo próximo às trincheiras do inimigo, numa
missão quase suicida. Na maioria das vezes, porém, os cadáveres eram enviados
ao acampamento, onde eram descongelados, tratados, limpos e maquiados, sendo depois
enviados às suas famílias para serem velados e enterrados como heróis de
guerra. O filme mostra os bastidores desse trabalho, em meio a romances
fugazes, conversas com fantasmas, insubordinações, roubo de dentes de
ouro e, de vez em quando, uma "ressuscitação" inesperada. Apesar do contexto dramático, melancólico e até lúgubre, o filme é muito
bom, valorizado por um elenco de ótima qualidade. Um filme interessante que
merece ser visto.
Assinar:
Postagens (Atom)