“CODE BLUE”, de
2011, direção de Urszula Antoniak, é um drama psicológico holandês pra lá de
pesado. O filme, com poucos diálogos e povoado de muitos silêncios, acompanha o
dia-a-dia da enfermeira Marian (Bien de Moor), que trabalha na ala dos
pacientes terminais de um hospital. Ela é eficiente, atenciosa e carinhosa com a
maioria dos doentes, em geral idosos, embora extrapole em casos mais extremos,
agindo como um “anjo da morte”. Em sua vida particular, Marian - uma mulher de meia idade - é solitária,
reclusa e triste. Suas únicas diversões é olhar um vizinho por um buraco na
cortina – o que se tornará uma prática obsessiva – e assistir a programas de TV
(numa ocasião, o filme mostra Marian assistindo a novela “A Escrava Isaura”, aquela
mesma, com Lucélia Santos). Quando vai a uma festa, convidada por uma colega de
trabalho, Marian é apresentada justamente para o vizinho que ela vigia da
janela, Konrad (Lars Eidinger), e pelo qual está obcecada. Pelo tom depressivo
do filme, você até adivinha que a relação dos dois não deve acabar bem. O
desfecho é violento, trágico, e deve incomodar o espectador mais sensível. Não
poderia ser diferente para um filme que é todo desagradável. Louve-se apenas o
trabalho corajoso da atriz belga Bien de Moor. Só para ilustrar: a tradução literal do título é "Código Azul", o que, na linguagem dos hospitais, significa uma emergência de parada cardiorrespiratória.
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