“JOÃO, O MAESTRO”, 117 minutos, nacional, 2017, roteiro e direção de Mauro Lima. Conta
a história da emocionante trajetória de vida do maestro João Carlos Martins. Em
sua primeira fase, o filme acompanha o menino pianista virtuoso, um verdadeiro
gênio precoce, os primeiros professores e o início dos seus problemas de saúde.
Ainda jovem – segunda fase –,
alcança fama internacional como especialista na obra de Bach, viaja pelo mundo
realizando concertos e vai morar em Nova Iorque. É nesta cidade que Martins
sofre um acidente que afetará, para sempre, os movimentos de sua mão direita. Já adulto, ele
aprende a conviver com suas deficiências e se consagra como maestro, regendo
orquestras em vários países. Enfim, um exemplo de superação que aprendemos a
admirar nos últimos anos. O filme é muito interessante ao exaltar seu
impressionante talento como pianista, reconhecido e exaltado pelos principais
músicos, maestros e compositores do mundo inteiro. Além de gênio musical,
Martins sempre foi um mulherengo convicto, um aspecto praticamente desconhecido de sua biografia. Até agora. Na adolescência, o maestro é interpretado pelo garoto Davi
Campolongo; na juventude, pelo ator Rodrigo Pandolfo; e, na fase adulta, pelo
ator Alexandre Nero. Ainda estão no elenco Aline Moraes e Caco Ciocler, entre
outros bons atores. Mais um bom trabalho do diretor Mauro Lima, que se
especializou em cinebiografias, como “Meu
Nome não é Johnny” e “Tim Maia” – seu próximo filme será “Casagrande e seus
Demônios”, sobre o ex-jogador de futebol e atual comentarista global.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
terça-feira, 28 de novembro de 2017
“AS NOITES BRANCAS DO
CARTEIRO” (“Belye Nochi Pochtalona Alekseya Tryapitsyna”), 2014, Rússia, 1h30min. Trata-se de
um projeto arrojado e inusitado da roteirista Elena Kiseleva e do diretor
Andrei Konchalovsky. Eles escolheram um vilarejo distante e isolado ao norte da
Rússia, às margens do lago Kenozero, reuniram os moradores, formaram o elenco,
cada qual representando a si mesmo, e montaram a história. O personagem principal é o carteiro (Alekseya
Tryapitsyna), responsável pela entrega das correspondências e pagamento das
aposentadorias. É o único elo com o mundo exterior. Como meio de transporte, ele utiliza um barco, pois os
moradores residem em volta do lago. Eles vivem distantes de qualquer modernidade, talvez bem próximo de como viviam seus antepassados. Ele visita as famílias, entra nas casas, conversa com um ou com outro
e ainda encontra tempo para se apaixonar por uma moradora (Irina Ermalova, a
única atriz profissional do elenco). Para conseguir um melhor resultado com
relação às interpretações, Konchalovsky utilizou câmeras escondidas em várias
cenas. O resultado final é muito interessante, principalmente para os
espectadores que gostam de cinema de arte e novidades estéticas. O filme valeu a Konchalovsky o Prêmio
de Direção no Festival de Veneza 2014. Por aqui, foi exibido somente na 38ª
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
domingo, 26 de novembro de 2017
Com raríssimas exceções, como o ótimo “A Separação” (Oscar de
Melhor Filme Estrangeiro em 2012), os filmes iranianos são muito contemplativos e reflexivos. É o estilo reinante no cinema iraniano. Mais um
exemplo desse estilo, adorado pelos críticos profissionais e pelos júris dos festivais, é o drama “QUE
HORAS SÃO NO SEU MUNDO?” (“Dar Donyaye to Sa’at Chand Ast?”), 2014, que marcou
a estreia no roteiro e direção de Safi Yazdanian. A história é centrada em Gizeh
Gol (Leila Hatami, atriz de “A Separação”), que volta ao Irã para visitar sua cidade natal, Rasht,
depois de vinte anos residindo em Paris. Logo que chega, ela é assediada por
Farhad (Ali Mosaffa, marido de Leila na vida real), um fabricante de molduras
que, sabe-se lá por que, conhece tudo sobre a vida de Gizeh e não larga do seu
pé. Enquanto isso, Gizeh aproveita para visitar o túmulo da mãe, falecida cinco
anos antes, e outras pessoas que, de alguma forma, tiveram relação com sua
família. Gizeh também passa o tempo refletindo sobre o seu passado, relembrando
fatos de sua infância e adolescência. O filme, exibido por aqui durante a 39ª
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ainda apresenta uma versão interessante
do bolerão “Quizas, Quizas, Quizas” em francês. Só para quem aprecia o cinema iraniano.
“PRIMEIRO-MINISTRO” (“DER PREMIER”), 2016, Bélgica, roteiro e
direção de Erik Van Looy. Prestes a receber a presidente dos EUA em Bruxelas
para uma reunião sobre a Paz Mundial e o Meio Ambiente, o Primeiro-Ministro da
Bélgica (Koen De Bouw) é envolvido numa trama bastante sinistra. Sua esposa e
filhos são sequestrados por um grupo terrorista internacional e serão
assassinados se ele não matar a presidente americana (Saskia Reeves). Eva
(Charlotte Vandermeersch), assessora de Comunicação do Primeiro-Ministro, também
será envolvida no caso e também correrá risco de morte. Sem dúvida, o filme
garante muito suspense do começo ao fim e o espectador, com certeza,
acompanhará tudo roendo as unhas. A tensão aumenta ainda mais a partir do
momento em que o Primeiro-Ministro tenta contornar a situação não obedecendo às
ordens dos vilões. Mas é preciso reconhecer que a história é inverossímil demais do começo ao fim, com muitos
furos (cadê o pessoal da segurança do Primeiro-Ministro?) e situações fantasiosas, incluindo a improvável e surpreendente revelação da identidade do grupo criminoso, culminando
com um desfecho pra lá de constrangedor. Sou obrigado a reconhecer: Hollywood
faz muito melhor.
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