sexta-feira, 21 de outubro de 2022

 

“BLACKOUT”, 2022, Estados Unidos, 1h35m, em cartaz na Netflix, direção de Sam Macaroni, seguindo roteiro assinado por Van B. Nguyen. Trata-se de um suspense policial, repleto de ação, muita pancadaria e tiros, mas sem conteúdo. Começa o filme e um homem com uma maleta é perseguido na estrada e sofre um acidente. Ele acaba no hospital sem saber quem é – o espectador sabe que ele se chama John Cain (Josh Duhamel), que pode ser um agente infiltrado da DEA (Departamento Antigrogas dos EUA) ou um traficante. A dúvida permanecerá até o desfecho e depois dele também.  O hospital é invadido por uma gangue pertencente a um poderoso cartel mexicano de drogas, que faz inúmeros reféns, entre eles, pacientes, enfermeiros e médicos. Uma bagunça infernal. Enquanto isso, John Cain foge da cama com a ajuda da misteriosa Anna (Abbie Cornish), que também pode ser uma policial ou uma traficante. Ou seja, é tudo muito confuso. O filme garante muita ação, o ritmo é frenético, mas o roteiro é simplesmente ridículo e complicado, com destaque para os diálogos nada mais do que lamentáveis. O elenco conta ainda com o acabado Nick Nolt e um time de figurantes de dar dó, de tão ruins. Se o filme todo é muito fraco, o desfecho é a cereja estragada do bolo. Apesar de ter feito algum sucesso na pele do tenente-coronel William Lennox nos filmes “Transformers”, o ator Josh Duhamel ainda não emplacou. Resumo da ópera: “Blackout” é um dos lançamentos da Netflix mais fracos deste ano.            

domingo, 16 de outubro de 2022

 

“BROAD PEAK”, 2022, Polônia, produção original e distribuição Netflix, 1h41m, direção de Leszek Dawid, seguindo roteiro assinado por Lukasz Ludkowski. O título refere-se ao nome de uma montanha localizada na região de Karakoram, no Himalaia, próxima à fronteira com o Paquistão. Também chamada de K3, Broad Peak é a 12ª montanha mais alta do mundo, com 8.051m. A história do filme, baseada em fatos reais, é centrada no alpinista polonês Maciej Berbeka (Ireneusz Czop) que em 1988 tentou chegar ao topo. Faltavam apenas 17 metros quando avisou sua equipe que estava passando mal, que não sentia mais as pernas. Para resgatá-lo ainda com vida, sua equipe conseguiu convencê-lo de que havia chegado ao topo. Quando soube da mentira, Berbeka ficou revoltado e jurou que voltaria à montanha para chegar finalmente ao cume. Em certo momento, Maciej diz: “É difícil viver com a sensação de que você é uma fraude. Há vinte e cinco anos venho tentando me livrar disso”. Portanto, em 2013, Maciej forma uma equipe com mais três alpinistas e finalmente consegue chegar ao topo, mas na descida acontece uma tragédia. As filmagens, feitas na própria montanha, mas “apenas” a 5 mil metros de altura, são primorosas. O diretor Leszek Dawid utilizou drones e helicópteros com câmeras equipadas com giroscópio, descortinando cenários deslumbrantes. As tempestades de neve também são muito bem realizadas. Enfim, um filme que garante uma história incrível de coragem, sofrimento e muitos desafios. Imperdível.