sábado, 20 de janeiro de 2018

Já foi o tempo em que Bruce Willis era o grande astro dos filmes de ação – quem não se lembra da série “Duro de Matar”? Mas o tempo passou e o astro norte-americano envelheceu e já não consegue papeis que correspondam ao seu carisma e à sua competência como ator. Em seu mais recente filme, o suspense “CAÇADA BRUTAL” (“FIRST KILL”), 2017, direção de Steven C. Miller com roteiro de Nick Gordon, Willis aparece somente no começo, apresentado como o chefe de polícia da cidade, e depois no final, num tiroteio que marca o desfecho da história. Quem trabalha o tempo inteiro é Hayden Christensen (o ator canadense conhecido como o Anakin Skywalker de “Star Wars”), que leva o filho de 11 anos para caçar na floresta – mania de americano achar que um garoto só vira homem depois de dar uns tiros e matar um animal. Ele presencia a briga de dois homens por causa do dinheiro de um assalto a banco. Um deles é assassinado e o outro ferido. O que sobreviveu sequestra o filho de Will (papel de Christensen), o que desencadeia a tal caçada brutal. Haverá algumas reviravoltas, pois quem parecia o mocinho vira o vilão e vice-versa. Steven Miller já havia dirigido Willis em outros dois filmes: "Assalto ao Poder" e "Operação Resgate", bem melhores do que este. Triste constatar que Willis já não é tão duro de matar. Filme bem fraquinho, sem chance de ser recomendado.         

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O drama dinamarquês “UMA GUERRA” (“KRIGEN”), 2015, escrito e dirigido por Tobias Lindholm, foi um dos cinco finalistas na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro. Era o grande favorito, mas acabou perdendo para “O Filho de Saul”. Merecia ganhar. O filme é centrado na rotina de um pelotão do exército dinamarquês no Afeganistão, responsável por realizar patrulhas, prender guerrilheiros talibãs e ajudar a população civil no que for necessário. O grupo é comandado pelo oficial Claus M. Pedersen (Pilou Asbaek). Numa dessas patrulhas, Pedersen e seus homens são emboscados por atiradores talibãs e pedem ajuda aérea. Ao informar as coordenadas de uma casa onde estariam os atiradores para que seja atacada pelo reforço aéreo, Pedersen comete um trágico engano: na casa havia somente civis, 11 dos quais, incluindo várias crianças, morreram no ataque. Pelo erro, Pedersen é obrigado a voltar para a Dinamarca para ser submetido a julgamento por uma corte marcial, acusado de crime de guerra. Entre uma cena e outra de guerra, o diretor Tobias Lindholm dá destaque também à árdua rotina da esposa de Pedersen, Maria (Tuva Novotny), que se vira como pode para cuidar dos três filhos pequenos, um deles causando problemas quase que diários na escola. Maria e os filhos sentem muita falta de Pedersen. Para Maria, sua casa também é uma espécie de “campo de batalha”, um aspecto pouco explorado nos outros filmes que têm uma guerra como pano de fundo. Imperdível!          

domingo, 14 de janeiro de 2018

“UM REINO UNIDO” (“A United Kingdom”), 2016, Inglaterra/França, terceiro longa-metragem escrito e dirigido por Amma Asante – o primeiro foi “A Way of Life”, de 2004, e o segundo, “Belle”, de 2013. A história de “Um Reino Unido” é baseada em fatos reais relatados no livro “Colour Bar”, de Susan Williams, lançado em 2006. No final dos anos 40, o príncipe Seretse Khama (David Oyelowo), herdeiro do trono de Bechuanalândia (mais tarde Botswana), estudava Direito em Londres quando conhece a britânica Ruth Williams. Os dois curtiam dançar e ouvir jazz. E, claro, acabam se apaixonando e casando, provocando uma série de protestos por parte da família real de Bechuanalândia, na época um protetorado britânico, e das autoridades inglesas, que apoiavam a política do apartheid implementada pela vizinha África do Sul. Seretse Khama e Ruth Williams resolveram enfrentar todas as dificuldades, lutando contra o preconceito e as fortes ingerências políticas - imagine um casamento inter-racial naquela época. Depois da independência de Bechuanalândia, em 1966, Seretse Khama seria eleito o primeiro presidente de Botswana. Uma história de amor muito bonita, tendo como pano de fundo o contexto político da época envolvendo a Inglaterra e suas colônias na África. Além de um ótimo filme, uma verdadeira aula de História.