Já foi o tempo em que Bruce Willis era o grande astro dos
filmes de ação – quem não se lembra da série “Duro de Matar”? Mas o tempo
passou e o astro norte-americano envelheceu e já não consegue papeis que
correspondam ao seu carisma e à sua competência como ator. Em seu mais recente filme,
o suspense “CAÇADA BRUTAL” (“FIRST KILL”),
2017, direção de Steven C. Miller com roteiro de Nick Gordon, Willis aparece
somente no começo, apresentado como o chefe de polícia da cidade, e depois no
final, num tiroteio que marca o desfecho da história. Quem trabalha o tempo
inteiro é Hayden Christensen (o ator canadense conhecido como o Anakin Skywalker
de “Star Wars”), que leva o filho de 11 anos para caçar na floresta – mania de
americano achar que um garoto só vira homem depois de dar uns tiros e matar um
animal. Ele presencia a briga de dois homens por causa do dinheiro de um
assalto a banco. Um deles é assassinado e o outro ferido. O que sobreviveu
sequestra o filho de Will (papel de Christensen), o que desencadeia a tal caçada brutal. Haverá algumas reviravoltas, pois quem parecia o
mocinho vira o vilão e vice-versa. Steven Miller já havia dirigido Willis em outros dois filmes: "Assalto ao Poder" e "Operação Resgate", bem melhores do que este. Triste constatar que Willis já não é tão
duro de matar. Filme bem fraquinho, sem chance de ser recomendado.
O drama dinamarquês “UMA
GUERRA” (“KRIGEN”), 2015, escrito e dirigido por Tobias Lindholm, foi um
dos cinco finalistas na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro. Era
o grande favorito, mas acabou perdendo para “O Filho de Saul”. Merecia ganhar.
O filme é centrado na rotina de um pelotão do exército dinamarquês no
Afeganistão, responsável por realizar patrulhas, prender guerrilheiros talibãs
e ajudar a população civil no que for necessário. O grupo é comandado pelo oficial
Claus M. Pedersen (Pilou Asbaek). Numa dessas patrulhas, Pedersen e seus homens
são emboscados por atiradores talibãs e pedem ajuda aérea. Ao informar as
coordenadas de uma casa onde estariam os atiradores para que seja atacada pelo
reforço aéreo, Pedersen comete um trágico engano: na casa havia somente civis,
11 dos quais, incluindo várias crianças, morreram no ataque. Pelo erro,
Pedersen é obrigado a voltar para a Dinamarca para ser submetido a julgamento
por uma corte marcial, acusado de crime de guerra. Entre uma cena e outra de
guerra, o diretor Tobias Lindholm dá destaque também à árdua rotina da esposa
de Pedersen, Maria (Tuva Novotny), que se vira como pode para cuidar dos três
filhos pequenos, um deles causando problemas quase que diários na escola. Maria
e os filhos sentem muita falta de Pedersen. Para Maria, sua casa também é uma
espécie de “campo de batalha”, um aspecto pouco explorado nos outros filmes que
têm uma guerra como pano de fundo. Imperdível!
“UM REINO UNIDO” (“A
United Kingdom”), 2016,
Inglaterra/França, terceiro longa-metragem escrito e dirigido por Amma Asante –
o primeiro foi “A Way of Life”, de 2004, e o segundo, “Belle”, de 2013. A
história de “Um Reino Unido” é baseada em fatos reais relatados no livro “Colour
Bar”, de Susan Williams, lançado em 2006. No final dos anos 40, o príncipe
Seretse Khama (David Oyelowo), herdeiro do trono de Bechuanalândia (mais tarde
Botswana), estudava Direito em Londres quando conhece a britânica Ruth
Williams. Os dois curtiam dançar e ouvir jazz. E, claro, acabam se apaixonando
e casando, provocando uma série de protestos por parte da família real de
Bechuanalândia, na época um protetorado britânico, e das autoridades inglesas, que
apoiavam a política do apartheid
implementada pela vizinha África do Sul. Seretse Khama e Ruth Williams resolveram
enfrentar todas as dificuldades, lutando contra o preconceito e as fortes ingerências
políticas - imagine um casamento inter-racial naquela época. Depois da independência de Bechuanalândia, em 1966, Seretse Khama
seria eleito o primeiro presidente de Botswana. Uma história de amor muito
bonita, tendo como pano de fundo o contexto político da época envolvendo a
Inglaterra e suas colônias na África. Além de um ótimo filme, uma verdadeira aula de História.