“EM CIMA DO MURO” (“L’EMBARRAS DU CHOIX”), 2017,
França, roteiro e direção de Eric Lavaine (“Sobre Amigos, Amor e Vinho”). Trata-se
de uma simpática e agradável comédia romântica com alguns diálogos inteligentes
e bons momentos de humor. Aos 40 anos, Juliette (a feiosa/charmosa Alexandra
Lamy, 46 anos na vida real) conserva um defeito que carrega desde criança: é
indecisa demais. Para escolher um esmalte ou uma roupa, depende sempre da
opinião das amigas Joelle (Anne Marivin) e Sonia (Sabrina Ouazani), além dos
conselhos do pai. Um dia, com a ajuda de Joelle e Sonia, Juliette entra num
site de relacionamentos e acaba conhecendo Paul (Jamie Bamber), um bonitão
escocês pelo qual se apaixona perdidamente. Ao mesmo tempo, porém, ela conhece
Étienne (Arnaud Ducret), um charmoso professor de culinária. Pinta nova paixão. E agora? Qual deles ela escolherá?
Mais uma indecisão que lhe trará grandes problemas. A partir daí, o filme ganha
algumas situações muito engraçadas, pois Juliette, sem saber o que fazer, vai
tentar “enrolar” os dois, mas não é esperta o suficiente. No gênero “comédia
romântica”, trata-se de um filme acima da média, mesmo que não exija muito dos
neurônios.
quinta-feira, 8 de março de 2018
quarta-feira, 7 de março de 2018
Selecionado para representar o
Nepal na disputa do Oscar 2018 de Melhor Filme Estrangeiro, “SOL BRANCO” (“SETO
SURYA”, título original, e nos países de língua inglesa “White Sun”), é o segundo
longa-metragem escrito e dirigido pelo nepalês Deepak Rauniyar – o primeiro foi
Higway, de 2012. A história é ambientada num pequeno vilarejo montanhoso cuja população
continua arraigada às tradições milenares do Tibete. Um de seus antigos
moradores, Chandra (Dayahang Rai), chega à aldeia depois de lutar ao lado dos
rebeldes maoístas – apoiados pela China, claro – contra o governo monárquico (a
guerra civil se estendeu por 10 anos, de 1996 até 2006, ocasionando a morte de 12.700
pessoas). Chandra voltou para participar do enterro do pai. Ao chegar, Chandra
passou a discutir com o irmão Suraj (Rabindra Singh Baniya) por motivos
políticos e também por disputarem a mesma mulher. Pela tradição, o corpo do pai
tem de ser levado pelos filhos, mas Suraj se recusa a fazê-lo com o irmão maoísta.
Está criado o impasse, envolvendo ainda as lideranças do vilarejo e até mesmo
as crianças. Apesar do contexto dramático, a situação acaba gerando um certo
humor negro, o que torna essa produção do Nepal, de curta duração (89 minutos),
um entretenimento dos mais agradáveis. Um dos trunfos do diretor Rauniyar foi a
utilização de atores amadores, o que tornou a história mais realista.
segunda-feira, 5 de março de 2018
“TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME” (“Three Billboards Outside Ebbing,
Missouri”), EUA, 2017, roteiro e direção de Martin McDonagh.
Com este sensacional thriller policial, Frances McDormand acaba de ganhar seu
segundo Oscar como Melhor Atriz (o primeiro foi por “Fargo”, em 1998). Ela
interpreta Mildred Hayes, uma mãe que teve a filha assassinada e que se revolta
com o fato da polícia local, comandada pelo xerife Bill Willoughby (Wood
Harrelson), não ter encontrado o assassino. Decide, então, comprar espaço
publicitário em três outdoors de estrada e lá escreve acusações contra o
xerife. O fato provoca uma série de reações não só por parte da polícia como também da população
local, já que todo mundo adora Bill. Jason Dixon (Sam Rockwell), um dos policiais
da cidade, toma as dores do chefe/xerife e começa a perseguir Mildred, que jamais
se intimida. Pelo contrário, parte também para a violência – algumas cenas
lembram o estilo de Tarantino. Frances McDormand dá um show como a mulher
durona que não tem medo de partir para a briga. Outro destaque é o ator Sam
Rockwell, também com justiça vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
Sempre achei Rockwell um ótimo ator, mas pouco aproveitado por Hollywood. Quem
sabe a partir de agora sua carreira deslanche de vez. Ponto também para o
diretor Martin McDonagh, responsável por outros dois bons filmes, “Na Mira do
Chefe” e “Sete Psicopatas e um Shih Tzu”, este último também com Sam Rockwell.
domingo, 4 de março de 2018
A história do thriller policial “BONECO DE NEVE” (“The Snowman”), 2017, EUA/Inglaterra/Suécia/Noruega, é
baseada no livro do escritor norueguês de romances policiais Jo Nesbø,
lançado em 2007 e adaptado agora para o cinema pelos roteiristas Hossein Amini
e Matthew Michael Carnahan, sob a direção de Tomas Alfredson (“Deixe Ela Entrar”
e “O Espião que Sabia Demais”). O elenco é de primeira: Michael Fassbender,
Rebecca Ferguson, Charlotte Gainsbourg, J.K. Simmons, Toby Jones, Chloë Sevigny
e – vá lá – Val Kilmer. Quem conhece sabe que são atores do mais alto nível e
que protagonizaram alguns excelentes filmes. Não li o livro “The Snowman” para
dizer se é bom. Mas a adaptação para o cinema deixou a desejar. Transformou-se
numa trama confusa, de difícil entendimento e com muitos furos de roteiro. A
história: o policial beberrão Harry Hole (Fassbender) e a novata na polícia
Katrine Braft (Ferfuson) investigam o assassinato de várias mulheres. O serial
killer deixa sempre sua marca: um boneco de neve com a cabeça da vítima. A
complicação da trama ainda envolve a ex-esposa de Hole, Rakel Fauke
(Gainsbourg), e seu atual marido, além de um antigo policial (Val Kilmer). Por
falar em Kilmer, dá pena do ator. Ex-bonitão – quem não se lembra dele em “Top
Gun”? -, Kilmer está inchado, envelhecido e falando com dificuldade - a impressão é que teve um AVC. Um triste
final de carreira. O filme foi totalmente rodado na Noruega durante um inverno
pesado e, se há algo a destacar, são as belas paisagens gélidas, favorecendo
uma deslumbrante fotografia. Repito: o roteiro é bastante confuso que nem o
desfecho consegue explicar. Elenco de primeira, para um filme de segunda.
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