quinta-feira, 8 de março de 2018


“EM CIMA DO MURO” (“L’EMBARRAS DU CHOIX”), 2017, França, roteiro e direção de Eric Lavaine (“Sobre Amigos, Amor e Vinho”). Trata-se de uma simpática e agradável comédia romântica com alguns diálogos inteligentes e bons momentos de humor. Aos 40 anos, Juliette (a feiosa/charmosa Alexandra Lamy, 46 anos na vida real) conserva um defeito que carrega desde criança: é indecisa demais. Para escolher um esmalte ou uma roupa, depende sempre da opinião das amigas Joelle (Anne Marivin) e Sonia (Sabrina Ouazani), além dos conselhos do pai. Um dia, com a ajuda de Joelle e Sonia, Juliette entra num site de relacionamentos e acaba conhecendo Paul (Jamie Bamber), um bonitão escocês pelo qual se apaixona perdidamente. Ao mesmo tempo, porém, ela conhece Étienne (Arnaud Ducret), um charmoso professor de culinária. Pinta nova paixão. E agora? Qual deles ela escolherá? Mais uma indecisão que lhe trará grandes problemas. A partir daí, o filme ganha algumas situações muito engraçadas, pois Juliette, sem saber o que fazer, vai tentar “enrolar” os dois, mas não é esperta o suficiente. No gênero “comédia romântica”, trata-se de um filme acima da média, mesmo que não exija muito dos neurônios.                     

quarta-feira, 7 de março de 2018


Selecionado para representar o Nepal na disputa do Oscar 2018 de Melhor Filme Estrangeiro, “SOL BRANCO” (“SETO SURYA”, título original, e nos países de língua inglesa “White Sun”), é o segundo longa-metragem escrito e dirigido pelo nepalês Deepak Rauniyar – o primeiro foi Higway, de 2012. A história é ambientada num pequeno vilarejo montanhoso cuja população continua arraigada às tradições milenares do Tibete. Um de seus antigos moradores, Chandra (Dayahang Rai), chega à aldeia depois de lutar ao lado dos rebeldes maoístas – apoiados pela China, claro – contra o governo monárquico (a guerra civil se estendeu por 10 anos, de 1996 até 2006, ocasionando a morte de 12.700 pessoas). Chandra voltou para participar do enterro do pai. Ao chegar, Chandra passou a discutir com o irmão Suraj (Rabindra Singh Baniya) por motivos políticos e também por disputarem a mesma mulher. Pela tradição, o corpo do pai tem de ser levado pelos filhos, mas Suraj se recusa a fazê-lo com o irmão maoísta. Está criado o impasse, envolvendo ainda as lideranças do vilarejo e até mesmo as crianças. Apesar do contexto dramático, a situação acaba gerando um certo humor negro, o que torna essa produção do Nepal, de curta duração (89 minutos), um entretenimento dos mais agradáveis. Um dos trunfos do diretor Rauniyar foi a utilização de atores amadores, o que tornou a história mais realista.                   

segunda-feira, 5 de março de 2018



“TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME” (“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”), EUA, 2017, roteiro e direção de Martin McDonagh. Com este sensacional thriller policial, Frances McDormand acaba de ganhar seu segundo Oscar como Melhor Atriz (o primeiro foi por “Fargo”, em 1998). Ela interpreta Mildred Hayes, uma mãe que teve a filha assassinada e que se revolta com o fato da polícia local, comandada pelo xerife Bill Willoughby (Wood Harrelson), não ter encontrado o assassino. Decide, então, comprar espaço publicitário em três outdoors de estrada e lá escreve acusações contra o xerife. O fato provoca uma série de reações não só por parte da polícia como também da população local, já que todo mundo adora Bill. Jason Dixon (Sam Rockwell), um dos policiais da cidade, toma as dores do chefe/xerife e começa a perseguir Mildred, que jamais se intimida. Pelo contrário, parte também para a violência – algumas cenas lembram o estilo de Tarantino. Frances McDormand dá um show como a mulher durona que não tem medo de partir para a briga. Outro destaque é o ator Sam Rockwell, também com justiça vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Sempre achei Rockwell um ótimo ator, mas pouco aproveitado por Hollywood. Quem sabe a partir de agora sua carreira deslanche de vez. Ponto também para o diretor Martin McDonagh, responsável por outros dois bons filmes, “Na Mira do Chefe” e “Sete Psicopatas e um Shih Tzu”, este último também com Sam Rockwell.                    

domingo, 4 de março de 2018


A história do thriller policial “BONECO DE NEVE” (“The Snowman”), 2017, EUA/Inglaterra/Suécia/Noruega, é baseada no livro do escritor norueguês de romances policiais Jo Nesbø, lançado em 2007 e adaptado agora para o cinema pelos roteiristas Hossein Amini e Matthew Michael Carnahan, sob a direção de Tomas Alfredson (“Deixe Ela Entrar” e “O Espião que Sabia Demais”). O elenco é de primeira: Michael Fassbender, Rebecca Ferguson, Charlotte Gainsbourg, J.K. Simmons, Toby Jones, Chloë Sevigny e – vá lá – Val Kilmer. Quem conhece sabe que são atores do mais alto nível e que protagonizaram alguns excelentes filmes. Não li o livro “The Snowman” para dizer se é bom. Mas a adaptação para o cinema deixou a desejar. Transformou-se numa trama confusa, de difícil entendimento e com muitos furos de roteiro. A história: o policial beberrão Harry Hole (Fassbender) e a novata na polícia Katrine Braft (Ferfuson) investigam o assassinato de várias mulheres. O serial killer deixa sempre sua marca: um boneco de neve com a cabeça da vítima. A complicação da trama ainda envolve a ex-esposa de Hole, Rakel Fauke (Gainsbourg), e seu atual marido, além de um antigo policial (Val Kilmer). Por falar em Kilmer, dá pena do ator. Ex-bonitão – quem não se lembra dele em “Top Gun”? -, Kilmer está inchado, envelhecido e falando com dificuldade - a impressão é que teve um AVC. Um triste final de carreira. O filme foi totalmente rodado na Noruega durante um inverno pesado e, se há algo a destacar, são as belas paisagens gélidas, favorecendo uma deslumbrante fotografia. Repito: o roteiro é bastante confuso que nem o desfecho consegue explicar. Elenco de primeira, para um filme de segunda.