Representante oficial da Islândia na disputa do Oscar 2018 de
Melhor Filmes Estrangeiro, “A SOMBRA DA ÁRVORE” (“UNDIR TRÉNU”), roteiro
e direção de Hafsteinn Gunnar Sigurdsson, é uma ótima comédia de humor negro. O enredo
percorre duas vertentes. Na primeira, Agnes (Lára Jóhanna Jónsdóttir) surpreende
o marido Atli (Steibór Hróar Steinbórsson) se masturbando na frente do
computador assistindo a um vídeo onde ele próprio faz sexo com outra mulher. O
casamento entra em crise e Atli volta a morar com os pais. Na segunda vertente,
a história é centrada em dois casais de vizinhos, um deles justamente os pais
de Atli, Inga (Edda Björguinsdóttir) e Baldwin (Sigurour Sigurjónsson), que vivem
a amargura da terceira idade, ela uma mulher insatisfeita e sempre disposta a
encarar uma briga. Na casa deles, uma grande árvore impede que os vizinhos Agnes
(Lára Jóhanna Jónsdóttir) e Atli (Steibór Hróar Steinbórsson) curtam o sol no
terraço. Começa a desavença, incluindo o sumiço do gato de Inga e do cachorro
pastor alemão de Agnes e Atli. Os casais se acusam pelo desaparecimento dos
bichos, transformando a convivência num verdadeiro inferno, com direito a
confrontos que terminam num verdadeiro banho de sangue. Apesar do contexto de
intolerância, tudo é levado no maior bom humor, tornando essa comédia um ótimo
entretenimento. Por aqui, foi exibido durante a programação da 41ª Mostra Internacional do Cinema de São Paulo, em out./nov. 2017.
sábado, 7 de abril de 2018
quinta-feira, 5 de abril de 2018
“EU, TONYA” (“I, TONYA”), 2017, EUA, direção do australiano Craig
Gillespie (“A Garota Ideal”, “Horas
Decisivas”), com roteiro de Steven Rogers. Trata-se da cinebiografia da
patinadora artística norte-americana Tonya Harding, que às vésperas dos Jogos
Olímpicos de Inverno de 1994 participou de um plano macabro, juntamente com o
marido Jeff Gillooly e mais dois amigos: ferir sua principal rival na época,
Nancy Kerrigan, impedindo-a de disputar a competição. Na época, o caso ficou
famoso no mundo inteiro, colocando-se entre as páginas mais tristes e chocantes
do mundo esportivo. O filme mostra o início da carreira vitoriosa de Tonya, que
aos 4 anos de idade já encantava os adeptos e os fãs da patinação artística no
gelo. Ano após ano, Tonya conquistaria inúmeros torneios, tornando-se a estrela
máxima do seu esporte, a única patinadora a realizar com perfeição o “Triple
Axel”, o mais difícil e complicado movimento da patinação artística. Poucos
sabiam, porém, que por trás dessa garota havia uma mãe obcecada, violenta e
descontrolada, responsável direta não apenas pela trajetória de Tonya, mas
também por tudo de mal que a garota seria capaz de fazer para conquistar suas
vitórias. Tonya só era feliz quando estava no ringue de patinação com os
holofotes e os aplausos do público. Na verdade, sua vida particular era um
verdadeiro inferno, com sua mãe insana e o marido que a espancava quase todo
dia. Não deixe de ver os créditos finais, que explicam os destinos que tiveram
os principais personagens da história. Tudo isso está em “Eu, Tonya”, que
consagrou a australiana Margot Robbie (Tonya) como uma ótima atriz, tendo sido
indicada para receber o Oscar 2018. Seu trabalho é excelente. O diretor Gillespie
tentou deixá-la menos linda, o que é impossível. Conseguiu pelo menos
desglamourizá-la. Eu mesmo achava, antes deste filme, que Margot Robbie era
mais bonita do que competente. Ela me convenceu também do contrário. Outro
destaque do filme é a veterana Allison Janney no papel de LaVona Harding, mãe
de Tonya, o que lhe valeu, com muita justiça, o Oscar 2018 de Melhor Atriz
Coadjuvante. Enfim, um ótimo programa para curtir na telinha.
domingo, 1 de abril de 2018
“ELES” (“ILS”), 2006, escrito e dirigido por David
Moreau e Xavier Palud. Competente terror francês, recheado de muito suspense e
alta tensão. Conta a história de um casal de franceses, Clémentine (Olivia
Bonamy) e Lucas (Michaël Cohen), moradores num casarão na zona rural próxima a Bucareste
(capital da Romênia) – o filme não explica porque eles se estabeleceram por lá.
Ela dá aulas de francês numa escola e ele é – ou tenta ser – escritor. Numa
noite qualquer, eles escutam barulhos fora da casa e saem para ver o que está
acontecendo. Um bando de intrusos cerca a casa e alguns tentam entrar. Como
eles não aparecem na tela, até o desfecho o espectador fica imaginando quem
seriam os intrusos: vândalos ciganos, zumbis, assaltantes ou até mesmo vampiros
– afinal, a Romênia não é a terra do Drácula? Esse suspense prossegue em ritmo
acelerado, prendendo e segurando a atenção até o final do filme. Dessa forma,
como terror psicológico até funciona bem, mesmo porque tem alguns bons sustos e
muita aflição, garantindo um bom entretenimento. No gênero, já vi vários filmes parecidos, alguns piores, outros melhores. Ah, esqueci de ressaltar que a
história é baseada em fatos reais, como é explicado nos créditos finais.
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