sábado, 7 de abril de 2018


Representante oficial da Islândia na disputa do Oscar 2018 de Melhor Filmes Estrangeiro, “A SOMBRA DA ÁRVORE” (“UNDIR TRÉNU”), roteiro e direção de Hafsteinn Gunnar Sigurdsson,  é uma ótima comédia de humor negro. O enredo percorre duas vertentes. Na primeira, Agnes (Lára Jóhanna Jónsdóttir) surpreende o marido Atli (Steibór Hróar Steinbórsson) se masturbando na frente do computador assistindo a um vídeo onde ele próprio faz sexo com outra mulher. O casamento entra em crise e Atli volta a morar com os pais. Na segunda vertente, a história é centrada em dois casais de vizinhos, um deles justamente os pais de Atli, Inga (Edda Björguinsdóttir) e Baldwin (Sigurour Sigurjónsson), que vivem a amargura da terceira idade, ela uma mulher insatisfeita e sempre disposta a encarar uma briga. Na casa deles, uma grande árvore impede que os vizinhos Agnes (Lára Jóhanna Jónsdóttir) e Atli (Steibór Hróar Steinbórsson) curtam o sol no terraço. Começa a desavença, incluindo o sumiço do gato de Inga e do cachorro pastor alemão de Agnes e Atli. Os casais se acusam pelo desaparecimento dos bichos, transformando a convivência num verdadeiro inferno, com direito a confrontos que terminam num verdadeiro banho de sangue. Apesar do contexto de intolerância, tudo é levado no maior bom humor, tornando essa comédia um ótimo entretenimento. Por aqui, foi exibido durante a programação da 41ª Mostra Internacional do Cinema de São Paulo, em out./nov. 2017.    

quinta-feira, 5 de abril de 2018


“EU, TONYA” (“I, TONYA”), 2017, EUA, direção do australiano Craig Gillespie (“A Garota Ideal”,  “Horas Decisivas”), com roteiro de Steven Rogers. Trata-se da cinebiografia da patinadora artística norte-americana Tonya Harding, que às vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994 participou de um plano macabro, juntamente com o marido Jeff Gillooly e mais dois amigos: ferir sua principal rival na época, Nancy Kerrigan, impedindo-a de disputar a competição. Na época, o caso ficou famoso no mundo inteiro, colocando-se entre as páginas mais tristes e chocantes do mundo esportivo. O filme mostra o início da carreira vitoriosa de Tonya, que aos 4 anos de idade já encantava os adeptos e os fãs da patinação artística no gelo. Ano após ano, Tonya conquistaria inúmeros torneios, tornando-se a estrela máxima do seu esporte, a única patinadora a realizar com perfeição o “Triple Axel”, o mais difícil e complicado movimento da patinação artística. Poucos sabiam, porém, que por trás dessa garota havia uma mãe obcecada, violenta e descontrolada, responsável direta não apenas pela trajetória de Tonya, mas também por tudo de mal que a garota seria capaz de fazer para conquistar suas vitórias. Tonya só era feliz quando estava no ringue de patinação com os holofotes e os aplausos do público. Na verdade, sua vida particular era um verdadeiro inferno, com sua mãe insana e o marido que a espancava quase todo dia. Não deixe de ver os créditos finais, que explicam os destinos que tiveram os principais personagens da história. Tudo isso está em “Eu, Tonya”, que consagrou a australiana Margot Robbie (Tonya) como uma ótima atriz, tendo sido indicada para receber o Oscar 2018. Seu trabalho é excelente. O diretor Gillespie tentou deixá-la menos linda, o que é impossível. Conseguiu pelo menos desglamourizá-la. Eu mesmo achava, antes deste filme, que Margot Robbie era mais bonita do que competente. Ela me convenceu também do contrário. Outro destaque do filme é a veterana Allison Janney no papel de LaVona Harding, mãe de Tonya, o que lhe valeu, com muita justiça, o Oscar 2018 de Melhor Atriz Coadjuvante. Enfim, um ótimo programa para curtir na telinha.  

domingo, 1 de abril de 2018


“ELES” (“ILS”), 2006, escrito e dirigido por David Moreau e Xavier Palud. Competente terror francês, recheado de muito suspense e alta tensão. Conta a história de um casal de franceses, Clémentine (Olivia Bonamy) e Lucas (Michaël Cohen), moradores num casarão na zona rural próxima a Bucareste (capital da Romênia) – o filme não explica porque eles se estabeleceram por lá. Ela dá aulas de francês numa escola e ele é – ou tenta ser – escritor. Numa noite qualquer, eles escutam barulhos fora da casa e saem para ver o que está acontecendo. Um bando de intrusos cerca a casa e alguns tentam entrar. Como eles não aparecem na tela, até o desfecho o espectador fica imaginando quem seriam os intrusos: vândalos ciganos, zumbis, assaltantes ou até mesmo vampiros – afinal, a Romênia não é a terra do Drácula? Esse suspense prossegue em ritmo acelerado, prendendo e segurando a atenção até o final do filme. Dessa forma, como terror psicológico até funciona bem, mesmo porque tem alguns bons sustos e muita aflição, garantindo um bom entretenimento. No gênero, já vi vários filmes parecidos, alguns piores, outros melhores. Ah, esqueci de ressaltar que a história é baseada em fatos reais, como é explicado nos créditos finais.