Ao
estrear (fora de competição) no Festival de Cannes 2015, o drama erótico francês
“LOVE”, escrito e dirigido pelo argentino Gaspar
Noé, provocou enorme polêmica. Não apenas pelas inúmeras cenas de sexo
explícito e pelo cartaz obsceno (foto), mas por ter sido feito para ser visto
em 3D. O filme é muito fraco e foi, com justiça, execrado pelo público e pelos
críticos. Por que uma produção tão medíocre consegue espaço num festival importante
como Cannes? A história: Murphy (o ator
norte-americano Karl Glusman, de “Tropas Estelares”) recebe um telefonema da
mãe de sua ex-namorada Electra (Aomi Muyock). Ela diz que a filha está
desaparecida e que está muito preocupada. O telefonema desencadeou em Murphy um
processo de depressão profunda, causada pelas lembranças dos momentos dele com
Electra. Momentos recheados de sexo, experiências com novos parceiros e diálogos
com a profundidade de um pires. Aliás, as camisinhas utilizadas pelo ator têm mais conteúdo do que o filme inteiro. Do trio central de protagonistas, o único ator
profissional é Glusman. A suíça Muyock é modelo, assim como a dinamarquesa
Klara Kristin, a outra ponta do triângulo amoroso. O argentino Gaspar Noé já
havia criado polêmica em 2002, quando apresentou, também em Cannes, o drama “Irreversível”,
com a diva Monica Bellucci. Enfim, um filme descartável, como as camisinhas de Murphy.