Poucos
atores hoje em dia personificam tão bem o tipo machão quanto o ator espanhol
Javier Bardem. Mas ele já teve seu momento “delicado”, interpretando um amante
gay. Foi no dramalhão “A SEGUNDA PELE” (“Segunda Piel”), de 1999, dirigido por Gerardo Vera. Bardem
é Diego, um conceituado médico-cirurgião de Madri que vive um caso de amor com o
engenheiro Alberto (Jordi Mollá), que é casado com Elena (Ariadna Gil) e tem um
filho. Elena acaba descobrindo o caso e ameaça Alberto com a separação. A
partir daí, Alberto entra naquela fase de incerteza, quando não sabe se fica
com a família e se separa de Diego ou vice-versa. Uma tragédia, no desfecho, resolverá
o problema. O diretor Vera exagerou nas cenas de sexo, longas
e beirando o explícito. Incomodam. A trilha sonora, de Roque Baños, tenta
amplificar o drama, mas só consegue ser chata e um tanto deslocada da ação. Os
atores estão muito bem, principalmente Bardem, Jordi Mollá e Ariadna (uma das
atrizes espanholas mais bonitas). Mollá, aliás, ganhou o prêmio Goya de Melhor
Ator em 2000. Completa o elenco Cecilia Roth. Não é daqueles filmes que a gente
possa recomendar com elogios. Prefiro ficar com “arrisque e tire suas
conclusões”. Mas pode ser interessante para ver esses atores, hoje consagrados, então em início de carreira.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
segunda-feira, 16 de maio de 2016
“PAPÉIS AO VENTO” (“Papeles em el Viento”), 2015.
Mais um gol de placa do cinema argentino. Literalmente, pois a história tem
como pano de fundo o futebol, a começar pelo título do filme, que se refere aos
papéis jogados pelas torcidas nos estádios de futebol da Argentina. O enredo é
saboroso: El Mono (Diego Torres) resolve investir na compra do passe de um
jogador promissor, um tal de Pittilanga, um perna-de-pau cujo único mérito foi ter
sido convocado pela seleção argentina sub-17. Aos 21 anos, joga num timeco da
3ª divisão do campeonato argentino. Com a morte de El Mono, o irmão Fernando
(Diego Peretti) e seus dois melhores amigos, Maurício (Pablo Echarri) e Russo
(Pablo Rago), tentam fazer de tudo para negociar o passe do jogador e recuperar
o dinheiro, que pretendem destinar à ex-esposa e à filha pequena do falecido. O
diretor Juan Taratuto (“A Reconstrução” e “Um Namorado para Minha Esposa”)
soube dosar com maestria momentos dramáticos com outros de muito humor, o que
torna esse filme muito agradável de assistir, mesmo que destinado ao público
masculino. Bom lembrar que a história é baseada no livro homônimo do escritor
Eduardo Sacheri, o mesmo que escreveu o roteiro do ótimo “O Segredo dos seus
Olhos”, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010, um aval e tanto para mais este
excelente - e imperdível - filme argentino.
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