sexta-feira, 20 de maio de 2016

Poucos atores hoje em dia personificam tão bem o tipo machão quanto o ator espanhol Javier Bardem. Mas ele já teve seu momento “delicado”, interpretando um amante gay. Foi no dramalhão “A SEGUNDA PELE” (“Segunda Piel”), de 1999, dirigido por Gerardo Vera. Bardem é Diego, um conceituado médico-cirurgião de Madri que vive um caso de amor com o engenheiro Alberto (Jordi Mollá), que é casado com Elena (Ariadna Gil) e tem um filho. Elena acaba descobrindo o caso e ameaça Alberto com a separação. A partir daí, Alberto entra naquela fase de incerteza, quando não sabe se fica com a família e se separa de Diego ou vice-versa. Uma tragédia, no desfecho, resolverá o problema. O diretor Vera exagerou nas cenas de sexo, longas e beirando o explícito. Incomodam. A trilha sonora, de Roque Baños, tenta amplificar o drama, mas só consegue ser chata e um tanto deslocada da ação. Os atores estão muito bem, principalmente Bardem, Jordi Mollá e Ariadna (uma das atrizes espanholas mais bonitas). Mollá, aliás, ganhou o prêmio Goya de Melhor Ator em 2000. Completa o elenco Cecilia Roth. Não é daqueles filmes que a gente possa recomendar com elogios. Prefiro ficar com “arrisque e tire suas conclusões”.  Mas pode ser interessante para ver esses atores, hoje consagrados, então em início de carreira.  

segunda-feira, 16 de maio de 2016

“PAPÉIS AO VENTO” (“Papeles em el Viento”), 2015. Mais um gol de placa do cinema argentino. Literalmente, pois a história tem como pano de fundo o futebol, a começar pelo título do filme, que se refere aos papéis jogados pelas torcidas nos estádios de futebol da Argentina. O enredo é saboroso: El Mono (Diego Torres) resolve investir na compra do passe de um jogador promissor, um tal de Pittilanga, um perna-de-pau cujo único mérito foi ter sido convocado pela seleção argentina sub-17. Aos 21 anos, joga num timeco da 3ª divisão do campeonato argentino. Com a morte de El Mono, o irmão Fernando (Diego Peretti) e seus dois melhores amigos, Maurício (Pablo Echarri) e Russo (Pablo Rago), tentam fazer de tudo para negociar o passe do jogador e recuperar o dinheiro, que pretendem destinar à ex-esposa e à filha pequena do falecido. O diretor Juan Taratuto (“A Reconstrução” e “Um Namorado para Minha Esposa”) soube dosar com maestria momentos dramáticos com outros de muito humor, o que torna esse filme muito agradável de assistir, mesmo que destinado ao público masculino. Bom lembrar que a história é baseada no livro homônimo do escritor Eduardo Sacheri, o mesmo que escreveu o roteiro do ótimo “O Segredo dos seus Olhos”, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010, um aval e tanto para mais este excelente - e imperdível - filme argentino.