sexta-feira, 20 de novembro de 2015

“HORAS DE DESESPERO” (“No Escape”), 2015, EUA, roteiro e direção de John Erick Dowdle, faz jus ao título. A história é toda ambientada num país fictício do leste asiático, lá pelos lados da Tailândia. O engenheiro Jack Dwyer (Owen Wilson), sua esposa Annie (Lake Bell) e as duas filhas menores chegam ao país e se hospedam num hotel luxuoso. Jack acabara de ser contratado para trabalhar na subsidiária de uma tal empresa Cardiff. Poucas horas depois de chegarem à cidade, ocorre um violento golpe de Estado e a revolta se instala por todo o país. A matança é geral e o alvo passa a ser o hotel onde estão hospedados inúmeros estrangeiros, entre eles a família Dwyer. Daí para frente, o que se vê são realmente horas de desespero, de pura aflição. Jack tentará sobreviver protegendo a família contra os rebeldes, recebendo a ajuda de Hammond (Pierce Brosnan), um homem misterioso com jeito de pilantra. Mesmo com a presença de astros como Brosnan e Owen Wilson, a produção tem jeito de filme B, com ação e suspense de filme A. Aliás, o suspense é uma das especialidades do diretor Dowdle, como provam seus filmes anteriores - “Demônio”, “Assim na Terra como no Inferno” e “Quarentena”. É daqueles filmes para assistir entortando os braços da poltrona. Tensão do começo ao fim. Ou seja, ótimo entretenimento.   

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Cansada dos compromissos familiares, dedicando-se anos e anos a servir o marido e os filhos, sem receber ao menos um elogio, é natural que uma mulher de meia idade tenha a vontade de desaparecer da face da Terra. “Minha vontade é sumir!” é a exclamação preferida dessas batalhadoras donas de casa. A comédia dramática “LULU, NUA E CRUA” (“Lulu Femme Nue”), 2013, conta a história de uma dessas mulheres. Só que, ao contrário da maioria, esta resolve mesmo sumir. Lucie, chamada por todo mundo de Lulu, é casada, tem três filhos (uma adolescente e dois meninos gêmeos) e um dia resolve arrumar um emprego. Vai até uma cidade vizinha fazer a entrevista, que dá errado. Não mais do que de repente, ela resolve sumir por uns dias e fica na tal cidade, onde faz amizade e algo mais com Charles (Bouli Lanners), um ex-presidiário. Ela ainda fica amiga de uma idosa, Marthe (Claude Gensac), e de uma atendente de bar, Virginie (Nina Meurisse). Enfim, Lulu usa seu período de liberdade para conhecer pessoas, desfrutar de outras companhias, viver sem compromissos familiares. O filme é muito bom, principalmente pelo excelente trabalho dessa estupenda atriz francesa que é Karin Viard. As mulheres vão adorar a história e, com certeza, imaginar se teriam coragem de fazer o que Lulu fez. A nota triste fica por conta da diretora e roteirista Sólveig Anspach, nascida na Islândia e radicada na França, que faleceu em outubro último aos 54 anos.

domingo, 15 de novembro de 2015

Não fosse a presença de Meryl Streep e a excelente trilha sonora – rock da melhor qualidade – e “RICKI AND THE FLASH: DE VOLTA PRA CASA” (“Ricki and the Flash”), 2015, seria mais um drama familiar mediano. Mas Meryl inunda a tela com sua habitual competência e versatilidade, transformando o filme num bom programa. Ela interpreta Ricki Rendazzo, que há muitos anos abandonou o marido e os três filhos para seguir a carreira de roqueira. Teve algum sucesso, lançou até um disco, mas depois passou a tocar em barzinhos de segunda classe com a banda “The Flash”. Até que um dia seu ex-marido Pete Brummel (Kevin Kline) telefona pedindo ajuda por causa da filha Julie (Mamie Gummer, filha de Meryl na vida real), que entrou em depressão por ter sido abandonada pelo marido. Ao visitar a filha, Ricki também reencontrará seus dois outros filhos, e não será fácil para ela explicar por que ficou tantos anos sem vê-los. Num desabafo perante uma pequena plateia, Ricki diz que se fosse homem seria perdoado. Mas é uma roqueira mulher, e mãe, aí ninguém perdoa. “Mike Jagger teve sete filhos com mulheres diferentes e nunca está presente. Ele é homem, aí todo mundo perdoa", diz ela. O roteiro leva a assinatura de Diablo Cody (pseudônimo de Brook Busey), de “Juno” e “Garota Infernal”, entre outros. O diretor é Jonathan Demme (“O Silêncio dos Inocentes” e “Filadelfia”). A trilha sonora traz hits de Tom Petty e Bruce Springsteen, entre outros. Repare nas apresentações da banda “The Flash”. O baixista, Rick Rosas, morreu logo após as filmagens. O filme é dedicado a ele.