“HORAS DE DESESPERO” (“No Escape”), 2015, EUA, roteiro e direção de John Erick
Dowdle, faz jus ao título. A história é toda ambientada num país fictício do leste asiático, lá
pelos lados da Tailândia. O engenheiro Jack Dwyer (Owen Wilson), sua esposa
Annie (Lake Bell) e as duas filhas menores chegam ao país e se hospedam num
hotel luxuoso. Jack acabara de ser contratado para trabalhar na subsidiária de
uma tal empresa Cardiff. Poucas horas depois de chegarem à cidade, ocorre um
violento golpe de Estado e a revolta se instala por todo o país. A matança é
geral e o alvo passa a ser o hotel onde estão hospedados inúmeros estrangeiros,
entre eles a família Dwyer. Daí para frente, o que se vê são realmente horas de
desespero, de pura aflição. Jack tentará sobreviver protegendo a família contra os rebeldes,
recebendo a ajuda de Hammond (Pierce Brosnan), um homem misterioso com jeito de
pilantra. Mesmo com a presença de astros como Brosnan e Owen Wilson, a produção
tem jeito de filme B, com ação e suspense de filme A. Aliás, o suspense é uma
das especialidades do diretor Dowdle, como provam seus filmes anteriores - “Demônio”,
“Assim na Terra como no Inferno” e “Quarentena”. É daqueles filmes para
assistir entortando os braços da poltrona. Tensão do começo ao fim. Ou seja,
ótimo entretenimento.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Cansada
dos compromissos familiares, dedicando-se anos e anos a servir o marido e os filhos,
sem receber ao menos um elogio, é natural que uma mulher de meia idade tenha a vontade
de desaparecer da face da Terra. “Minha vontade é sumir!” é a exclamação
preferida dessas batalhadoras donas de casa. A comédia dramática “LULU,
NUA E CRUA” (“Lulu Femme Nue”), 2013, conta
a história de uma dessas mulheres. Só que, ao contrário da maioria, esta
resolve mesmo sumir. Lucie, chamada por todo mundo de Lulu, é casada, tem três filhos
(uma adolescente e dois meninos gêmeos) e um dia resolve arrumar um emprego.
Vai até uma cidade vizinha fazer a entrevista, que dá errado. Não mais do que
de repente, ela resolve sumir por uns dias e fica na tal cidade, onde faz
amizade e algo mais com Charles (Bouli Lanners), um ex-presidiário. Ela ainda
fica amiga de uma idosa, Marthe (Claude Gensac), e de uma atendente de bar,
Virginie (Nina Meurisse). Enfim, Lulu usa seu período de liberdade para
conhecer pessoas, desfrutar de outras companhias, viver sem compromissos
familiares. O filme é muito bom, principalmente pelo excelente trabalho dessa estupenda
atriz francesa que é Karin Viard. As mulheres vão adorar a história e, com
certeza, imaginar se teriam coragem de fazer o que Lulu fez. A nota triste fica
por conta da diretora e roteirista Sólveig Anspach, nascida na Islândia e radicada
na França, que faleceu em outubro último aos 54 anos.
domingo, 15 de novembro de 2015
Não
fosse a presença de Meryl Streep e a excelente trilha sonora – rock da melhor
qualidade – e “RICKI AND THE FLASH: DE VOLTA PRA CASA” (“Ricki and
the Flash”), 2015, seria mais um drama familiar mediano. Mas Meryl inunda a tela com
sua habitual competência e versatilidade, transformando o filme num bom
programa. Ela interpreta Ricki Rendazzo, que há muitos anos abandonou o marido
e os três filhos para seguir a carreira de roqueira. Teve algum sucesso, lançou
até um disco, mas depois passou a tocar em barzinhos de segunda classe com a
banda “The Flash”. Até que um dia seu ex-marido Pete Brummel (Kevin Kline)
telefona pedindo ajuda por causa da filha Julie (Mamie Gummer, filha de Meryl
na vida real), que entrou em depressão por ter sido abandonada pelo marido. Ao
visitar a filha, Ricki também reencontrará seus dois outros filhos, e não será
fácil para ela explicar por que ficou tantos anos sem vê-los. Num desabafo perante
uma pequena plateia, Ricki diz que se fosse homem seria perdoado. Mas é uma
roqueira mulher, e mãe, aí ninguém perdoa. “Mike Jagger teve sete filhos com
mulheres diferentes e nunca está presente. Ele é homem, aí todo mundo perdoa", diz ela.
O roteiro leva a assinatura de Diablo Cody (pseudônimo de Brook Busey), de “Juno”
e “Garota Infernal”, entre outros. O diretor é Jonathan Demme (“O Silêncio dos
Inocentes” e “Filadelfia”). A trilha sonora traz hits de Tom Petty e Bruce
Springsteen, entre outros. Repare nas apresentações da banda “The Flash”. O
baixista, Rick Rosas, morreu logo após as filmagens. O filme é dedicado a ele.
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