“O
PRIMEIRO HOMEM” (“THE FIRST MAN”), EUA, 2h22m, 2018, direção de
Damien Chazelle. O roteiro foi escrito por Josh Singer, baseado no livro “The First
Man: The Life of Neil A. Armstrong”, de Jame R. Hansen. Trata-se da história do
astronauta Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, em julho de 1969. O
filme é ambientado no período de 1961 a 1969 e acompanha os testes realizados
pela NASA para enfim enviar uma tripulação, comandada por Armstrong, para a Lua.
A trajetória de Armstrong confunde-se com a evolução do programa espacial
norte-americano, durante o qual morreram vários astronautas. Além do trabalho
como engenheiro, piloto e astronauta, Armstrong é apresentado em sua vida
particular, a relação com a esposa Janet e com os filhos. A história desses
astronautas é incrível. O filme explora o interior dos módulos espaciais,
mostrando as condições nada confiáveis dos antigos instrumentos de bordo, com
peças rangendo e faíscas para tudo quanto é lado. Enfim, ser astronauta naquela
época era para sujeitos muito corajosos. Armstrong era um deles. O elenco conta
nos papeis principais com Ryan Gosling, Claire Foy e Jason Clarke. “O Primeiro Homem”
foi indicado para disputar quatro categorias no Oscar 2019 (Direção de Arte,
Mixagem de Som, Edição de Som e Efeitos Visuais). Acho que merecia muito mais,
pois o filme é ótimo. Mais um gol de placa do jovem diretor Damien Chazelle, de
apenas 33 anos, que já mostrou sua enorme competência em filmes como “La La Land:
Cantando Estações” e o espetacular “Whiplash: Em Busca da Perfeição”.
sábado, 16 de fevereiro de 2019
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
“FÚRIA EM ALTO MAR” (“HUNTER KILLER”), EUA, 2017,
2h02min, direção do sul-africano Donovan Marsh. O roteiro foi escrito por Jamie
Moss e Arne Schidt, que adaptaram a história do romance “Firing Pint”, de Don
Keith e George Wallace, de 2012. Trata-se de um filme de ação envolvendo os Estados
Unidos e a Rússia, retomando o tema da Guerra Fria, como nos bons tempos de James
Bond. Durante missão para monitorar as atividades militares da Rússia nas águas
do Mar de Barents, situado ao norte da Rússia e da Noruega, um submarino
norte-americano é abatido por um míssil. Ao mesmo tempo, um submarino russo
sofre uma explosão provavelmente provocada por uma sabotagem. Para investigar o
que realmente aconteceu, o almirante Charles Donagan (Gary Oldman) recruta o
experiente comandante Joe Grass (o ator escocês Gerard Butler) para comandar a
tripulação do submarino “SS Arkansas”. Para dar suporte à missão de Grass, o
governo norte-americano convoca um pequeno grupo de fuzileiros navais para ingressar
em território russo por terra. O clima é da maior tensão, pois as autoridades
governamentais e militares tanto dos EUA como da Rússia acreditam que estavam
sendo atacados pelo outro país. Guerra Fria levada ao extremo. Enfim, como logo
descobririam os serviços de inteligência dos EUA, o que estava acontecendo na
Rússia era um golpe de Estado comandado pelo próprio ministro da defesa Almirante
Dimitriy Durov (Michael Gor), que sequestrou e prendeu o moderado presidente
Zacarin (Alexander Diachenko). Será que os norte-americanos conseguirão
libertar o presidente russo e evitar o golpe? Daqui por diante deixo a resposta
para quem assistir. Só digo que na cena final só faltou tocar o hino
norte-americano. Em todo caso e com todos os seus defeitos, “Fúria em Alto Mar”
é um filme de ação que prende a atenção do começo ao fim. Como relatado nos
créditos finais, o filme é dedicado ao ator sueco Michael Nyqvist, que faleceu
logo depois do final das filmagens.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
O drama “TRAMA FANTASMA” (“Phantom Thread”), 2017,
EUA, 2h11m, roteiro e direção de Paul Thomas Anderson, marca a despedida das
telas do ator britânico Daniel Day-Lewis, que ao final das filmagens anunciou
sua aposentadoria. Aos 61 anos, vencedor de três Oscars (“Lincoln”, “Sangue Negro”
e “Meu Pé Esquerdo”), Day-Lewis resolveu se aposentar num filme onde mais uma
vez tem uma atuação à altura da sua competência. Em “Trama Fantasma”, cuja
história é ambientada nos anos 50, ele interpreta Reynolds Woodcock, um
renomado estilista da alta costura em Londres, requisitado pelas mulheres da
elite londrina e até da realeza inglesa, assim como de outros países da Europa.
Enfim, uma celebridade do mundo da moda. Ao mesmo tempo, é um sujeito egocêntrico
e grosseiro. A única pessoa que ele ainda se dá bem é sua irmã Ciryl (Lesley
Manville), sócia no negócio e seu braço direito. Em uma de suas viagens ao
interior para descansar, Reynolds conhece a jovem Alma (Vicky Krieps), garçonete
de um restaurante. Ele se encanta com o corpo e a postura da moça e a convida
para trabalhar vestindo seus novos modelos. Em pouco tempo os dois se
apaixonam, mas Alma logo descobrirá que Reynolds é, na verdade, um sujeito bastante
grosseiro, a quilômetros de distância do homem gentil que ela conheceu. Ele é
tão chato que implica com o barulho que Alma faz ao passar manteiga em uma
torrada. Mesmo assim, eles acabam se casando e pouco tempo depois a relação se
transforma num inferno, amor e ódio levados ao extremo. O filme é excelente,
como comprovam as cinco indicações que recebeu na disputa do Oscar 2018 –
venceu como Melhor Figurino. Mais um trabalho de alto nível criado pelo diretor
norte-americano Paul Thomas Anderson em seu primeiro filme realizado fora dos
Estados Unidos – as filmagens aconteceram na Inglaterra e na Escócia. Do
currículo de Anderson constam filmes muito bons, como “Sangue Negro”, “Magnolia”,
“Vício Inerente” e “Boggie Nights: Prazer sem Limites”. E, agora, “Trama
Fantasma”. Cinema da mais alta qualidade. Não perca!
domingo, 10 de fevereiro de 2019
Eleito
o melhor filme do ano pelo American Film Institute e com 10 indicações ao Oscar
2019, “A FAVORITA” (“THE FAVOURITE”),
2h00, coprodução Reino Unido/EUA, direção do grego Yorgos Lanthimos, com
roteiro escrito por Deborah Davis e Tony McNamara, é um dos mais deslumbrantes
filmes de época que já assisti. Não sou muito fã do gênero, mas este em especial
me impressionou positivamente. Tudo funciona muito bem: roteiro, fotografia,
figurinos, ambientações, enfim, um esplendor visual que define com propriedade
a opulência da corte inglesa no Século XIII. O grande trunfo do filme, porém, é
o trio de protagonistas principais, Olivia Colman como a rainha Anne, Raquel
Weisz como Sara Churchill – Duquesa de Marlborough (antepassada de Winston
Churchill) e Emma Stone como Abigail Hill. Vamos à história, baseada em fatos
reais: a Duquesa de Marlborough é a figura mais importante da corte. Além de
ser a tesoureira da Casa Real, ela é quem influencia a rainha na tomada de
decisões. Além disso, é amante da rainha. Seu poder só será ameaçado com a
chegada de sua prima distante Abigail Hill, que começa como simples faxineira
até cair nas graças da rainha, inclusive frequentando a cama real. O embate entre
ela e a Duquesa de Marborough para ver quem é mais poderosa na corte faz o
filme ficar ainda mais interessante. Ao contrário do que se vê nos filmes de
época, onde a câmera é mais contemplativa, o diretor grego Lanthimos impõe um ritmo
bastante ágil na tomada de cenas. Para dar amplitude e suntuosidade aos
ambientes, ele utiliza lente-angular, produzindo um efeito dos mais
interessantes. “A Favorita” estreou na programação oficial do 75º Festival
Internacional de Cinema de Veneza, em agosto de 2018, e já conquistou dois
prêmios: Melhor Atriz para Olivia Colman e Prêmio Especial do Júri. Eu já
conhecia o trabalho do diretor Yorgos Lanthimos por filmes difíceis e sem
nenhum apelo comercial, como “O Lagosta”, “O Sacrifício do Cervo Dourado” e “Dente
Canino”. Ao dirigir “A Favorita”, ele tornou o filme mais acessível ao grande
público, realizando um maravilhoso trabalho. Imperdível!
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