domingo, 10 de fevereiro de 2019


Eleito o melhor filme do ano pelo American Film Institute e com 10 indicações ao Oscar 2019, “A FAVORITA” (“THE FAVOURITE”), 2h00, coprodução Reino Unido/EUA, direção do grego Yorgos Lanthimos, com roteiro escrito por Deborah Davis e Tony McNamara, é um dos mais deslumbrantes filmes de época que já assisti. Não sou muito fã do gênero, mas este em especial me impressionou positivamente. Tudo funciona muito bem: roteiro, fotografia, figurinos, ambientações, enfim, um esplendor visual que define com propriedade a opulência da corte inglesa no Século XIII. O grande trunfo do filme, porém, é o trio de protagonistas principais, Olivia Colman como a rainha Anne, Raquel Weisz como Sara Churchill – Duquesa de Marlborough (antepassada de Winston Churchill) e Emma Stone como Abigail Hill. Vamos à história, baseada em fatos reais: a Duquesa de Marlborough é a figura mais importante da corte. Além de ser a tesoureira da Casa Real, ela é quem influencia a rainha na tomada de decisões. Além disso, é amante da rainha. Seu poder só será ameaçado com a chegada de sua prima distante Abigail Hill, que começa como simples faxineira até cair nas graças da rainha, inclusive frequentando a cama real. O embate entre ela e a Duquesa de Marborough para ver quem é mais poderosa na corte faz o filme ficar ainda mais interessante. Ao contrário do que se vê nos filmes de época, onde a câmera é mais contemplativa, o diretor grego Lanthimos impõe um ritmo bastante ágil na tomada de cenas. Para dar amplitude e suntuosidade aos ambientes, ele utiliza lente-angular, produzindo um efeito dos mais interessantes. “A Favorita” estreou na programação oficial do 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza, em agosto de 2018, e já conquistou dois prêmios: Melhor Atriz para Olivia Colman e Prêmio Especial do Júri. Eu já conhecia o trabalho do diretor Yorgos Lanthimos por filmes difíceis e sem nenhum apelo comercial, como “O Lagosta”, “O Sacrifício do Cervo Dourado” e “Dente Canino”. Ao dirigir “A Favorita”, ele tornou o filme mais acessível ao grande público, realizando um maravilhoso trabalho. Imperdível!

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