“O BOMBARDEIO” (“SKYGGEN
I MIT ØJE”),
2021, Dinamarca, disponível na plataforma Netflix, 1h47m, roteiro e direção de
Ole Bornedal. O filme conta a história de mais um episódio pouco conhecido por
aqui ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial. No início de 1945, o governo
inglês propôs a criação da “Operação Cartago”, cujo objetivo era bombardear o
edifício utilizado como QG pela Gestapo em Copenhague, capital da Dinamarca. O
ataque ficou marcado para o dia 21 de março de 1945. Deu tudo errado, culminando
com uma grande tragédia. Depois que uma das aeronaves inglesas caiu nas
proximidades da escola católica Institut Jeanne D’Arc, no centro da cidade, os pilotos
dos demais aviões, vendo toda aquela fumaça, pensaram que o alvo do ataque era
exatamente ali. A escola foi totalmente destruída pelo bombardeio inglês,
causando a morte de 120 pessoas, entre as quais 86 crianças, além de mais de
100 feridos. Essa triste história nunca havia sido revelada e agora cai como
uma bomba, denunciando um dos erros militares mais fatídicos daquele conflito.
Os ingleses não devem ter gostado muito dessa revelação. Para aumentar ainda mais o
contexto trágico, o filme, até chegar ao bombardeio, reúne vários subtramas na
Copenhague ocupada pelos nazistas, como, por exemplo, a amizade ingênua entre
três crianças, sessões de tortura nos porões do QG da Gestapo, um menino que
perde a fala ao presenciar a morte de pessoas em um carro bombardeado e uma
freira que se apaixona por um colaborador nazista. Tudo isso junto e misturado
com competência pelo diretor Ole Bornedal, resultou em um filme ao mesmo tempo
devastador e comovente, revelando uma história que ficou escondida no tempo.
Imperdível!