“O TELEFONE DO SR. HARRIGAN” (“MR.
HARRIGAN’S PHONE”), 2022, Estados Unidos, 1h46m, em cartaz na
Netflix, roteiro e direção de John Lee Hancock. A história desse suspense, com
pitadas de sobrenatural, é baseada em um conto do escritor Stephen King
incluído na antologia “If It Bleeds”. John Harrigan (Donald Sutherland), um
milionário recluso e solitário, contrata o jovem Craig (Colin O’Brien), de 9
anos, para ler livros em voz alta três vezes por semana, já que o velho tem uma
certa deficiência visual. Ao longo dos anos, a amizade entre Craig e o idoso
torna-se cada vez mais forte. Nos intervalos das leituras, Harrigan sempre
conversa com o garoto e lhe dá conselhos. Agora vemos Craig (Jaeden Martell) aos
15 anos e ainda muito feliz com a convivência com Harrigan. O filme destaca
algumas frases escritas nos livros, identificando os autores, o que dá um tom
de erudição nos encontros. O filme torna-se ainda mais interessante quando
Craig dá de presente a Harrigan um iPhone, ensinando-o a manuseá-lo. Embora
goste da novidade, Harrigan transmite a Craig sua preocupação quanto aos
malefícios do aparelho, um ponto de vista muito interessante que dá margem a
muita reflexão. Para resumir, o milionário morre de repente e Craig coloca o
celular no caixão. Paro por aqui para não estragar as surpresas. O que posso dizer
é que o filme realmente é bastante interessante e mesmo o ritmo lento não
prejudica o resultado final. E ainda temos, como trunfo, o veterano ator canadense Donald
Sutherland em mais uma ótima performance. Completam o elenco Kirby Howell Baptiste, Cyrus Arnald, John Tippett e Alexa Niztak. Ótimo entretenimento. Recomendo.