sábado, 27 de agosto de 2022

“INTRUSÃO” (“INTRUSION”), 2021, Estados Unidos, 1h33m, disponível na plataforma Netflix, direção de Adam Salky, seguindo roteiro assinado por Chris Sparling. Trata-se de um thriller bastante tenso cuja história é centrada em um casal que resolve se mudar de Boston (Massachusetts) para Corrales, no Novo México, praticamente do outro lado do país. Não há muita explicação para essa mudança radical, a não ser começar uma nova vida sem o estresse de uma grande cidade, mas tão longe assim? Henry Parsons (Logan Marshall-Green) é um renomado arquiteto e seu sonho sempre foi construir uma casa enorme, aquela que resolveu morar com a esposa Meera (Freida Pinto) em Corrales. Meera é terapeuta juvenil e em poucos meses já atendia em seu consultório na nova cidade. Uma noite, quando chegam em casa, percebem que alguém entrou e revirou tudo, roubando apenas um laptop e um celular. Eles avisam a polícia, que registra a ocorrência e promete investigar. O detetive Stephen Morse (Robert John Burke) estranha que a casa não tenha alarme ou câmeras de vigilância. Mais estranho ainda acontece dias depois, quando a casa é novamente invadida por três homens, mas desta vez Henry e Meera estão presentes. Com uma pistola que mantinha enterrada em um vaso, Henry consegue matar dois e mandar um para o hospital em estado grave. No meio de toda essa confusão, a polícia descobre que uma jovem está desaparecida. Ela é filha de um homem que trabalhou na construção da casa. Para acrescentar uma dose a mais de mistério, Meera começa a desconfiar que o marido está escondendo algum segredo, depois que viu algumas fotos tiradas durante as obras. Além de garantir um clima bastante tenso e alguns bons sustos, o filme conta ainda com uma trilha sonora das mais eficientes, principalmente nos momentos de maior tensão. A atriz Freida Pinto, embora nascida na Índia, é muito requisitada pelo cinema norte-americano e europeu, revelando-se muito competente. Resumo da ópera, “Intrusão” é um bom programa para quem curte filmes de suspense, garante dois ou três bons sustos e muita tensão até o desfecho. E não como negar: Freida é uma gata.          

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

“TUDO POR JOJO” (“FÜR JOJO”), 2022, Alemanha, 1h30m, disponível na plataforma Netflix, direção de Barbara Ott (é o seu segundo longa-metragem; o primeiro foi “A Luta”, de 2020), com roteiro de Stefanie Ren. Se houvesse uma eleição para escolher o pior filme do ano, este certamente ganharia no 1º turno com ampla vantagem. Trata-se de um drama centrado na relação de duas amigas de infância, Paula (Caro Cult) e Jojo (Nina Gummich). Elas cresceram juntas em uma pequena cidade localizada numa ilha e nunca se desgrudaram. Foram para Berlim estudar e alugaram um apartamento. A relação continuava ótima, até o dia em que Jojo arrumou um emprego no México e se mandou. Sozinha, Paula curtia uma depressão severa, pois sentia muita falta da amiga. Tudo piorou quando Jojo voltou para Berlim trazendo a tiracolo um namorado, Daniel (Steven Sowan). Essa surpresa acendeu o estopim do pavio de Paula, que já é curto. Quando a amiga anunciou que ia casar, Paula partiu para o ataque, fazendo tudo para separar os dois. Com sua obsessão doentia pela amiga, Paula tornou-se um dos personagens mais odiosos do cinema contemporâneo. Mimada, egoísta, frustrada, invejosa, arrogante, enfim, insuportável. Deu vontade de entrar na tela e encher a moça de alguns tapas anti-histeria. Ela conseguiu ser mais chata do que o próprio filme, que por si só é intragável, entediante e plenamente descartável (lixo limpo, lembre-se). Trocando em miúdos, só assista se estiver com muita raiva dos seus neurônios.   

terça-feira, 23 de agosto de 2022

 

O famoso serial killer Ted Bundy, que nos anos 70 do século passado, sequestrou, estuprou e matou mais de 30 mulheres nos EUA, já foi personagem principal de vários filmes, séries e documentários. Agora, acaba de chegar à Netflix “TED BUNDY: A CONFISSÃO FINAL” (“NO MAN OF GOD”), 2021, Estados Unidos, direção de Amber Sealey, seguindo roteiro escrito por Kit Lesser. Este também é baseado em fatos reais, ou seja, as entrevistas que o agente e psicólogo do FBI Bill Hagmaier (Elijah Wood) fez com o assassino (Luke Kirby) ao longo dos anos 80 no corredor da morte – Ted foi executado em 1989. A missão de Hagmaier era entrar na mente de Bundy, delinear seu perfil psicológico e arrancar mais confissões. O filme destaca todas essas conversas, que se prestam mais a estudantes de psicologia do que a nós, espectadores normais. É um pouco cansativo acompanhar esses diálogos, mas a competência dos dois atores principais consegue diminuir um transcorrer entediante. Além de bom ator, Luke Kirby tem uma semelhança física incrível com o verdadeiro Ted Bundy. Não gostei da escolha de Elijah Wood para o papel do agente do FBI. Aos 40 anos, Wood continua com a mesma carinha infantil de Frodo, o seu personagem em “Senhor dos Anéis”. Além disso, é baixinho e, provavelmente, não teria passado em um critério físico para ser agente do FBI. Completam o elenco, entre outros, Robert Patrick, Aleksa Palladino, Jessica Lynn Skinner, Rachel Tysior, Christian Clemenson, W. Earl Brown, Tom Virtue, Mac Brandt e Hugo Armstrong. O filme é interessante. Não mais do que isso.               

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

 

“ENTERRADO” (“ZELAZNY MOST”), 2019, Polônia, disponível na plataforma Amazon Prime Video, 1h25m, longa-metragem de estreia no roteiro e direção de Monika Jordan-Mlodzianowska, até então mais conhecida como documentarista. E que ótima estreia. Monika realizou um drama que mistura romance, suspense, traição, culpa e arrependimento. Kacper (Barlomiej Topa) é o melhor amigo de Oskar (Lukasz Simlat). Trabalham juntos há anos em uma mina, saem juntos para beber e Kacper, solteiro, frequenta a casa de Oskar, que é casado com a bela Magda (Julia Kijowska). Numa noite de música e movidos a muita vodka, Kacper e Magda acabam transando, enquanto Oskar curte um bêbado sono. Dessa forma, começa o triângulo amoroso que resultará em uma tragédia. Apaixonado por Magda, Kacper quer se livrar de Oskar (mui amigo esse Kacper). Com essa intenção, Kacper, que é chefe de Oskar, o envia para um local perigoso da mina. Não dá outra. Acontece um desmoronamento e Oskar fica soterrado. Logo em seguida é iniciada uma grande operação de resgate, o que resultará em momentos de muita angústia e tensão. Este é mais um excelente exemplar da nova safra de filmes do moderno cinema polonês, que já nos contemplou recentemente com “Polônia à Flor da Pele”, “Morte às Seis da Tarde”, “Entre Frestas”, Rede de Ódio”, “Interrompemos a Programação” e “Como Me Apaixonei por um Gângster”, entre outros. “Enterrado” também é de grande qualidade, tanto que conquistou o prêmio de Melhor Filme no Winchester Film Festival 2021 (Inglaterra) e indicado para o prêmio “Golden Lions” de Melhor filme no Polish Film Festival. A tradução do título para o português não foi a melhor opção, já que o título original quer dizer “Ponte de Ferro”. Cabe aqui destacar como um dos trunfos do filme a atuação da bela atriz Julia Kijowska (“Nina”, de 2018). “Zelazny Most” é daqueles filmes que merecem ser descobertos. É cinema de muita qualidade. Não perca!