“LUZES
DE OUTONO” (“Autumn Lights”), 2016, coprodução EUA/Islândia/França, falado em islandês, inglês e italiano, 1h42m, longa-metragem de estreia do islandês Angad Aulakh como roteirista e diretor.
É ambientado num vilarejo litorâneo a duas horas da capital islandesa
Reikjavick. Nesse local, o fotógrafo norte-americano David (Guy Kent) alugou
uma cabana para passar alguns dias de férias com a namorada Eva (Thora Bjorg
Helga). Logo no começo, eles entram em atrito (não se explica a causa) e Eva
faz as malas e vai embora. David fica sozinho, com cara de cachorro perdido e
solteirão carente (é a cara dele o filme inteiro). Num dos passeios que faz
pela praia, ele encontra o cadáver de uma jovem e avisa a polícia, que consegue
identificar a vítima e localizar seu bilhete de suicídio. Mesmo assim, a
polícia pede que David fique por lá um tempo até terminarem as investigações. Em
mais um passeio solitário, David conhece Marie (Marta Gastini), que mora numa
casa próxima e o convida para jantar com o marido Johaan (Suen Olafur
Gunnarsson) e alguns amigos. A reunião desses personagens dará margem à formação
de um quadrilátero amoroso (triângulo é pouco) centralizado na fogosa Marie e que envolve uma amiga e um amigo,
David e o próprio marido. E por aí vai esse drama que um crítico chegou a
comparar aos filmes do grande diretor sueco Ingmar Bergman. Escreveu que Aulakh
utilizou “tintas bergmanianas”. Menos, colega, menos... Achei o filme bastante
entediante, verborrágico e lento
demais. Os personagens são todos melancólicos e depressivos, combinando com a
paisagem fria de neve que envolve os cenários.Nada que justifique uma indicação entusiasmada. Como informação adicional, o título "Luzes de Outono" refere-se ao fato de que nessa época na Islândia o dia dura quase 24 horas.
quarta-feira, 10 de abril de 2019
segunda-feira, 8 de abril de 2019
“A PAIXÃO DE AUGUSTINE” (“LA PASSION d’AUGUSTINE”),
2016, Canadá, 1h43m. roteiro e direção de Léa Pool, falado em francês. Não descobri, mas acredito que a diretora tenha elaborado a história inspirada em fatos reais. A personagem do título é
Simone Beaulieu, mais conhecida como Madre Augustine, que nos anos 60 era
diretora de uma escola/convento na zona rural de Québec. Quando assumiu a
direção, Augustine (Céline Bonnier) instituiu na escola, além da
religião e aulas de literatura e francês já constantes do currículo, o ensino da música. Pianista clássica
na juventude, Augustine revelou em seu colégio vários talentos, responsáveis
por conquistar vários prêmios em concursos musicais da região. Um desses talentos
era sua própria sobrinha, a rebelde Alice (Lysandre Ménard), uma verdadeira virtuose no piano. Além das aulas de
música, o filme dá destaque à influência do polêmico Concílio Vaticano II, que discutiu
e regulamentou vários temas, incluindo ações para a modernidade da Igreja
Católica. Outra questão enfocada foi a iniciativa do governo canadense de só
permitir o ensino público em colégios do Estado, o que praticamente determinou
o fechamento do convento de Augustine. O filme é muito bom, a história
comovente e sensível, além de uma saborosa trilha sonora: Bach Liszt, Chopin, Mozart etc. A nata da música clássica, tocada em solos
maravilhosos pelas alunas de Augustine. Sem falar no ótimo elenco, encabeçado por
essa atriz maravilhosa Céline Bonnier, a Madre Augustine. Mais um bom trabalho realizado pela roteirista diretora suíço/canadense Léa Pool, que em 2014 já havia conquistado o Prêmio Especial do Júri Ecumênico no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Já que estamos falando de música, resumo da ópera: um filme imperdível!
domingo, 7 de abril de 2019
“OPERAÇÃO FRONTEIRA” (“TRIPLE
FRONTIER”), 2019, produção Netflix (estreou dia 13 de março de 2019), 1h55m,
roteiro e direção de J.C. Chandor. A história é centrada em cinco amigos
ex-membros das Forças Especiais dos EUA. Um deles é o agente Santiago Garcia
(Oscar Isaac), que ainda está na ativa como agente do comando antidrogas. Durante uma missão,
Santiago recebe a informação de que o principal fornecedor das drogas mora numa
mansão de segurança máxima localizada na tríplice fronteira Brasil/Peru/Colômbia, onde
esconde todo o dinheiro que ganhou em vários anos como traficante. Ou seja, a
mansão é um verdadeiro cofre. Cansado de prender traficantes e engordar os
cofres do Tio Sam, Santiago resolve convocar quatro amigos ex-agentes especiais:
Tom Davis (Ben Affleck), Francisco Morales (Pedro Pascal), William Miller
(Charlie Hunnam) e Ben Miller (Garrett Hedlund). A missão deve ser clandestina,
sendo que o objetivo é roubar o dinheiro do traficante e dividi-lo entre os
cinco. Ao montar a estratégia de invasão, o grupo conta com o apoio da
informante Yovanna (a morenaça Adria Arjona), que, em contrapartida, recebe como promessa
a libertação do seu irmão da cadeia. Como filme de ação, “Operação Fronteira”
tem lá seus bons momentos, mas o resultado final é decepcionante,
principalmente pela presença de astros como Ben Afleck (sua atuação é
constrangedora) e Oscar Isaac. Este talvez seja o filme mais fraco de Chandor,
que tem em seu currículo os excelentes “Margin Call – O Dia Antes do Fim”, “O
Ano mais Violento” e “Até o Fim”, este último com o astro Robert Redford.
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