quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

“SNOWDEN – HERÓI OU TRAIDOR” (“SNOWDEN”), 2016, EUA, roteiro e direção de Oliver Stone. Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Shaiene Woodley, Nicolas Cage, Melissa Leo, Zachary Quinto e Tom Wilkinson. Trata-se da cinebiografia de Edward Snowden, que trabalhou para a CIA e para a NSA (Agência de Segurança Nacional) e que, em 2013, denunciou publicamente a existência de programas de vigilância e espionagem executados – a nível mundial - a mando do governo norte-americano. Como todo mundo lembra, o caso teve uma enorme repercussão. Mais uma vez Oliver Stone explora um tema polêmico, como já havia feito em “Nascido em 4 de Julho”, “Nixon” e “JFK – A Pergunta que não quer Calar”. Faz parte também do seu estilo dar um jeito de colocar o dedo na ferida de quem esteve ou está na Casa Branca. Em “Snowden”, Stone percorre o período de 2004 a 2013, durante o qual Edward Snowden trabalhou para o governo norte-americano. Um dos grandes méritos do primoroso roteiro – Stone teve a colaboração de Kieran Fitzgerald – foi conseguir condensar tantas informações em pouco mais de 2 horas de filme, desde que Snowden entrou para o exército e depois para a CIA e NSA até a decisão de denunciar os atos do governo norte-americano, em 2013, através dos jornais The Guardian e The Washington Post. Nos créditos finais, Stone ainda acrescenta outras importantes informações sobre o caso. “Snowden” é um dos 336 títulos selecionados para concorrer ao Oscar 2017 de Melhor Filme, além de outras premiações. Aposto no Melhor Roteiro e Melhor Diretor. Um filmaço. Imperdível!                                         

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Confesso que nunca tinha ouvido falar do drama russo “COMO TERMINEI ESTE VERÃO” (“Kak Ya Provel Etim Letom”). O filme caiu na minha mão e resolvi assistir. Procurei referências e descobri que foi lançado em 2010 durante o Festival de Berlim, sendo muito elogiado pelos críticos, pelo público e pelo júri, que conferiu ao filme escrito e dirigido por Alexei Popogrebsky o Urso de Prata. Além disso, também foi premiado em festivais de cinema realizados em Londres, Dublin e Chicago. Realmente, o filme é muito bom,  foge do lugar-comum reinante e tem uma fotografia (Pavel Kostomarov) maravilhosa. A história é toda ambientada numa estação metereológica russa instalada numa ilha isolada no Oceano Ártico. Lá trabalham o experiente Pavel (Grigroriy Dobrygin) e o jovem estagiário Sergei (Sergey Puskepalis) – os dois atores são excelentes. A função dos dois na estação é fazer leituras diárias da radioatividade do terreno e transmitir o resultado das medições pelo rádio para o escritório central. Embora seja verão, o frio é de lascar e a sensação de isolamento angustiante. Um dia, enquanto Pavel sai para pescar trutas, Sergei recebe uma mensagem que decide omitir do companheiro, atitude que acaba gerando ótimas situações de suspense e um pouco de humor. Uma reviravolta acontece perto do desfecho, o que trará consequências nada positivas para o relacionamento de Sergei e Pavel. Apesar do tédio que exala da tela, do ritmo lento e apenas dois protagonistas, além de poucos diálogos, o filme é muito interessante e merece ser conferido.                     

 

domingo, 18 de dezembro de 2016

“O VERÃO DE SANGAILE” (“Sangailè”), Lituânia, 2015, segundo longa-metragem escrito e dirigido por Alanté Kavaïté – o primeiro foi “Écoute Le Temps”. A história é centrada na jovem Sangaïle (Julija Steponaitite), de 17 anos, introspectiva e tímida, enfim, apática, que tem uma fascinação obsessiva por aviões de acrobacia. Num desses shows acrobáticos, durante o verão, Sangaïle conhece Auste (Aiste Dirziute), uma jovem de sua idade que se diferencia porque é extrovertida, alegre e falante. Auste consegue resgatar Sangaïle de sua apatia, convidando-a para sair com sua turma. A amizade entre as duas acaba virando uma paixão desenfreada, com direito a inúmeras cenas eróticas, exploradas com bastante sensibilidade pela diretora Alanté. Apesar do romance, Sangaïle continua a enfrentar seus demônios internos. Para tentar descrevê-los, a diretora exagera numa sequência de situações absurdas e fantasiosas difíceis de entender, como aquela em que Sangaïle se joga no mar e, aparentemente, tenta se afogar. Acho que a diretora tentou realizar um filme de fundo psicológico, mas conseguiu apenas confundir o espectador. De qualquer forma, o filme foi selecionado para representar a Lituânia na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro. Aqui, foi exibido durante a 40ª Mostra Internacional de Cinema, em outubro/novembro de 2016.