À beira
dos cinquenta, a atriz francesa Sophie Marceau continua competente, bela e em
ótima forma física, sem qualquer sinal aparente de plástica ou botóx - privilegiada! Ela é a estrela da comédia romântica “SEXO,
AMOR E TERAPIA” (“Tu Veux ou Tu Veux
Pas”), 2014, roteiro e direção de Tonie
Marshal. Judith (Marceau) é uma executiva de vendas de uma grande empresa,
responsável pelo mercado asiático. Ela, porém, é ninfomaníaca, transa com
qualquer coisa que se mova, o que inclui um grande número de chineses e
japoneses. Acaba demitida e volta para a França a fim de procurar emprego. O piloto
de avião Lambert (Patrick Bruel) é viciado em sexo – antigamente, seria chamado
de tarado – e também acaba demitido por transar em pleno vôo com comissárias,
aeromoças e quem passar na sua frente. Ele vira terapeuta de casais e, nas
horas vagas, frequenta um grupo de terapia destinado a viciados em sexo. Judith
e Lambert, claro, vão se encontrar e iniciar uma relação bastante conturbada. Como
terapeuta, Lambert ainda vai ter de segurar as rédeas da sua mãe fogosa, Nadine
(a cantora Sylvie Vartan, ótima). Embora seja capaz de provocar algumas
risadas com algumas boas sacadas, o filme não é dos melhores – o desfecho, então, é constrangedor, para não
dizer lamentável -, mas a presença de Sophie Marceau vale uma indicação.
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Mais
um filme francês de qualidade, inteligente e delicioso de assistir. “GEMMA BOVERY – A Vida Imita a Arte” (“Gemma
Bovery”), 2014, direção de Anne
Fontaine. O casal Charlie (Jason Flemyng) e Gemma Bovery (Gemma Arterton) saem
da Inglaterra e vão morar numa pequena cidade francesa na Normandia. Estão em
busca de paz para trabalhar, ela como pintora e ele como restaurador de obras
de arte. Eles serão vizinhos de Martin Joubert (Fabrice Luchini) e sua esposa
Valérie (Isabelle Candelier). Apesar de ser padeiro (herdou a padaria do pai),
Martin trabalhou numa editora e não perdeu seu amor pela literatura. Ele é
obcecado pelo clássico “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. Já dá para
imaginar, portanto, que Martin irá associar a vizinha à famosa personagem do
livro, Emma Bovary – não foi à toa a escolha do nome Gemma Bovery. A conexão
não ficará restrita apenas à personagem, mas também ao enredo trágico do livro - daí o subtítulo "A Vida Imita a Arte". O filme desenvolve esse paralelo com muita competência, acrescentando a paixão
platônica do velho Martin pela jovem Gemma. Ao vê-la pela primeira vez, ele
fala com seus botões: “Lá se vão dez anos de tranquilidade sexual”. Realmente,
a atriz inglesa Gemma Arterton é um fenômeno de beleza e sensualidade, além de
atuar com muita competência. E que ator é Fabrice Luchini! Enfim, o filme é ótimo,
imperdível!
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Ninguém
pode colocar em dúvida o grande talento de Kim Basinger como atriz, o que já foi
comprovado em inúmeros filmes. Nem contestar sua beleza, que continua inalterada. Suas últimas escolhas,
porém, não têm sido à sua altura. Mais uma prova disso é o recente “EU
ESTOU AQUI” (“I Am Here”), 2014. Embora falado em inglês, é uma co-produção Dinamarca/Alemanha. Trata-se de
um drama com algumas pitadas de suspense. Maria (Basinger) é uma empresária bem
sucedida que tem um sonho, na verdade uma obsessão: ser mãe. Ela e Peter (Sebastian
Schipper), o marido, tentam há mais de 10 anos. Depois de vários abortos, ela
recebe o diagnóstico do médico: não pode tentar mais, pois, além da idade, seu
útero apresenta problemas que a impedem de engravidar. Já que não pode mais ser
mãe biológica, ela agora vai tentar adotar uma criança, o que o marido não concorda.
Depois de ler uma notícia de que na República Tcheca as prostitutas jovens
estão vendendo seus bebês, é para lá que Maria decide ir. Pega o carro, cai na
estrada sozinha e, durante o caminho, acaba conhecendo Petit (Jordan Prentice),
um anão drogado, ao qual pede ajuda para a sua missão. Em meio a vozes
estranhas de crianças – os nenês abortados? -, lá vai Maria em busca do seu
bebê. O filme, dirigido pelo dinamarquês Anders Morgenthaler, é muito fraco e mal
resolvido, sem contar a forçada de barra em escalar a sessentona atriz como mãe potencial. Só para os fãs incondicionais de Basinger.
Na
minha longa peregrinação pela Sétima Arte, já vi incontáveis filmes esquisitos,
aqueles sem pé nem cabeça, indecifráveis, que os críticos profissionais e
festivais adoram exaltar e premiar. Para o grande público, que busca apenas um
entretenimento, tais filmes podem se transformar num grande fardo. Mais um
exemplo é o sueco “UM POMBO POUSOU
NUM GALHO REFLETINDO SOBRE A EXISTÊNCIA” (“En Duva Satt pa en Gren Funderade pa Tillvaron”). Pelo título, já dá para ter ideia de que tipo de filme estamos prestes
a assistir. E, de fato, é muito esquisito. São 39 pequenos episódios (esquetes)
tragicômicos, alguns deles utilizando o mesmo cenário e, às vezes, os mesmos
personagens. A câmera é fixa, estática, e as cenas são mostradas como se fossem
um quadro, onde somente os personagens se movem. Aliás, muito lentamente. Pelos
menos há um pouco de bom humor para amenizar o non sense predominante. Só pra você ter uma ideia: num bar da
Gotemburgo atual, de repente entra o Rei Charles XII (que reinou na Suécia na
segunda metade do Século 17) e seu séquito para tomar um copo de água, enquanto
soldados da época marcham pela rua. O filme, premiado com o “Leão de Ouro” no
Festival de Veneza 2014, é o terceiro da chamada “Trilogia dos Vivos”, da qual
fazem parte “Canções do Segundo Andar” (2000) e “Tu, que Vives” (2007), todos
escritos e dirigidos pelo diretor sueco Roy Andersson. Uma mente privilegiada
ou mais um cineasta louco? Só assistindo para responder. Eu vi e respondo: é
mais um cineasta louco, mas muito criativo.
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