Na
minha longa peregrinação pela Sétima Arte, já vi incontáveis filmes esquisitos,
aqueles sem pé nem cabeça, indecifráveis, que os críticos profissionais e
festivais adoram exaltar e premiar. Para o grande público, que busca apenas um
entretenimento, tais filmes podem se transformar num grande fardo. Mais um
exemplo é o sueco “UM POMBO POUSOU
NUM GALHO REFLETINDO SOBRE A EXISTÊNCIA” (“En Duva Satt pa en Gren Funderade pa Tillvaron”). Pelo título, já dá para ter ideia de que tipo de filme estamos prestes
a assistir. E, de fato, é muito esquisito. São 39 pequenos episódios (esquetes)
tragicômicos, alguns deles utilizando o mesmo cenário e, às vezes, os mesmos
personagens. A câmera é fixa, estática, e as cenas são mostradas como se fossem
um quadro, onde somente os personagens se movem. Aliás, muito lentamente. Pelos
menos há um pouco de bom humor para amenizar o non sense predominante. Só pra você ter uma ideia: num bar da
Gotemburgo atual, de repente entra o Rei Charles XII (que reinou na Suécia na
segunda metade do Século 17) e seu séquito para tomar um copo de água, enquanto
soldados da época marcham pela rua. O filme, premiado com o “Leão de Ouro” no
Festival de Veneza 2014, é o terceiro da chamada “Trilogia dos Vivos”, da qual
fazem parte “Canções do Segundo Andar” (2000) e “Tu, que Vives” (2007), todos
escritos e dirigidos pelo diretor sueco Roy Andersson. Uma mente privilegiada
ou mais um cineasta louco? Só assistindo para responder. Eu vi e respondo: é
mais um cineasta louco, mas muito criativo.
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