“RADIOACTIVE”, 2019, Inglaterra,
1h51, direção de Marjane Satrapi, seguindo roteiro escrito por Jack Thorne. Trata-se
da cinebiografia da cientista Marie Curie, cujas descobertas, ao lado do marido
Pierre Curie, permitiram importantes avanços tecnológicos. Eles encontraram,
por exemplo, dois novos elementos químicos, o rádio e o polônio, que seriam
fundamentais para o desenvolvimento da radioatividade. O filme mostra o início
do trabalho da cientista polonesa Maria Slodowska, as dificuldades para ser
aceita no meio científico de Paris, o casamento com o também cientista Pierre
Curie e a incrível descoberta que lhes valeu dois Prêmios Nobel. O filme
destaca não apenas as virtudes da descoberta do casal Curie e sua contribuição
para a medicina, mas também o seu lado funesto, como a criação da bomba atômica
e das usinas nucleares. Para escrever o roteiro, Jack Thorne (“Enola Holmes” e “Extraordinário”)
se inspirou no romance gráfico “Radioactive: Marie & Pierre Curie: A Tale
of Love and Fallout”, de Lauren Redniss. A diretora franco-iraniana Marjane Satrapi,
que além de cineasta, atriz e escritora, também trabalha como ilustradora e
romancista gráfica, não teve dificuldade em dirigir a adaptação para o cinema.
Ela realizou um excelente trabalho de cenografia, criando com bastante realismo
a Paris como era no final do século 19 e começo do século 20, embora as
filmagens tenham ocorrido em Budapeste (Hungria). O elenco é mais um trunfo:
Rosamund Pike como Marie Curie, Sam Riley como Pierre Curie, Anya Taylof-Joy (da
série “Gambito da Rainha”) como Irène, a filha mais velha dos Curie, e Aneurin
Barnard como Paul Langevin, assistente e mais tarde amante de Marie. “Radioactive” estreou
como atração principal de gala na noite de encerramento do Festival Internacional de
Cinema de Toronto/2019 e está disponível na plataforma Netflix. Imperdível!