sexta-feira, 17 de julho de 2020


BUSCA SEM LIMITES (“COLLIDE”), 2016, coprodução Alemanha/Estados Unidos/Inglaterra, disponível na plataforma Netflix, 1h39m, roteiro e direção de Eran Creevy. A história é centrada no norte-americano Casey Stein (Nicholas Hoult), que resolveu se refugiar na Alemanha depois de se envolver em atividades ilícitas em seu país. Na cidade de Colônia, Casey continuou no crime, vendendo drogas nas baladas para o traficante turco Geran (Ben Kingsley), que por sua vez tem como sócio o mafioso Hagen Kaal (Anthony Hopkins), um poderoso empresário do setor de transportes, também envolvido com o tráfico – seus caminhões transportam as drogas. Quando conhece a garçonete Juliette (Felicity Jones), Casey se apaixona e resolve abandonar o crime. Só que Juliette revela que sofre de uma doença grave e precisa urgentemente de um transplante de rim, mas não tem dinheiro para pagar a operação. Diante disso, para conseguir a grana e salvar a vida da namorada, Casey resolve realizar um último trabalho para Geran, na verdade um golpe contra Hagen. O filme tem bastante ação e o maior destaque fica por conta das perseguições nas ruas e estradas ao redor de Colônia, nas quais o diretor Creevy utiliza carrões de marcas famosas, entre as quais Jaguar, Aston Martin e Mercedes. São sequências muito bem realizadas, algumas de tirar o fôlego. Não há dúvida de que a presença de astros como Anthony Hopkins e Ben Kingsley, além dos novatos Nicholas Hoult (“Castelo de Areia”) e Felicity Jones (“A Teoria de Tudo”), serviu para valorizar o filme, mas não a ponto de justificar uma recomendação entusiasmada. De qualquer forma, como filme de ação, “Busca sem Limites” até que é um bom entretenimento.    

quarta-feira, 15 de julho de 2020


“ATÔMICA” (“ATOMIC BLONDE”), 2017, Estados Unidos, 1h55m, direção de David Leitch. Trata-se de um filme de ação e espionagem inspirado na HQ “Atomic – The Coldest City”, de Antony Johnston e Sam Hart, que o roteirista Kurt Johnstead adaptou para o cinema. A história é toda centrada em Lorraine Broughton (Charlize Theron), agente secreta do M16 (Serviço Secreto Britânico). Às vésperas da queda do muro de Berlim, em 1989, Lorraine recebe a missão de viajar até a capital alemã para investigar a morte de um agente inglês e descobrir o paradeiro de uma lista de espiões duplos que forneciam informações para os russos durante a Guerra Fria. Só que a tal lista também é disputada, além da Inglaterra, por agentes secretos da Rússia, França, Estados Unidos e Alemanha. Imaginem a confusão em que Lorraine irá se meter, mas ela briga bem e não tem medo de marmanjo. “Atômica” garante muitas sequências empolgantes de ação. Nesse ponto, há que se destacar o trabalho da atriz sul-africana Charlize Theron, que nesse filme está mais bonita do que nunca. Ela não nega fogo somente com os inimigos, mas também entre os lençóis, em cenas muito calientes com a atriz argelina Sofia Boutella. Além da beleza e competência como atriz, o diretor David Leitch soube explorar de Charlize um olhar fatal capaz de trincar vidros blindados. Resumindo, a atriz carrega o filme nas costas, embora acompanhada por um excelente elenco: James McAvoy, John Goodman, Eddie Marsan, Toby Jones e Till Schweiger. A trilha sonora, de muito bom gosto, também apresenta papel fundamental na história: New Order, David Bowie, Public Enemy, The Clash, George Michael e Queen, só para citar os mais conhecidos. Há que se ressaltar também o ótimo trabalho na direção de David Leitch, um especialista em filmes de ação, como comprovam “John Wick: De Volta ao Jogo”, “Dead Pool 2” e Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw”, entre outros. Produzido com um orçamento de US$ 30 milhões, “Atômica” rendeu mais de US$ 90 milhões nas bilheterias, ou seja, um grande sucesso. Vale a pena só por Charlize, mas os complementos também são ótimos. Imperdível!
  

segunda-feira, 13 de julho de 2020


“OLHOS QUE CONDENAM” (“WHEN THEY SEE US”), 2019, Estados Unidos, minissérie em quatro capítulos da Netflix, roteiro e direção de Ava DuVernay (do excelente “Selma”). A história é baseada em fatos reais. Na noite do dia 19 de abril de 1989, um grupo de mais de 30 adolescentes do Harlem resolveu tumultuar o ambiente familiar do Central Park, assediando mulheres, xingando ciclistas e provocando quem por ali passava. Ao mesmo tempo, perto dali, uma jovem corredora seria estuprada e morta. No meio de toda aquela confusão, a polícia prendeu cinco adolescentes, acusando-os do assassinato. Detalhe: a vítima era branca e os cinco rapazes afrodescendentes, entre os 14 e 16 anos de idade. O caso, de grande repercussão em todo o país, foi a julgamento e os jovens acabaram condenados, até que em 2002 aconteceria uma reviravolta (não vou entrar em detalhes para não estragar a surpresa). A minissérie carrega no drama dos garotos, mostra como funcionaram os interrogatórios abusivos da polícia, com muita tortura psicológica, o sofrimento das famílias, o julgamento e o destino de cada um dos acusados. Nessa época, aliás, um tal de Donald Trump, magnata do ramo imobiliário de Nova Iorque, fazia campanha para a volta da pena de morte no Estado. Vamos ao excelente elenco: primeiro, os cinco rapazes – Jharrel Jerome, Caleel Harris/Jovan Adepo (jovem/adulto), Marquis Rodriguez/Freddy Miyares, Ethan Herisse/Chris Chalk, Asante Blackk/Justin Cunningham; Vera Farmiga, Kylie Bunbury, Annjanue Ellis, Marsha Stephanie Blake, Felicity Huffman, Michael K. Williams, William Sadler e Felicity Huffman. Lembro ainda que entre os produtores estão Oprah Winfrey e Robert De Niro. Nas primeiras semanas após sua estreia, dia 31 de maio de 2019, a minissérie foi vista por 23 milhões de espectadores em todo mundo, ou seja, mais um grande sucesso da Netflix. E vale todos os elogios, pois é excelente, forte e impactante. Imperdível!