quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Depois de participar de tantas produções medíocres como “É o Fim”, “Palo Alto” e “A Entrevista” - este último foi aquele que gerou aquela polêmica toda com o governo norte-coreano -, o ator James Franco volta a atuar num nível mais elevado. No drama “A HISTÓRIA VERDADEIRA” (True Story”), 2015, direção do inglês Rupert Goold, baseado em fatos reais, Franco é Christian Longo, norte-americano acusado de ter assassinado a mulher e os três filhos menores. Depois do crime, Longo se refugiu no México, onde dizia para todo mundo que era o jornalista Mike Finkel (Jonah Hill), do New York Times, chegando até a trabalhar na profissão. Em 2002, o FBI acaba descobrindo o seu paradeiro e ele é preso. Por seu lado, Finkel, depois de ser demitido do NYT por causa de forjar informações numa reportagem investigativa, fica sabendo que Longo usava sua identidade e ficou curioso em saber por que. Ele vai visitar Longo na prisão e os dois acabam se entendendo, surgindo até a oportunidade de Finkel escrever um livro contando toda a verdade sobre o crime. Até então, Longo dizia que era inocente. Estaria ele manipulando o jornalista? A ótima atuação de Franco tem jeito de mais uma indicação ao Oscar 2016, como já havia acontecido pelo drama “127 Horas”, em 2011. Jonah Hill também está muito bem, assim como a atriz Felicity Jones (de “Teoria de Tudo”), que interpreta Jill, a esposa do jornalista. O filme é muito bom e merece ser visto não apenas pela história em si, pouco conhecida por aqui, mas também pela correta direção de Goold e pelo ótimo desempenho dos atores.                                  olHolan      

terça-feira, 11 de agosto de 2015

“EM TERRA ESTRANHA” (Strangerland”), 2014, Austrália, é um drama de suspense, que marca a estreia de Kim Farrant na direção de longas. A história é centrada na família formada pelo casal Matt (Joseph Fiennes) e Catherine (Nicole Kidman) e os filhos adolescentes Lily (Maddison Brown) e Tommy (Nicholas Hamilton). Eles são recém-chegados à pequena cidade de Nathgari, no meio do deserto australiano. A família vive quase que reclusa, sem muitos amigos e nenhuma vida social. O enredo dá a entender que eles se mudaram por causa de um caso amoroso que Lily teve com um professor na cidade grande. Lily, aliás, é a única a se entrosar com o pessoal jovem da nova cidade, o que inclui transar com a maioria. Um dia, porém, depois de uma forte tempestade de areia, Lily e Tommy fogem de casa e desaparecem no deserto. A partir daí – e até o seu final -, o filme se concentra nas buscas dos jovens e nos conflitos entre o casal Matt e Catherine, cada um acusando o outro de ser o responsável pela fuga dos filhos. O filme é lento demais, chegando a ser entediante, sensação reforçada pelo clima árido do deserto e pela fotografia amarelada, quase esmaecida. Nicole Kidman não precisa provar mais que é linda e ótima atriz, mas tem pisado feio na bola em suas últimas escolhas.  

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

“AS MEDUSAS” (“Jellyfish”), 2007, direção de Etgar Keret, é uma produção israelense muito original. A história foi criada, assim como o roteiro, pela escritora israelense Shira Geffen, esposa de Etgar. Não há uma história com começo, meio e fim, e sim histórias envolvendo mulheres tendo como cenário a cidade litorânea de Tel-Aviv. O mar é o único elo entre elas. Há boas pitadas de humor e um tanto de surrealismo. As principais personagens são todas mulheres: uma moça, Keren (Noa Knoller), que acaba de se casar e que, durante a festa de casamento, quebra a perna. A viagem de lua de mel para o Caribe é cancelada e o casal se hospeda num hotel de Tel-Aviv defronte ao mar. Outra personagem é uma garçonete, Batya (Sarah Adler), que trabalha num buffet de festas e que um dia encontra uma menina perdida na praia e tenta ajudá-la a encontrar os pais. Ainda tem uma filipina, Joy (Ma-Nenita de Latorre) em busca de emprego como cuidadora de idosos para juntar dinheiro e comprar um navio à vela para o filho. Outras personagens de destaque são uma fotógrafa desempregada e uma poetisa em estado terminal de depressão. Embora não seja um filme difícil ou hermético, não entendi a ligação entre as mulheres – e a própria história – com o título do filme. Afinal, as medusas são seres marinhos (a água-viva é um deles) ou, na mitologia grega, mulheres com serpentes na cabeça. Não consegui associar as mulheres do filme com qualquer tipo de medusa. De qualquer forma, como já escrevi no início, trata-se de um filme bastante interessante e inovador, que vale a pena ser conferido. Uma vantagem a mais: não há qualquer referência à questão palestina ou aos inimigos árabes, como na grande maioria dos filmes produzidos no Oriente Médio.                   olHolan