quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Nenhum outro evento mundial gerou tantas histórias como a Segunda Grande Guerra (1939-1945). O cinema costuma adaptar muitos episódios importantes desse conflito, transformando-os em ótimos filmes. Um dos mais recentes é “ANTHROPOID”, Inglaterra, 2016. O título faz referência à Operação Anthropoid, planejada pelas forças especiais inglesas para assassinar o General SS Reinhard Heyrich, a terceira autoridade mais importante do governo nazista depois de Hitler e Himmler. Heyrich foi um dos criadores da Solução Final que resultou na morte de mais de 6 milhões de judeus. Designado para governar a Tchecoslováquia ocupada pelo exército alemão, Heyrich seria alvo de um atentado em Praga cometido em 1942 por membros da resistência tcheca treinados pela Executiva de Operações Especiais (S.O.E.), organização de inteligência britânica. O filme conta toda essa história, destacando os preparativos, o atentato em si, a caçada aos seus autores e a violenta represália sofrida pelos tchecos, que resultou na execução de mais de cinco mil pessoas e a população inteira de um vilarejo chamado Lídice. Mais um bom trabalho do diretor inglês Sean Ellis (“Cashback, Bem-Vindo ao Turno da Noite” e “Metrópole Manila”), também autor do roteiro. As filmagens aconteceram em Praga, o que torna o filme ainda mais realista. Estão no elenco Cillian Murphy, Jamie Dornan (“Cinquenta Tons de Cinza”), Charlotte Le Bon, Marcin Dorocinski, Toby Jones e Anna Geislerová. Filmaço, principalmente para quem gosta de História.                                                                

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

“PARDAIS” (“Prestir”), Islândia, 2016, roteiro e direção de Rúnar Rúnarsson, é um drama bastante sensível, roteiro primoroso, bons atores e uma excelente fotografia, que valorizou os cenários deslumbrantes onde o filme é ambientado. Quando a mãe e o padrasto resolvem viajar para a África numa missão humanitária, o jovem Ari (Atli Oskar Fjalarsson), de 16 anos, é obrigado a deixar a capital Reikjavik e voltar a morar com o pai Gunnar (Ingvar Eggert Sigurdsson) na remota Westfjords, pequena cidade de 7.300 habitantes a noroeste da Islândia. Ari reencontra alguns amigos da infância e tenta se enturmar, com muita dificuldade, pois é bastante tímido, mas conhecerá, pela primeira vez, os prazeres do sexo. Difícil mesmo é a convivência com o pai – os dois ficaram distantes durante seis anos –, um beberrão que dá festas regadas a muita bebida e prostitutas. Ari não está acostumado com esse tipo de situação e se abriga na casa da avó (Kristbjörg Kjeld) – mãe de Gunnar. Apesar do contexto dramático, o filme reserva momentos de rara sensibilidade e até comoventes. “Pardais” é um filme de muita qualidade, tanto é que foi o vencedor do prêmio de Melhor Filme no Festival de San Sebastián e eleito melhor filme da 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo/2016. Além disso, foi escolhido como representante oficial da Islândia na disputa do Oscar/2017 de Melhor Filme Estrangeiro.                                                            

domingo, 17 de setembro de 2017

O título do filme é “PREJUÍZO” (“PRÉJUDICE”), 2015, Bélgica, e marca a estreia no roteiro e direção de Antoine Cuypers. Talvez o título mais certo teria sido “Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos”. O drama belga é centrado na reunião de uma família para um almoço festivo em comemoração à gravidez de Caroline (Ariane Labed) no casarão dos pais (Nathalie Baye e Arno Hintjens). Mas nem tudo será festa. O clima pesado reina desde os aperitivos, graças ao problemático Cédric (Thomas Blanchard), um dos irmãos de Caroline. Ele é um sujeito desequilibrado, mentalmente perturbado, que tumultua o ambiente com agressões verbais e atitudes inconvenientes. Por conta de um sonho que quer realizar, ou seja, uma viagem à Áustria, proibida pelos pais devido ao seu estado mental, Cédric fica cada vez mais agressivo e acaba estragando de vez a ocasião festiva. A tensão e o clima pesado predominam no ambiente familiar desde a primeira cena. Trata-se de um filme bastante desagradável de assistir, mas tem seus méritos por conseguir prender a atenção do começo ao fim. Destaco o desempenho fenomenal do pequeno elenco, principalmente a maravilhosa atriz francesa Nathalie Baye, o ator francês Thomas Blanchard e a bela atriz grega Ariane Labed, uma das mais requisitadas pelo cinema francês atual. O filme foi uma das atrações da mostra “We Are Family” do MyFrenchFilmFestival/2017, festival francês de cinema on-line. Se você estiver a fim de um entretenimento leve, passe longe.