quinta-feira, 24 de novembro de 2016

“O MASSACRE EM GUERNICA” (“GERNIKA”), Espanha, 2015, direção de Koldo Serra. O pano de fundo é a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). A história é toda ambientada em 1937 durante os dias que antecederam o ataque da aviação alemã à cidade de Guernica, talvez o episódio mais marcante e dramático do conflito. A ação acontece em Bilbao, onde um grupo de jornalistas estrangeiros faz a cobertura da guerra. Eles frequentam e transmitem as notícias de uma central de comunicação do governo municipal comandada pelo dirigente russo comunista Vasyl (Jack Davenport), cujo trabalho é censurar o material enviado pelos jornalistas, um dos quais é o norte-americano Henry (James D’Arcy), do The New York Times. Seu personagem foi inspirado no jornalista inglês George Steer, que denunciou o ataque dos alemães em matérias publicadas no The Times, no The New York Times e no jornal francês L’Humanité. O relato do jornalista sensibilizou Pablo Picasso, que logo depois pintaria um painel que ficaria famoso no mundo inteiro. Ao mesmo tempo em que destaca o trabalho dos jornalistas, o filme também mostra os bastidores do planejamento alemão para o ataque aéreo. Dá a entender, por exemplo, que o ataque não passou apenas de um treinamento prático para os pilotos alemães. Sob o ponto de vista histórico, o filme é bastante elucidativo, com informações muito interessantes sobre o conflito que matou milhares de pessoas. Achei forçado demais o romance – se é que existiu – entre o jornalista Henry e Teresa (Maria Valverde), principal assistente de Vasyl no centro de comunicações. Só para esclarecer: o título original foi escrito em dialeto basco – o diretor Koldo Serra é basco.                       
 
 
 
 
 
 

 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Uma cabeça apenas não pensaria numa história tão fantasiosa. Foram precisos duas: Daniel Kwan e Daniel Scheinert. Mais conhecidos como diretores de curtas e vídeos musicais, os “Daniels” tiveram a ousadia de escrever e dirigir “SWISS ARMY MAN” (“Homem Canivete”, em tradução literal, ou “Homem do Exército Suíço”; vamos aguardar a tradução quando o filme chegar por aqui – se chegar), EUA, 2016. A história começa mostrando um homem (Paul Dano, de “Os Suspeitos”) tentando se enforcar no que parece uma ilha. Num primeiro momento, você é levado a acreditar que o sujeito é um náufrago. Prestes a realizar o ato final, ele percebe que há um cadáver (Daniel Radcliffe, de “Harry Potter”) recém-chegado à praia. Acredite se quiser: esse cadáver – na verdade, um morto-vivo – sofre de uma incomum e barulhenta flatulência. Ele será o novo amigo do náufrago. O cadáver é capaz de se transformar numa espécie de jet ski e sair para passear com o náufrago a bordo. A maluquice não termina por aqui. O morto-vivo ainda tem ereções e utiliza o pênis como bússula. Ah, eles ainda conversam sobre temas como a masturbação e o significado da vida. Quer mais? Assista, nem que seja por curiosidade. Enfim, um filme sem pé nem cabeça, tronco e membros. Quando estreou no Festival de Sundance (EUA), parte da plateia saiu no meio da projeção. É preciso dizer mais?