quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
“THE BEATLES – OITO DIAS DA SEMANA” (“The Beatles –
Eight Days a Week – The Touring Years”), 2016,
EUA, direção de Ron Howard (“Uma Mente Brilhante” e “Apolo 13”). O foco
principal do documentário são as turnês realizadas pela banda entre 1963 e
1966, com destaque para as apresentações realizadas nos EUA. Nesse período, a
banda inglesa participou de nada menos do que 250 concertos no mundo inteiro.
Além das cenas desses shows ao vivo, incluindo a participação no programa de Ed
Sullivan na TV norte-americana, vista por 73 milhões de telespectadores, o
documentário apresenta depoimentos exclusivos de personalidades como Woopi
Goldberg e Sigourney Weaver, que estiveram presentes em alguns shows da banda
nos EUA e se declaram fãs de carteirinha da banda inglesa. Howard também conseguiu
entrevistar Paul McCartney e Ringo Starr, além de reproduzir depoimentos de John
Lennon e George Harrison. Muitas informações curiosas e, para mim, surpreendentes,
também estão no documentário. Por exemplo, que foi o empresário Brian Epstein
que teve a ideia, em 1962, de substituir os casacos de couro com os quais os
músicos se apresentavam no Cavern Club e em Hamburgo pelos famosos terninhos.
Outra revelação: Paul, Lennon, Ringo e Harrison, numa fase de desgaste profissional, chegaram a pensar em fundar uma
nova banda, com outro nome. Além disso, Howard abriu espaço para mostrar a dura
rotina de trabalho dos Beatles: gravações em estúdio, entrevistas coletivas,
shows ao vivo, participação em clipes etc. Também ganhou destaque no
documentário o pedido de desculpas de John Lennon, em entrevista coletiva,
depois de afirmar que os Beatles eram maiores do que Jesus. Enfim, um documentário
que proporciona uma viagem fantástica aos anos 60 na companhia da banda que
revolucionou a cultura musical e influenciou milhões de jovens pelo mundo
inteiro, inclusive este humilde comentarista. Impossível não se emocionar com tantas canções maravilhosas. Mais do que imperdível, OBRIGATÓRIO!
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Confesso
que fiquei em dúvida se assistia ou não o drama japonês “PIETÁ NO BANHEIRO” (“Toire no Pieta” no original, ou “Pieta in the Toilet”
em inglês), 2015, roteiro e direção de Daishi Matsunaga. A começar pelo título
suspeito (explicado no desfecho), a falta de referências sobre o diretor e os protagonistas, além do fato de ser
baseado num mangá (história em quadrinhos), arte mais direcionada para os jovens. Mas resolvi assistir e acabei
diante de uma obra bastante interessante. A história é baseada num mangá autobiográfico do
escritor Osamu Tezuka. O jovem Hiroshi (o ator e astro da música pop Yojiro
Noda) desiste da carreira de pintor e resolve trabalhar como limpador de
janelas de escritórios em grandes edifícios. Ao realizar exames médicos depois
de passar mal durante o trabalho, ele descobre que tem um tumor maligno no
estômago e poucos meses de vida. A história toda gira em torno da relação de
Hiroshi com a proximidade da morte, sua amizade com a estudante Mai (Hana
Sugisaki), que se passa por sua irmã, e com os doentes terminais do hospital.
Hiroshi terá a oportunidade de refletir sobre a doença, sobre sua vida, o
relacionamento com os pais e, principalmente, sobre a falta de perspectivas. Trata-se
de um filme lento e contemplativo, mas que em nenhum momento torna-se tedioso. Um
digno representante japonês do cinema de arte. Como aval, informo que o filme foi premiado no Japan Tokyo International Film Festival de 2015.
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
O
escritor britânico John Le Carré já teve vários de seus livros adaptados para o
cinema, entre os quais obras-primas da espionagem, como “O Espião que Sabia
Demais” e “O Homem mais Procurado”. Em 2016, mais um de seus romances ganhou
versão cinematográfica. Trata-se de “NOSSO
FIEL TRAIDOR” (“Our Kind of Traitor”, nome
original do livro e do filme), cujo roteiro foi assinado por Hossein Amini e a
direção pela inglesa Susanna White. A história começa no Marrocos, onde o professor
universitário Perry Makepeace (Ewan McGregor) e sua esposa, a advogada Gail
Perkins (Naomi Harris), passam alguns dias de férias. Lá, conhecem o russo Dima (o ator sueco Stellan
Skarsgard, em mais uma ótima atuação), responsável por lavar dinheiro para uma poderosa organização
criminosa. Sentindo-se ameaçado, Dima quer se desligar da máfia e pede a Perry que entregue um pen drive ao Serviço Secreto Britânico
com provas de corrupção contra importantes políticos ingleses, um deles
ministro de Estado. Em troca, Dima pede proteção e asilo para sua família na Inglaterra. A
partir daí, Perry e Gail acabam se envolvendo numa trama bastante complicada e repleta de ação e suspense, escrita
com maestria por Le Carré (o livro foi lançado em 2010) e transformada num
excelente filme de espionagem. Programão!
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
“SULLY – O HERÓI DO RIO HUDSON” (“Sully”), 2016,
EUA, direção de Clint Eastwood, com roteiro de Todd Komarnicki. No dia 15 de
janeiro de 2009, logo depois de decolar do aeroporto LaGuardia, em Nova Iorque,
o avião pilotado por Cheslei “Sully” Sullenberger, com 155 passageiros a bordo,
teve suas turbinas avariadas pelo choque com pássaros. “Sully” foi obrigado a
realizar um pouso forçado nas águas geladas do Rio Hudson. Como todo mundo sobreviveu, “Sully”
virou herói nacional. Mas não para a agência de regulação aérea dos EUA, que
submeteu o piloto a um rigoroso julgamento a fim de esclarecer se, sob o ponto
de vista da segurança aérea, o Rio Hudson foi a melhor alternativa para um
pouso forçado. O filme de Eastwood conta toda essa história em apenas 96
minutos, alternando cenas do acidente e o resgate dos passageiros com as cenas
do julgamento do piloto. “Sully” é interpretado por Tom Hanks, numa atuação que
pode lhe valer mais um Oscar em 2017 – a Academia adora personagens heroicos, além de idolatrar Eastwood. Ainda
estão no elenco Laura Linney como a esposa de “Sully” e Aaron Eckhart como o
co-piloto Jeff Skiles. O filme já estreou por aqui depois de ter seu lançamento
adiado em duas semanas por causa do acidente do avião da Chapecoense.
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