quarta-feira, 17 de abril de 2019


“ESTRADA SEM LEI” (“The Highwaymen”), 2018, EUA, 2h12m, direção de John Lee Hancock e roteiro de John Fusco, produção da Netflix (estreou no Brasil dia 29 de março de 2019). O filme conta a história dos acontecimentos que antecederam o tiroteio que levou à morte a dupla Bonnie e Clyde, casal que aterrorizou as cidades da região central dos Estados Unidos no início dos anos 30, roubando bancos e estabelecimentos, além de assassinar vários civis e policiais. “Estrada Sem Lei” apresenta os fatos sob o ponto-de-vista da lei, ou seja, a estratégia policial que culminou com a morte dos lendários marginais, ao contrário do clássico de 1967 “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas”, de Arthur Penn, com Faye Dunaway como “Bonny” e Warren Beatty como “Clyde”, onde o foco central é o casal de bandidos. Em “Estrada Sem Lei”, o diretor John Lee Hancock (“Fome de Poder”, “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” e “Um Sonho Possível”) esconde a fisionomia do casal, revelando-a apenas no desfecho. O filme começa em 1934 com uma reunião no escritório da governadora do Texas, Miriam Ferguson, durante a qual ela cobra da polícia estadual a captura do casal, que há cerca de quatro anos praticava assaltos e assassinatos. Como nem sua polícia nem o FBI conseguiam localizar e prender os dois criminosos, a governadora acaba concordando com a sugestão de um de seus principais assessores: convocar dois policiais aposentados que pertenciam à Texas Ranger Division. Dessa forma, Frank Hamer (Kevin Costner) e Maney Gault (Woody Harrelson), duas figuras lendárias dos Rangers, entram em ação comandando toda a estratégia que levaria à perseguição e assassinato dos dois marginais. Destaque para o trabalho dos dois atores veteranos, principalmente Harrelson, e também para a primorosa recriação de época – veículos, figurinos, cenários e as armas. O roteiro ainda abre espaço para relembrar o fascínio que grande parte da população norte-americana tinha pela dupla, chamada de "Robbyn Woods modernos". As roupas de Bonnie, por exemplo, viraram moda instantânea na época, principalmente a boina. A popularidade dos dois pode ser medida pelo número de pessoas (simpatizantes e fãs) que compareceram ao seu funeral: mais de 20 mil. Nos créditos finais, o filme exibe fotos verdadeiras dos principais protagonistas da história. Filmaço!        

segunda-feira, 15 de abril de 2019


“DIREÇÃO EXPLOSIVA” (“STEIG. NICHT. AUS!”), 2018, Alemanha, 1h49m, roteiro e direção de Christian Alvart. Filme de suspense, com muita tensão do começo ao fim. A história começa com Karl Brendt (o astro alemão Wotan Wilke Möhring) antecipando seu retorno a Berlim depois de uma viagem de negócios – ele é diretor de uma grande empresa do ramo imobiliário. Karl queria fazer uma surpresa para a esposa Simone (Christiane Paul) no dia em que o casal comemoraria seus 15 anos de casamento. Esse dia, porém, reservaria uma série de acontecimentos desagradáveis que fizeram Karl desejar não ter antecipado a viagem. Durante o caminho em que levava seus dois filhos adolescentes para o colégio, Karl recebe uma ligação de um homem que ameaça explodir seu automóvel se não depositar em sua conta uma vultosa quantia em dinheiro. O maluco instalou uma bomba sob cada banco do veículo de modo a não permitir que ninguém se levante, pois, caso contrário, o acionamento é imediato e “Pum!”. O desespero toma conta de Karl e de seus dois filhos, sentados no banco de trás. Karl faz de tudo para arranjar o dinheiro, tarefa quase impossível por causa da situação. Para aumentar ainda mais o sofrimento, a cada minuto o maluco ameaça explodir as bombas por controle remoto. Como desgraça chama desgraça, durante o episódio Karl descobre um segredo terrível sobre a esposa, recebe a notícia de sua demissão e ainda por cima é perseguido pela polícia berlinense como sequestrador dos próprios filhos. Ou seja, é ação e suspense o tempo inteiro. Entretenimento dos melhores.       

domingo, 14 de abril de 2019



“BAYONETA”, coprodução México/Finlândia e Netflix (estreou aqui no Brasil dia 29 de março de 2019), 1h35m, roteiro e direção de Kyzza Terrazas (é o seu segundo longa-metragem; o primeiro foi “El Lenguaje de Los Machetyes”, de 2011). A história é centrada no ex-lutador de boxe Miguel “Bayoneta” Galindez, que abandonou os ringues e foi para a Finlândia trabalhar como treinador numa academia. Começa o filme com “Bayoneta” (Luis Gerardo Méndez) entrando no vestiário após uma luta nos Estados Unidos. Chorando sem parar, esmurrando armários e se xingando, ele lamenta o que aconteceu na luta. Teria perdido um título ou uma luta importante? O diretor Terrazas deixa a resposta para o final. Até lá, o filme acompanha a rotina diária do ex-lutador mexicano na capital finlandesa Helsinque, para onde se mudou há cerca de cinco anos, logo após aquela fatídica luta. Ele deixou em Tijuana, no México, a mulher e a filha. No frio de Helsinque, de congelar foca, “Bayoneta” passa os dias treinando jovens lutadores na academia e à noite costuma frequentar os bares, bebendo sem parar, ainda sofrendo com o trauma daquela luta de cinco anos atrás. Quando a academia em que trabalha fica ameaçada de fechar, “Bayoneta” resolver voltar a lutar para levantar uma grana. Seu amigo Denis (Brontis Jodorowsky), colega de academia, é contra o seu retorno aos ringues, mas mesmo assim topa ser seu treinador. O ator mexicano Luis Gerardo Méndez treinou durante cinco meses para fazer o papel de “Bayoneta”. Nas cenas de luta ele se sai muito bem, mesmo sem nunca ter subido num ringue. Não foi o melhor filme sobre boxe que já assisti, mas sem dúvida é muito bom.