“ESTRADA
SEM LEI” (“The Highwaymen”), 2018, EUA, 2h12m, direção de John Lee
Hancock e roteiro de John Fusco, produção da Netflix (estreou no Brasil dia 29
de março de 2019). O filme conta a história dos acontecimentos que antecederam
o tiroteio que levou à morte a dupla Bonnie e Clyde, casal que aterrorizou as
cidades da região central dos Estados Unidos no início dos anos 30, roubando
bancos e estabelecimentos, além de assassinar vários civis e policiais. “Estrada
Sem Lei” apresenta os fatos sob o ponto-de-vista da lei, ou seja, a estratégia
policial que culminou com a morte dos lendários marginais, ao contrário do
clássico de 1967 “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas”, de Arthur Penn, com Faye
Dunaway como “Bonny” e Warren Beatty como “Clyde”, onde o foco central é o
casal de bandidos. Em “Estrada Sem Lei”, o diretor John Lee Hancock (“Fome de
Poder”, “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” e “Um Sonho Possível”) esconde a
fisionomia do casal, revelando-a apenas no desfecho. O filme começa em 1934 com
uma reunião no escritório da governadora do Texas, Miriam Ferguson, durante a
qual ela cobra da polícia estadual a captura do casal, que há cerca de quatro
anos praticava assaltos e assassinatos. Como nem sua polícia nem o FBI
conseguiam localizar e prender os dois criminosos, a governadora acaba concordando
com a sugestão de um de seus principais assessores: convocar dois policiais aposentados
que pertenciam à Texas Ranger Division. Dessa forma, Frank Hamer (Kevin
Costner) e Maney Gault (Woody Harrelson), duas figuras lendárias dos Rangers,
entram em ação comandando toda a estratégia que levaria à perseguição e assassinato dos dois
marginais. Destaque para o trabalho dos dois atores veteranos, principalmente Harrelson, e
também para a primorosa recriação de época – veículos, figurinos, cenários e as
armas. O roteiro ainda abre espaço para relembrar o fascínio que grande parte da
população norte-americana tinha pela dupla, chamada de "Robbyn Woods modernos". As roupas de Bonnie, por exemplo, viraram moda
instantânea na época, principalmente a boina. A
popularidade dos dois pode ser medida pelo número de pessoas (simpatizantes e
fãs) que compareceram ao seu funeral: mais de 20 mil. Nos créditos finais, o
filme exibe fotos verdadeiras dos principais protagonistas da história.
Filmaço!
quarta-feira, 17 de abril de 2019
segunda-feira, 15 de abril de 2019
“DIREÇÃO
EXPLOSIVA” (“STEIG. NICHT. AUS!”), 2018, Alemanha, 1h49m, roteiro e
direção de Christian Alvart. Filme de suspense, com muita tensão do começo ao
fim. A história começa com Karl Brendt (o astro alemão Wotan Wilke Möhring)
antecipando seu retorno a Berlim depois de uma viagem de negócios – ele é
diretor de uma grande empresa do ramo imobiliário. Karl queria fazer
uma surpresa para a esposa Simone (Christiane Paul) no dia em que o casal
comemoraria seus 15 anos de casamento. Esse dia, porém, reservaria uma série de
acontecimentos desagradáveis que fizeram Karl desejar não ter antecipado a
viagem. Durante o caminho em que levava seus dois filhos adolescentes para o
colégio, Karl recebe uma ligação de um homem que ameaça explodir seu
automóvel se não depositar em sua conta uma vultosa quantia em dinheiro. O
maluco instalou uma bomba sob cada banco do veículo de modo a não permitir que
ninguém se levante, pois, caso contrário, o acionamento é imediato e “Pum!”. O
desespero toma conta de Karl e de seus dois filhos, sentados no banco de trás. Karl
faz de tudo para arranjar o dinheiro, tarefa quase impossível por causa da
situação. Para aumentar ainda mais o sofrimento, a cada minuto o maluco ameaça
explodir as bombas por controle remoto. Como desgraça chama desgraça, durante o
episódio Karl descobre um segredo terrível sobre a esposa, recebe a notícia de
sua demissão e ainda por cima é perseguido pela polícia berlinense como
sequestrador dos próprios filhos. Ou seja, é ação e suspense o tempo inteiro.
Entretenimento dos melhores.
domingo, 14 de abril de 2019
“BAYONETA”, coprodução
México/Finlândia e Netflix (estreou aqui no Brasil dia 29 de março de 2019),
1h35m, roteiro e direção de Kyzza Terrazas (é o seu segundo longa-metragem; o
primeiro foi “El Lenguaje de Los Machetyes”, de 2011). A história é centrada no
ex-lutador de boxe Miguel “Bayoneta” Galindez, que abandonou os ringues e foi
para a Finlândia trabalhar como treinador numa academia. Começa o filme com “Bayoneta”
(Luis Gerardo Méndez) entrando no vestiário após uma luta nos Estados Unidos.
Chorando sem parar, esmurrando armários e se xingando, ele lamenta o que
aconteceu na luta. Teria perdido um título ou uma luta importante? O diretor
Terrazas deixa a resposta para o final. Até lá, o filme acompanha a rotina
diária do ex-lutador mexicano na capital finlandesa Helsinque, para onde se
mudou há cerca de cinco anos, logo após aquela fatídica luta. Ele deixou em
Tijuana, no México, a mulher e a filha. No frio de Helsinque, de congelar foca,
“Bayoneta” passa os dias treinando jovens lutadores na academia e à noite
costuma frequentar os bares, bebendo sem parar, ainda sofrendo com o trauma daquela
luta de cinco anos atrás. Quando a academia em que trabalha fica ameaçada de
fechar, “Bayoneta” resolver voltar a lutar para levantar uma grana. Seu amigo Denis
(Brontis Jodorowsky), colega de academia, é contra o seu retorno aos ringues,
mas mesmo assim topa ser seu treinador. O ator mexicano Luis Gerardo Méndez
treinou durante cinco meses para fazer o papel de “Bayoneta”. Nas cenas de luta
ele se sai muito bem, mesmo sem nunca ter subido num ringue. Não foi o melhor
filme sobre boxe que já assisti, mas sem dúvida é muito bom.
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