sábado, 26 de outubro de 2024

 

“LOBISOMENS” (“LOUPS-GAROUS”), 2024, França, 1h34m, em cartaz na Netflix, direção de François Uzan, da série Lupin (não confundir com o também cineasta francês François Ozon), seguindo roteiro assinado por Philippe Des Pallières, Céleste Balin e Hervé Marly. Unindo aventura, fantasia e comédia, “Lobisomens” é uma grande surpresa como entretenimento inteligente e de muita qualidade. A história é inspirada no jogo de tabuleiro “Les Loups-Garous De Thiercelieux”, da Osmodee. Começa o filme e a família de Jérôme (Franck Dubosc) resolve jogar o tal jogo do tabuleiro encontrado no sótão da casa do vovô Gilbert (Jean Reno). Para o espanto geral, em determinando momento toda a família é transportada no tempo, indo parar em 1497 num vilarejo medieval chamado Millers Hollow. Imagine a confusão. Para piorar, o tal vilarejo vem sendo atacado todas as noites por três lobisomens. Só que tem um detalhe: cada integrante da família transportada no tempo acorda com um superpoder. A filha Clara (Lisa do Couto), por exemplo, consegue ficar invisível, o avô Gilbert com uma força descomunal, Jérôme passa a ler a mente dos outros, e assim por diante. Completam o elenco Suzanne Clément, Bruno Gouery, Grégory Fioussi e Raphaël Romand. A ambientação medieval, os cenários, os figurinos, tudo é muito convincente, assim como alguns efeitos especiais. Outro destaque é o humor inteligente, valorizado pelas situações inusitadas. Uma delas, quando surge um personagem gay que ficará famoso como cientista, pintor e escultor.  Trocando em miúdos, você e toda a sua família irão se divertir muito do começo ao fim. “Lobisomens” é uma ótima comédia. Não deixe de ver.                           

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

“ASSALTO BRUTAL” (“NAPAD”), 2024, Polônia, 1h55m, em cartaz na Netflix, direção de Michal Gazda (“Confie Em Mim”), seguindo roteiro assinado por Bartosz Staszczyszyn e Dana Lukasinska. Trata-se de um suspense policial cuja história é baseada em dois famosos assaltos a bancos ocorridos na Polônia. O primeiro deles no dia 19 de agosto de 1962 na cidade de Wotów.  O segundo, em março de 2001, em Varsóvia, quando os assaltantes assassinaram três funcionários e um segurança. Em “Assalto Brutal”, ambientado nos anos 90, os criminosos roubam um banco e matam três funcionárias e um segurança, tal qual o assalto de 2001. Só que os roteiristas tiveram a ideia genial de criar um veterano detetive que estava afastado por questões ideológicas – serviu ao governo comunista na década de 80 para prender membros do Solidariedade. Pois é justamente esse detetive, Tadeusz Gadacz (Olaf Lubaszenko), o maior trunfo do filme. Usando a psicologia – e às vezes violência – ele consegue chegar aos criminosos. Não espere muita ação, mas as estratégias adotadas pelo veterano policial compensam a ausência de perseguições, tiroteios e pancadarias. Também estão no elenco Jedrzej Hycnar, Wiktoria Gorodecka e Magdalena Boczarska. Eu gostei muito de “Assalto Brutal”, a mesma opinião que tiveram alguns críticos profissionais, que já o consideram o melhor filme polonês de 2024.                       

         

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

“ABIGAIL”, 2024, coprodução Estados Unidos/Irlanda, 1h53m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Tyler Gillet e Matt Bettinelli-Olpin (“Pânico”, “Pânico 6”, “Casamento Sangrento”), seguindo roteiro assinado por Stephen Sheilds e Guy Busick. Terror ao estilo Terrir, ou seja, terror com comédia. Muitos sustos, sangue jorrando, mordidas no pescoço, explosão de corpos. Se você for assistir, não leve nada muito a sério, mas tenha uma certeza: a diversão está garantida. Vamos à história. Um grupo de marginais trapalhões é contratado para sequestrar uma menina de 12 anos, Abigail (Alisha Weir), filha de um mafioso ricaço. A intenção é pedir 50 milhões pelo resgate. O sequestro dá certo e Abigail é levada para um casarão isolado. É aqui que acontece toda a ação da história, que de repente terá uma reviravolta surpreendente e inusitada: a menina é uma vampira. O ritmo é alucinante, os efeitos especiais muito bem realizados. Um toque especial é dado pela trilha sonora. Toda vez que vai atacar, a menina ensaia passos de balé ao som de “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky. Um achado da produção. Completam o elenco Melissa Barrera, Angus Cloud, Kathryn Newton, Kevin Durand, Dan Stevens, Giancarlo Esposito, William Catlett e participação especial de Matthew Goode. “Abigail” é muito divertido. Não perca!                      

         

               

terça-feira, 22 de outubro de 2024

“TWISTERS”, 2024, Estados Unidos, 2h2m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Lee Isaac Chung (“Minari – Em Busca da Felicidade”), seguindo roteiro assinado por Mark L. Smith. Você vai lembrar que já houve um outro filme chamado “Twisters”, de 1996, um grande sucesso na época - a história original foi criada pelo escritor Michael Crichton.  Pois este novo “Twisters” aborda a mesma temática, ou seja, os caçadores de tempestades, ciclones e furacões. A meteorologista Kate Carter (Daisy Edgar-Jones) integra um grupo desses “caçadores” que saem a campo aberto com o objetivo de realizar um experimento para um trabalho de universidade. A área escolhida é a zona rural de Oklahoma, onde esses fenômenos naturais são constantes. Esse trabalho, porém, termina numa grande tragédia, da qual só Kate e Javi (Anthony Ramos) escapam com vida. O filme dá um salto de cinco anos e encontramos Kate trabalhando na Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, em Nova York. Um emprego tranquilo, pois ela não é obrigada a ir para o campo enfrentar os furacões. Ao reencontrar o antigo parceiro de equipe, ela decide voltar à ação. Javi a convence a ajudá-lo a testar um novo sistema experimental de rastreamento meteorológico. Onde? Claro, em Oklahoma. Como a previsão prevê a ocorrência de muitos ciclones na região, várias equipes de caçadores de tempestades rumam para lá. É quando surge na história o fanfarrão Tiler Owens (Glen Powell, de “Top Gun: Maverick”), que ficou famoso depois de aparecer nas redes sociais como destemido caçador de ciclones. Sua equipe passa a duelar com a de Kate para disputar quem é o melhor caçador, aquele que consegue prever com precisão onde ocorrerá o melhor furacão. As cenas são incríveis, um verdadeiro show de efeitos especiais, fazendo com o que o espectador se veja em meio às tempestades enfrentando de perto esses violentos desastres naturais que tantas tragédias são capazes de provocar. Também estão no elenco Maura Tierney, David Corenswete e Kiernan Shipka. Entretenimento de primeira, um filmaço!                    

         

               

                     

domingo, 20 de outubro de 2024

“LOBOS” (“WOLFS”), 2024, coprodução Estados Unidos/Inglaterra, em cartaz na Apple TV+, roteiro e direção de Jon Watts (da trilogia “Homem-Aranha” com Tom Holland). Pelo pouco que sei de inglês, a palavra “Wolf” (Lobo) no plural sempre foi Wolves (Lobos), mas os materiais de divulgação insistiram em “Wolfs”. E agora? Com a participação de dois astros do naipe de Brad Pitt e George Clooney, “Lobos” chegou prometendo uma ótima comédia de ação. Para mim, o resultado final foi uma grande decepção. A história, por si só, é inverossímil de cabo a rabo. O roteiro é confuso, as situações forçadas demais e os diálogos pouco convincentes, além de um humor presente apenas em duas ou três cenas, muito pouco para uma comédia. Sinopse da história: dois solucionadores (Pitt e Clooney) – especialistas em “limpar” a cena de um crime – são convocados ao mesmo tempo, por engano, a ajudar uma fogosa procuradora distrital (Amy Ryan) a se livrar do corpo de um rapaz que ela levara para a suíte de luxo de um hotel. Só que o jovem sofre um acidente e não só a procuradora como a dona do hotel convocam os “faxineiros” para ajudar a mulher a se livrar do corpo. Durante o trabalho, os dois descobrem que a mochila do rapaz está cheia de drogas, as quais, mais tarde descobririam, haviam sido roubadas de um perigoso mafioso. Aí é só confusão até o desfecho, algumas boas cenas de ação e só. Brad Pitt e George Clooney já atuaram juntos em dois bons filmes, “Onze Homens e um Segredo” e “Queime Depois de Ler”. Mas desta vez ficaram devendo.               

         

               

                     

 

“É ASSIM QUE ACABA” (“IT ENDS WITH US”), 2024, Estados Unidos, 2h11m, em cartaz na HBO Max, direção de Justin Baldoni, seguindo roteiro assinado por Christy Hall. Trata-se de um drama romântico que tem como pano de fundo a violência doméstica. A história é baseada no livro homônimo escrito por Collen Hoover, um fenômeno de vendas – só no Brasil foram vendidos mais de um milhão de exemplares. Lily Bloon (Blake Lively) muda-se para Boston com o objetivo de realizar um sonho: abrir uma floricultura. Ela acaba conhecendo Ryle (papel do diretor Baldoni), um neurocirurgião de sucesso. Os dois se apaixonam, mas a relação fica tumultuada por causa do comportamento agressivo de Ryle. Na verdade, ambos carregam traumas de infância, o médico por causa da morte trágica do irmão de seis anos, e Lily por ter testemunhado as agressões do pai contra a mãe. Para piorar a relação, Lily reencontra um antigo namorado, Atlas (Brandon Sklewar), chef de cozinha e dono de um restaurante. Em várias cenas em flashback, o filme recorda o namoro dos dois jovens e como se conheceram. Lily jovem é interpretada por Isabela Ferrer e Atlas jovem por Alex Neustaedter. Completam o elenco Emily Baldoni (mulher do diretor), Amy Morton e Jenny Slate. O grande destaque é, sem dúvida, a presença da diva Blake Lively, esposa do astro Ryan Reynolds desde 2012. Ela toma conta do filme. Quem quiser conhecê-la melhor e admirar seu talento e sua beleza, sugiro assistir à série "Gossip Girl: A Garota do Blog” (2007-2012), “Um Pequeno Favor”, "A Incrível História de Adaline”, “Quatro Amigas e um Jeans Viajante” e “Águas Rasas”. Neste último, um tubarão quer comê-la de qualquer jeito... Trocando em miúdos, “É Assim que Acaba”, por tratar de um tema que enseja polêmica e reflexão, merece ser visto principalmente pelo público mais adulto.